terça-feira, 13 de julho de 2010

Valhalla Rising (2009)


Lirismo e brutalidade juntam-se nesta obra magnífica do dinamarquês Nicolas W. Refn sobre um guerreiro caolho que, depois de escapar de um bando de cruéis bárbaro que o mantinham como prisioneiro, ele parte com um bando de cruzados para a terra prometida. A principio, o filme inteiro resume-se a essa ínfima sinopse.

É interessante que, uma boa parte das críticas negativas se apóia sobre o fato da trama não ser muito evidente, assim como o mote do filme. Verdade seja dita Valhalla Rising não é um filme explicativo; pelo contrário, é uma obra contemplativa. Assim, um público ávido por explicações e histórias bem definidas pode acabar se decepcionando com o ritmo da obra.

No entanto, eu vejo aí um de seus grandes atributos: Valhalla Rising é um filme difícil, quase sem falas, completamente diferente de TUDO que eu já assisti na minha vida. Trata-se de um filme de ritmo único e lento, mas sem deixar de ser interessante.

Se vocês me pedissem para estabelecer o tema da obra, eu não saberia dizer. Podemos encarar que o filme trata de um diálogo entre o homem e a natureza; ou também sobre a brutalidade dos homens numa época de tanta violência e brutalidade como foi a Idade Média. Acredito que um dos temas do filme é a jornada que alguns homens fazem, fugindo de um inferno para um outro, ainda pior. O guerreiro caolho de nome One Eye (interpretado com crueza por Mads Mikkelsen) escapa de seus torturadores para uma viagem infernal e um epílogo pior ainda. Alguns homens não conseguem fugir do mal e One Eye é um desses...

A obra é ainda, recheada de muitos atributos técnicos, em especial a fotografia magnífica do filme. A obra foi realizada em território escocês – terra dos celtas. Trata-se de um cenário de tirar o fôlego, muito bonito mesmo. Dificilmente, algum outro filme este ano apresentará uma fotografia tão bela.

A direção de Refn é segura e consciente, porém sem muito estilo pessoal (eu pelo menos não o percebi). A interpretação crua e seca de Mikkelsen ajuda muito no tom da obra, que em muitos momentos choca pela violência mostrada. Não se trata daquela violência típica de filmes da série Jogos Mortais, mas aquela coisa mais realista e incômoda, completamente inesperada em alguns momentos, realista por excelência.

Dificilmente, a obra chegará ao conhecimento do grande público. Contudo, para aqueles que apreciam um filme diferenciado, com muitas interpretações possíveis – ótimos para serem analisados em rodas de discussão – Valhalla Rising torna-se, praticamente, obrigatório.

5 comentários:

  1. É tanta gente falando bem desse filme e eu não consigo encontrá-lo. Preciso vê-lo!

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  2. O filme é bem diferente no ritmo do enredo (quase sem falas, bem contemplativo/enigmático) do que os hollwoodianos, então a maioria do publico não está acostumado com isso. Pra falar a verdade, essas pessoas simplesmente ODIARAM (isso mesmo, em caixa alta)o filme. Mas Valhalla Rising tem seu charme por causa disso... as pessoas simplesmente nao entendem D:

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  3. ahh e pseudo-autor, sugiro que busque em torrents (pirate bay é ótimo) ja que tem muitos seeders... legenda tambem não é muito difícil de encontrar , se bem que o filme quase não tem falas. see ya

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  4. Pois é ZborN, eu até ía escrever isso na crítica mas acabei mudando de idéia. As pessoas estão mal acostumadas, esperando sempre explosões, tiroteios e esses recursos utilizados em muitos filmes hollywoodianos (não todos, por favor!) para esconder as falhas de seus roteiros...

    Valhalla Rising é um maravilhoso filme, um convite a reflexão. Fico feliz que alguns cinéfilos tenham entendido a obra e apreciados suas MUITAS qualidades!!

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  5. Pseudo-autor

    Encontrei a obra em torrent no site Extra Torrent. Dá uma procuradinha na caixa de busca do site que você achará. De fato, você precisa vê-lo!!

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