sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Adrenalina 2: Alta Voltagem (Crank: High Voltage, 2009)



Senti um clima muito mais de "chutar o pau da barraca" nesta continuação. Se existia alguma dose de realismo do primeiro filme, neste ela é completamente esquecida pra dar vazão a imaginação, tornando Chev Chelios um super humano (mais precisamente, um herói de Tokuatsu, com uma homenagem explícita ao gênero) que precisa de energia elétrica pra movimentar seu coração artificial (trocado num transplante clandestino). 

Havia resquícios no primeiro filme de referências às obras inglesas de gangsters. Aqui, os diretores se alinham ao clima anárquico de Machete - personagens caricatas, violência, atuações exageradas, ação impossível. Mas ao contrário do cansativo Machete (que tem um incrível personagem principal, mas perde muito o fôlego perto do final, em ambas os filmes), ADRENALINA mantém a pilha o filme inteiro.

O excesso de personagens tira levemente o foco do brucutu inglês, o que considerei algo ruim. Pelo menos neste filme vemos ele fazer algumas novas loucuras divertidíssimas (como toda vez que ele precisa se recarregar). Entretanto, o excesso de personagens deixa MUITAS pontas soltas, tornando tudo meio aleatório demais. Assim como imagino que quem não assistiu ao primeiro, vai perder muitas coisas deste aqui.

Uma das coisas mais legais são as diversas participações especiais como David Carradine, Lloyd Kaufman e Ron Jeremy. Tudo combinando com o clima "porra-louca" da obra. Contudo, confesso que em alguns momentos, cheguei a cochilar, principalmente por essa aleatoriedade e roteiro mais sem graça que o do primeiro filme. Dizem que há conversas para um terceiro filme, mas lá se vão 6 anos e eu duvido muito que retomem uma franquia tão amalucada como essa. Se um dia for lançada, certamente falarei dela aqui.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Adrenalina (Crank, 2006)



Um assassino chamado Chev Chelios (Jason Statham, cheio de fúria) é envenenado com uma toxina que o matará, a menos que ele mantenha o nível do hormônio adrenalina bem alto em seu sangue. Se você se animou com esse fiapo de trama completamente desmiolado, pode apertar o play.

ADRENALINA é um daqueles raros filmes que conseguem não cair na imperdoável armadilha de se levar a sério (erro cometido no decepcionante Mandando Bala, com o Clive Owen). Pode esquecer trama elaborada, personagens profundos; o negócio aqui é alinhar maluquices imaginadas pela dupla roteirista/diretor Mark Neveldine e Brian Taylor numa trama com o mínimo de sentido e sem serem cansativos e entediantes. Eles conseguem.

A impressão que eu tive é de que eles conseguiram adaptar o videogame GTA para o cinema. Quantas vezes eu não peguei o personagem do jogo e saía pelas cidades só cometendo barbaridades e acumulando policiais me perseguindo. Chev Chelios faz tanta babaquice e tantas coisa maneira, que fica difícil não associá-lo ao jogo de computador. 

Algumas cenas são inacreditáveis: os malabarismos na moto, a infame transa em público e o final completamente idiota e divertido. A edição do filme, que normalmente me irritaria, é perfeita com o clima de videogame/frenético/"porra-louquice". E Statham está perfeito, sempre nervoso, arrebentando tudo em seu caminho. As diversas cenas em que ele tenta se manter vivo de variadas maneiras (cocaína, red bull, acelerando o carro, arranjando briga) me divertiram demais e arrancaram muitos risos.

Um dos meus melhores remédios para um dia ruim é um filme de ação completamente descerebrado, cheio de porrada e explosão. ADRENALINA cumpriu tranquilamente meus requisitos e pretendo ver sua continuação logo.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

It Follows (2015)



Existem tantas coisas positivas pra se dizer a respeito de IT FOLLOWS (cujo título em português ficou bisonho demais para eu escrever aqui) e, ainda sim, não sou capaz de venerar a obra. E não sei se foi uma questão de expectativas alta demais - apesar de após visualizar o trailer, a primeira vez, minha cabeça ter explodido

IT FOLLOWS é um filme muito, mas muito estiloso. Desde sua sinopse matadora, a ameaça do filme que realmente incomoda durante a projeção, as atuações simpáticas e toda a irretocável parte técnica do filme - fotografia maravilhosa, direção segura e uma trilha sonora à la John Carpenter que persistiu em meus  ouvidos por um bom tempo. Tudo contribui para tornar esta obra num dos melhores espetáculos do gênero deste ano.

Porém, existe um aspecto do filme que me deixa desassossegado - o roteiro. Entro em terreno perigoso, mas tomarei o devido cuidado pra não soltar spoilers. Não simpatizo muito com as personagens, mas não a ponto de ficar indiferente a elas, mas de me sentir incomodado com decisões das mesmas durante a trama. E houve um momento da película em que fiquei me perguntado "Pra onde será que essa história vai terminar?". A "solução" do problema da protagonista é arranjada, de uma maneira interessante e não consigo pensar em outra forma como esse filme poderia terminar.

Essa trama "sem saída" me deixou levemente desapontado. Mas vejam bem: eu não vejo outra maneira de como eu terminaria essa história. O filme conta da melhor maneira possível o pesadelo  vivido por esses personagens. E as ações dos personagens são coerentes, mesmo que idiotas em alguns pedaços da obra.

Ainda assim, IT FOLLOWS é um grande filme e uma excelente amostra de bom cinema diretamente retirado do terror. Um filme belo, muito bem filmado, elegante e com uma aura sinistra de uma ameaça de verdade. Recomendo e respeito o trabalho, mas não consigo amá-lo. 

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Missão Impossível - Nação Secreta (Mission Impossible - Rogue Nation, 2015)




Tom Cruise pode até ser um maluco de merda no mundo real, mas que ele sabe fazer um filme divertido ninguém pode negar. Mantendo o mesmo nível do quarto filme, este quinto filhote da franquia traz uma trama e o clima do primeiro filme da série, mantendo os exageros bacanas do filme anterior. 

São providenciais a direção segura de Christopher McQuarrie (que dirigiu outro filme com Cruise - Jack Reacher) e o elenco muito bem escolhido do quarto filme - Simon Pegg (grande ator com momentos cômicos que nunca são irritantes), Jeremy Renner (contido e talentoso, um ator que aprecio muito) e o veterano do primeiro filme Ving Rhames. Adicionamos Alec Baldwin e parece que temos realmente uma boa fita de ação/espionagem dos anos 90.

As locações variadas (Marrocos, Áustria), os planos mirabolantes e um vilão ameaçador (Sean Harris) completam o pacote. Um dos filmes mais divertidos que assisti nos cinemas. Estou pronto para um sexto filme.

OBS - Parabéns para o excelente trailer do filme que pouco revelava sobre as cenas de ação e as surpresas do filme. Vivemos em uma época de trailers mal-feitos que revelam praticamente todas as cenas de ação dos filmes - tenho muitas críticas em relação a como essa mídia de divulgação, que gosto tanto, vem sendo tratada. Mas, no caso deste MISSÃO IMPOSSÍVEL, o trailer é preciso e bacana.