quinta-feira, 27 de junho de 2019

Pôster: Downtown Abbey (2019)



Eu tinha programado uma postagem, no início deste ano, com uma lista dos lançamentos mais aguardados de 2019. E a adaptação de Downton Abbey para as telonas ocuparia o pódio de filme mais esperado do ano por mim. Eu me apaixonei pela série e seus surpreendentes e intensos desenrolares. Geralmente, não acompanho o mundo das séries com muita atenção, mas Downton Abbey foi uma ótima exceção e eu mal posso esperar para assistir a continuação dessa saga numa sala de cinema. E, pelo amor de Deus, em versão legendada!

segunda-feira, 24 de junho de 2019

A Colônia (Double Team, 1997)


Um dos meus passatempos favoritos é revisitar as fitas dos anos 90 que um dia eu loquei, mas hoje não me recordo de nada, a não ser de suas capas atraentes e de uma época em que as locadoras dominavam a parada toda. São tantos filmes e eu considero a maioria deles não assistidos, por isso nos dias atuais eu não resisto quando encontro algum dvd desses dando mole - compro logo para assistir quando tiver tempo. 

A COLÔNIA é o filme que enterrou a carreira de Jean Claude Van Damme nos cinemas e, mesmo com muita boa vontade, é difícil não negar a obra toda sua ruindade e loucura. Aliás, o que esperar de um filme dirigido por um diretor respeitado, mas iniciando sua carreira em Hollywood (Tsui Hark), um astro sem muita humildade no set (Van Damme), um ator à beira de sua fase de decadência (Mickey Rourke, que felizmente deu a volta por cima) e um problemático astro da NBA tentando emplacar uma carreira como ator de ação (Dennis Rodman)?

É, no fundo, a batida trama de um herói enfrentando um terrorista letal, numa interpretação que eu até apreciei do Mickey Rourke, certamente o melhor do filme. Uma das coisas mais legais é seu trabalho de voz, falando de forma sussurrada, sem sobressaltos. Perde o tom, talvez, no final do filme, quando aparece descamisado e bombado e cercado por um tigre!



Reservo um parágrafo para Dennis Rodman. Acredite se quiser, ele não está tão ruim aqui, mas seu personagem definitivamente parece ser bem mal escrito e a impressão que eu tenho é de que houve pouca orientação sobre como interpretar no set de filmagem . Suas falas são recheadas de referências do seu passado de astro do basquete, o que me levou a algumas boas risadas. É estranho, porque ele até tinha uma interessante presença de cena, funcionando nos mais diversos e amalucados figurinos, mas dá para perceber que ele aparenta estar totalmente perdido nessa produção maluca.

O que nos resta? Temos algumas boas cenas de ação e muitas boas ideias (tiroteio em parque de diversão, porradaria numa maternidade, monges hackers) que são coladas aleatoriamente ao longo da projeção. É bizarro, meus amigos, pois um roteiro mais coeso, uma direção um pouco menos aleatória... fácil entender porque deu errado, chato perceber a criatividade presente e difícil pensar em como corrigir, pois haviam nomes competentes na produção.

Lendo a respeito, o estúdio apostava mais na figura de Rodman que na de Van Damme, já desgastado pelo seu temperamento nos estúdios. O próprio trailer destaca bastante a figura do jogador de basquete, que ainda estrearia uma fita de ação aparentemente bastante embaraçosa chamada Busca Explosiva e não fez nada muito digno de nota, no mundo do cinema. 

A verdade, meus amigos, é que eu queria muito ter gostado de A COLÔNIA; entretanto, eu realmente achei o filme todo muito fraco, quase embaraçoso. Mesmo com todas as ideias razoáveis, o elenco intrigante, bom diretor e boa vontade, não adiantou. Ainda assim, espero adquirir em breve GOLPE FULMINANTE, a segunda parceria de Van Damme e Tsui Hark, e uma outra fita que, num saudoso passado remoto, eu aluguei e tenho quase certeza de que gostei da obra.

quinta-feira, 20 de junho de 2019

Midnight Express #008 - A volta (Dá para acreditar que a última dessas foi em 2016?)

As Falsas Tatuagens (Les Faux Tatouages, 2017)

Meus amigos, que filme incrível. Após seus curtos 86 minutos, eu fiquei por um longo tempo pensativo, refletindo sobre um par de coisas. Desde o fato de ser um tipo de história a qual eu já fantasiei por muito tempo, o excelente uso da música no seu decorrer, até a riqueza no storytelling que não subestima o expectador - para mim, tudo funciona em AS FALSAS TATUAGENS. É uma história de amor com a música punk como pano de fundo, sem inovações ou piruetas narrativas - apenas uma bela trama muito bem contada. 

Possivelmente, meu lado adolescente foi capturado pela obra, mas impossível não destacar a duração precisa do filme e a mensagem já batida de que muitas coisas maravilhosas em nossas vidas não duram para sempre. Lembrou-me os maravilhosos filmes do John Hughes dos anos 80, uma ótima leitura atual de uma trama que se tornaria clássica nas mãos dele. Aliás, não há dúvidas que, se fosse uma produção norte americana, certamente teria conquistado um público muito maior. Definitivamente, terei este filme e sua trilha sonora na minha coleção. E quem conhecer a protagonista Rose-Marie Perrault, faça o favor de lhe passar meu telefone...

Armas Lendárias da China (Shi Ba Ban Wu Yi, 1982)

Quem tem netflix, tem de aproveitar porque tem muito filme chinês dando mole no catálogo, do maravilhoso universo da Shaw Brothers. ARMAS LENDÁRIAS DA CHINA é um título menor, com bastante ação e a presença sempre magnética do Gordon Liu, mas em termos de história e ritmo, o filme é um pouco intrincado e eu diria até meio confuso. Ainda assim, a linda paleta colorida, as belas lutas, o bonito som do idioma, as atuações exageradas  - todos os elementos que me tornaram apaixonado por esse tipo de cinema estão ali. Recomendo para fãs já iniciados.

A Última Fortaleza (The Last Castle, 2001)

Caramba, como eu gosto desse tipo de filme. Após uma injusta condenação, um lendário general americano é mandado para uma prisão militar, onde acabará entrando em um embate com o diretor da prisão. Robert Redford é o general e o saudoso James Gandolfini é o diretor da prisão, numa atuação incrível. Delroy Lindo e Mark Ruffalo são coadjuvantes de luxo. É um roteiro diferenciado, meus amigos, uma excelente construção de personagens com intérpretes inspirados. Há uma grande mistura de generos: filme de prisão, thriller militar, filme de tribuna, etc. Talvez, poderia ter pegado um pouco mais leve no drama em seu desfecho, mas ainda assim uma bela gema escondida da década passada.

Jogo de Espiões (History Is Made At Night,1999)

Foi uma interessante sessão: Bill Pulmann e Iréne Jacob estrelam este barato thriller de espionagem passado na Finlândia. Tudo gira em torno de uma fita de sacanagem com segredos militares russos e o interesse despertado na mesma pelos dois lados antagonistas da Guerra Fria. É aquele típico filme da saudosa sessão Supercine - produção de baixo orçamento, com dois atores conhecidos, sem muita ação, muito falatório, trama meio boba e tem até uma trilha sonora de free jazz bem maluca. Eu adoro esse tipo de produção, mas sei bem que sou minoria. Certamente, cai muito bem numa noite de chuva e um bom copo de chocolate quente. 

Os Amantes do Círculo Polar (Los Amantes Del Circulo Polar, 1998)

Mais um filme gélido, com a Finlândia de pano de fundo, mas muito mais artístico - OS AMANTES DO CÍRCULO POLAR é uma melancólica história de romance sobre dois adolescentes que se apaixonam quando crianças e, pelas circunstancias estranhas do destino, acabam vivendo um romance proibido. Dirigido por Julio Medem, um cineasta espanhol conhecido dos aficionados pelo cinema cult europeu, a obra é uma das mais melancólicas que já assisti, até seu desfecho surpreendente. É bonito e triste, bem filmado e com uma linda fotografia. E era um dvd que eu procurava há muitos anos para integrar minha coleção.

Furie (2019)

Meu primeiro filme do Vietnã, FURIE é uma fita de ação bem típica para quem gosta do gênero e já assistiu seus exemplares mais famosos. A trama gira em torno de uma mãe enfrentando tudo e todos em busca de sua filha. É legal ver a protagonista tomando porrada e ainda assim indo pra cima da bandidada, mas é notável a influência  do cinema sul-coreano na narrativa, quando o diretor resolve encher sua obra com drama, uma decisão pra lá de questionável. Lá pela metade da película, aparece o irmão da protagonista, que não adiciona porcaria nenhuma a não ser alguns irritantes minutos a mais. Foi legalzinho, mas só aguento uma dose.

The Dirt (2019)

Esqueçam as críticas que detonaram este filme injustamente: THE DIRT é uma cinebiografia divertidíssima (e em alguns momentos, bem chocante) da banda de Hard Rock Motley Crue - banda aliás que nunca me cativou, mesmo eu tendo uma fase que adorava esse tipo de som. O elenco está OK e a direção tem personalidade, mas definitivamente o chamariz do filme são as "anedotas" (ou melhor, loucuras) que permearam a história da banda durante seus anos gloriosos. Em alguns momentos, funciona quase como uma comédia bem escatológica (a cena com o Ozzy é, de fato, grotesca), mas há espaço para drama pesado e não tão bem executado. Me divertiu e quem estiver procurando um divertimento mais ligeiro, pode assistir sem compromisso - THE DIRT cumpre essa missão.

Kardec (2019)

Deixando de lado crenças, fé ou pitacos alheios, o Espiritismo pode render uma interessante série de histórias que cairiam bem como filme. A história de seu criador, Alan Kardec, poderia ser uma bela cinebiografia, mas fica muito aquém de seu potencial. A pobreza da produção é notável, assim como a fotografia escura e a sonoplastia ruim. Porém, o que mais incomoda é o roteiro precário e juvenil, totalmente sem ritmo, que empilha informações do biografado sem decidir qual rumo tomar. Os diálogos então... Acredito que é um território interessante a se explorar pelo cinema nacional, mas os amadorismos da produção precisam ser superados.

Holmes e Watson (2018)

É assustador perceber que o último filme protagonizado pelo Will Ferrell que eu realmente gostei foi de 2007 (Escorregando para A Glória). Tudo o que você leu de ruim sobre este filme está correto, além de um tenebroso agravante - o filme não é engraçado. A ideia de Ferrell e Jon C Reilly como Sherlock Holmes e Watson só funciona no papel mesmo. As piadas são ruins, a trama não é envolvente e o filme parece ter umas 4 horas de duração. Tem uma ou outra sacada até indutora de sorrisos (como a paródia ao filme do Guy Ritchie), mas no geral é uma grande farsa. Precisamos de um bom filme seu, Will!

Vingadores Ultimato (Avengers: Endgame, 2019)

O culto à Marvel é bem cansativo e xarope, mas convenhamos que eles entregam sim ótimos entretenimentos e não há como negar o esforço e a competência no encerramento da saga de seus heróis. Eu consegui assistir o filme no dia da estreia e me surpreendi com a sala lotada e absolutamente comportada durante a sessão - um fenômeno que por si só já é histórico em tempos de público mal educado em salas de cinema. 

Como amante de histórias em quadrinhos, eu vibrei junto nas diversas cenas épicas que o filme reserva, incluindo uma batalha final realmente espetacular. A junção de um elenco tão impressionante e o roteiro que reserva bons espaços para todos os seus MUITOS personagens (além de focar no drama com alguns personagens como o Gavião Arqueiro - um dos meus favoritos) são históricos. Talvez, minha maior crítica ao filme é que o filme é bastante previsível ao contrário do seu antecessor no que tange a história. Porém, VINGADORES ULTIMATO reserva muita emoção real e bem feita. Ao final, foi um evento mundial que eu gostei de fazer parte do meu jeito, pois por alguns momentos me senti um adolescente numa sala de cinema, sem o peso opressivo de celulares e conversas paralelas durante a sessão. 

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Uma Pequena Homenagem ao Rubens Ewald Filho



Foi com certa tristeza que eu recebi a notícia do falecimento de Rubens Ewald Filho, o nome mais conhecido da crítica especializada de cinema do Brasil. É estranho, pois nunca acompanhei o trabalho dele de muito perto, mas sempre o reconheci como especialista em cinema, desde muito novo, quando devorava as revistas SET e sempre via o rosto dele nos anúncios de Guias de Lançamentos para o mercado de vídeo. 

Lamentavelmente, ele foi vítima do famigerado politicamente correto e policiamento moral que assombra nossa sociedade em tempos atuais, levando a um injusto afastamento dele na transmissão do Oscar deste ano, na TNT - uma transmissão, aliás, rotineiramente bem ruim cuja salvação eram os comentários pontuais dele. Há de se pensar no impacto dessa perseguição a sua saúde.

Como crítico, Rubens Ewald Filho sempre assumiu sua função de maneira muito qualificada, o que pode confundir muita gente, pois um crítico não está nessa função para agradar ou desagradar ninguém. Ele omite opiniões embasadas, um ponto de vista especializado, uma lanterna que poderá apontar qualidades reveladoras ou pequenos defeitos escondidos. 

Certamente deixará uma lacuna, especialmente em tempos de opiniões tão infectadas de "patrulhamento da moral e bons costumes" assolando a vida de todos nós. Espero que você passe a eternidade vendo todos os filmes que você sempre amou, Rubens. Voe alto!