segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

In Memorian: John Barry (1933-2011)











Chico Xavier (2010)



Bela cinebiografia do médium mais famoso do Brasil, Chico Xavier. Ao contrário de Nosso Lar, outra obra espírita lançada em nossos cinemas ano passado (você pode ler a crítica aqui), Chico Xavier não possui o tom didático de Nosso Lar. Eis aí o grande mérito do filme de Daniel Filho: humanizar seu personagem principal e permitir que o público simpatize com o personagem e até se identifique com o mesmo, sem propagandear crenças e doutrinas espirituais.

Trata-se de um filme de narrativa elegante, com saltos do passado para o presente bastante coerentes. Acompanhamos a vida de Chico, enquanto ele é entrevistado num programa de Tv, e o drama de um casal que perdeu seu filho recentemente; a mãe busca respostas no espiritismo e o pai é descrente e amargurado. Perto de seu epílogo, as tramas se entrelaçam, revelando uma coexão do médium com o casal para a comunicação com o filho morto.

Superior a MUITOS outros filmes nacionais lançados durante o ano passado, Chico Xavier reúne um belo trabalho de direção, roteiro, montagem e edição, sustentado pela ótima performance de Nelson Xavier. Trata-se de uma feliz experiência cinematográfica brasileira, com seus defeitos e acertos (por exemplo, achei o som do filme, particularmente durante a infância de Chico, muito ruim). Mas, somando-se todos estes aspectos, tem-se, de fato, um ótimo filme nacional.

Meu Vizinho Mafioso (The Whole Nine Yards, 2000)


Na década de 90 e início da década passada, foram produzidas muitas comédias que parodiavam o mundo da máfia. Meu Vizinho Mafioso é só mais uma produção desta leva, estrelada por Matthew Perry – que praticamente reprisa seu papel mais famoso: o Chandler da série Friends. Não que isto seja ruim, afinal ele era o mais engraçado do programa. Neste, ele interpreta um dentista perdedor que ganha um novo vizinho: um mafioso delator (Bruce Willis), ameaçado de morte por outros criminosos. Várias caras conhecidas passam pela tela como Michael Clarke Duncan e Natasha Henstridge, mas a grande surpresa da obra é Amanda Peet, surpreendente e talentosa como a assistente do dentista. Garante boas risadas e diverte durante a projeção. Precisa de algo mais para uma comédia?

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Risco Duplo (Double Jeopardy, 1999)

Eficiente fita de ação com uma trama bem estruturada, elenco competente e direção segura, do veterano Bruce Beresford. Ashley Judd é acusada (injustamente) de ter matado o marido (Bruce Greenwood); na prisão, ela descobre que o patife está vivo e arma sua vingança levando em conta um artigo nas leis americanas que determina que uma pessoa não pode ser julgada pelo mesmo crime duas vezes. Assim, ela poderá matar, de fato, seu marido e recuperar a guarda de seu filho. Tommy Lee Jones encarna o oficial de condicional que persegue Judd após sua saída da prisão.


Nada de vinganças elaboradas: aqui, o negócio é matar o marido, levar o filho embora e tocar a vida. Apesar de ter alguns furos em seu roteiro, Risco Duplo é um bom filme, sem cenas de ação mirabolantes ou uma direção "pseudo-estilosa". Tem-se um filme onde a estória tem importância e os atores realmente atuam. Um filme de verdade.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Trailer da Semana: The Midnight Son (2010)

É preciso procurar, com muito afinco, um exemplar atual sobre vampiros vindo dos EUA que valha a pena assistir. Afinal, com Crepúsculo e seus derivados, estes seres fantásticos ficaram relegados a tramas superficiais e infantis, obras encomendadas para roubar o dinheiro de adolescentes (e de alguns adultos também).

Bem, o trailer abaixo é uma pequena joia vinda do cinema independente norte-americano, com chance nula de se ver em nossas salas de cinema. Trata da estória de Jacob, um solitário rapaz que vive em isolamento em razão de uma doença de pele que o impede de ficar exposto a luz solar. A tal doença também o força a beber sangue humano, tornando-o uma espécie de viciado.

Eu não me recordo de nenhum filme tratar o vampirismo como uma doença, o que já torna a obra atraente. Pelo trailer, temos um filme sério e adulto, sem firulas e romance piegas; um filme de vampiro de verdade, algo que anda em falta em falta nos EUA, desde, provavelmente, Entrevista com um Vampiro. Enfim, é torcer para achar o filme e divulga-lo. É preciso incentivar o bom cinema e, principalmente, a criatividade.


sábado, 22 de janeiro de 2011

Evidências de um Crime (Cleaner, 2007)


Sábado à noite é sempre um momento muito peculiar da semana inteira, especialmente se você ainda for jovem. Afinal, há duas alternativas: ou você sai com seus amigos para farrear, ou você fica em casa e encara uma sessão de cinema proporcionada pela tv aberta. Bem, quando eu era mais jovem, eu não tinha o hábito de sair muito, por isso eu costumava assistir com meu pai um daqueles policiais e thrillers que passavam (e ainda passam, mas não com a mesma frequência de antes) no Supercine, uma das mais charmosas sessões de cinema da tv Globo.

É estranho, mas sinto certo carinho pelos filmes exibidos no Supercine. Talvez por que eu passei parte de meus sábados noturnos vendo obras como este Evidências de um Crime - um thriller comum, sem muitos atrativos e com uma reviravolta não muito surpreendente em seu desfecho; em suma, um típico filme do Supercine ...

Então, acho que nem preciso dizer que gostei de Evidências de um Crime (mais uma tradução bisonha de título de filme). Trata-se de mais um roteiro sobre queima de arquivos, corrupção na polícia e traições. Contudo, a obra nos reserva algumas coisas bacanas, as quais tentarei apontar neste texto.

Acompanhamos Tom (Samuel L. Jackson) um ex-policial, viúvo, com uma filha adolescente, que trabalha num serviço incomum: ele possui uma empresa de limpeza especializada em limpar ambientes onde pessoas morreram – especialmente, cenas de crimes. Tom filosofa sobre seu trabalho, afirmando como ele ajuda na superação do sofrimento das pessoas, removendo manchas e sujeiras, para que a vida siga em frente.

A obra lembrou-me, neste aspecto o excelente filme mexicano Bajo la Sal, que eu comentei ano passado (clique aqui para ler a resenha). No thriller mexicano, o personagem principal era um rapaz que trabalhava numa funerária – ocupação que exerceu uma influência decisiva sobre a natureza do rapaz e para a própria trama da estória. Em Evidências de um Crime, o trabalho de Tom norteia a obra inteira, revelando seu isolamento, assim como ocorria na obra do México.

Tom é chamado para realizar a limpeza de mais uma cena de crime. Ele faz seu trabalho normalmente, apesar de não ter encontrado ninguém em casa (a chave estava debaixo de um vaso de flores) e, quando retorna no dia seguinte para devolver a chave que esquecera no bolso, ele descobre que a dona da casa (Eva Mendes) não contratou seus serviços.

Para piorar a situação, o marido desta mulher, ligado a um esquema de corrupção a polícia, acabou de desaparecer. O desaparecido iria testemunhar contra um chefão da policia, queimando muita gente com suas provas. E um dos que seriam prejudicados seria o próprio Tom, que se envolveu com os corruptos para dar um fim no assassino de sua esposa.


A polícia ainda não está atrás dele, mas quando investigarem o caso a fundo, é óbvio que desconfiarão de Tom, afinal, além de ter motivo (descobririam sua sujeira na época em que era policial), ele limpou a cena do crime. Tom associa-se então ao seu ex- parceiro (Ed Harris) e à mulher do falecido para investigar sobre este assassinato.

O argumento é interessante, mas não há como negar que o desenrolar da obra não impressiona. Nesse sentido, Evidencias de um Crime é uma obra muito convencional. Mas esquecer das qualidades da obra seria muita negligência de minha parte.

A maior destas qualidades seria, com certeza, a atuação de Samuel L. Jackson. O homem mostra seu excelente trabalho nesta obra, fazendo-nos esquecer de cagadas em sua carreira como Spirit, Triplo X e O Cara. Harris e Mendes são os coadjuvantes sem muito destaque. Participa ainda da obra Luiz Guzmán, que também está ótimo como o detetive (oficial) encarregado das investigações.
A direção da obra ficou com o finlandês Renny Harlim, que já foi muito cogitado em Hollywood e agora mostra seu talento em filmes menores como este aqui. E pensar que este cara dirigiu dois filmes de ação muito divertidos nos anos 90: Duro de Matar 2 e Risco Máximo.

É fato que Evidências de um Crime não é uma obra memorável. Mas eu garanto que ela irá entreter os fãs de thrillers, nem que sejam por míseros 90 minutos de um sábado à noite. E, muitas vezes, é disso que precisamos.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Skinheads - A Força Branca (Romper Stomper, 1992)

Tintas surpreendentes colorem esta fita australiana, que aparenta falar apenas sobre neonazistas em Melbourne. Entretanto, a obra é um denso retrato de um triângulo amoroso entre dois jovens skinheads e uma moça com a vida muito problemática. Mais preciso ainda seria dizer que a obra é, na realidade, o retrato de uma juventude descaminhada e desvairada, praticante de atos desprezíveis que, apesar de sua falta de senso moral, ainda são humanos.

Trata-se de uma abordagem muito ousada do diretor Geoffrey Wright, que prende a nossa atenção até o aterrador epílogo da obra. Afinal, não conheço qualquer outro filme que tenha retratado os neonazistas da maneira como foi feita aqui. Maniqueísmo passa longe de seus personagens. Até mesmo Hando, o líder da gangue interpretado com muita força por Russell Crowe, é um ser humano capaz de ser acuado e aterrorizado pela polícia. Seu braço direito, Davey (interpretado por Daniel Pollock, que cometeu suicídio após término das filmagens) é um sujeito legal, apesar de surrar vietnamitas pelas ruas e sair quebrando lojas. E, para fechar o triângulo, temos a jovem Gabe (Jacqueline McKenzie) que tem uma vida de merda e encontra um abrigo na gangue de Hando.

Skinheads foi um filme que causou muita polêmica depois de seu lançamento. O diretor e roteirista Wright trocou cartas com um líder de uma gangue neonazista, que cumpria a sentença de prisão perpétua, sendo Hando a encarnação deste criminoso. Vários dos personagens da obra, incluindo Davey e Gabe são baseados em pessoas reais, que conviveram com o "Hando real". Wright ainda conviveu com alguns skinheads que chegaram a participar da produção do filme, mas se retiraram durante o processo de filmagem por não gostarem do rumo que a estória tomava.

Interessante observar a reação que este filme causou em certas partes do mundo, especialmente na Austrália, onde foi realizado. Na época, um juiz australiano, durante o julgamento de um homem por assalto, disse ao acusado que ele deveria assistir ao filme e escrever uma dissertação de 5 páginas sobre o mesmo!

Entretanto, muitos não gostaram da obra, condenando sua violência, linguagem forte e o próprio tema. No Reino Unido, a Liga Anti-Nazista tentou barrar o lançamento da obra, devido a visão de jovens neonazistas humanos imposta por Wright. Acreditava-se que o fato do filme não condenar a violência nazista poderia dar confiança aos nazistas britânicos. A obra chegou a ser recusada num cinema em Glasgow. Contudo, o filme não endossa a violência.


Tanta polêmica é claro atraiu as atenções ao diretor e o astro da fita, Crowe. Numa entrevista, Wright afirmava que "estava feliz por desagradar tantas pessoas". Pasmem que não só a Liga Anti-Nazista protestou contra a obra, mas os próprios neonazistas protestaram contra a obra.

E filmes polêmicos como Skinheads são essenciais para se assistir. Por quê? Porque são obras que nos impedem de ficarmos em cima do muro, sem formarmos uma opinião. Trata-se de um filme aterrorizante e ousado em seus princípios, que merece ser conhecido. Afinal, até os monstros podem ser humanos? Neste filme, caros leitores, a resposta é afirmativa.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Presságio (Knowing, 2009)


Daria tudo para ser um filmaço de ficção científica, mas ao final de Presságio, percebe-se que tudo não passou de uma grande perda de tempo. E olha que Nicolas Cage não está nada mal na pele de um astrofísico que recebe uma sequencia de números os quais indicam as datas, localidade e o número de vítimas dos últimos grandes acidentes e atentados ocorridos ao redor do mundo. Existem mais três que iram acontecer e o cientista tentará impedi-los e descobrir mais sobre o mistério em torno de tais números.

Eis aqui um exemplo clássico de argumento sensacional bolado por algum roteirista que simplesmente não conseguiu desenvolvê-lo de maneira convincente ao longo da estória. No clímax de Presságio, percebe-se que a tal lista com as catástrofes não tinha nenhuma finalidade, a não ser impressionar os personagens do filme e prender nossa atenção durante a projeção. Uma pena quando boas ideias, como esta, são desperdiçadas.

As cenas de desastres são verdadeiramente impressionantes. Equiparam-se à magnitude de 2012, outro filme desse subgênero que pisou no tomate (veja a minha critica sobre 2012 aqui). Apesar da competente atuação de Cage e da direção segura de Alex Proyas, o filme simplesmente não convence em seu epílogo, apesar de sua quebra de clichê. Poderia sim ter dado um resultado muito melhor.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Os Três Mosqueteiros (The Three Musketeers, 1948)

Um dos clássicos da literatura universal, Os Três Mosqueteiros já sofreu várias adaptações. Esta aqui, estrelada pelo atlético e carismático Gene Kelly, é o filme de aventura perfeito: divertido, com belas cenas de ação (mérito de Kelly, sem sombra de dúvida) e uma estória envolvente e bem adaptada.

A escolha de elenco ajudou muito, com Gene Kelly perfeito como D'Artagan , Van Heflin como o profundo e galante Athos, Lana Turner como a traiçoeira Lady de Winter e, é claro, o grande Vincent Price como o surpreendente cardeal Richelieu. Price e Heflin dominam o filme quando aparecem; o primeiro com seu tom astuto e traiçoeiro; Heflin dá um show como o mais interessante dos mosqueteiros – um homem profundamente amargurado com seu passado.

As cenas de ação são belamente coreografadas; os duelos de espada são extremamente elegantes. Apesar de ter achado a obra um pouco longa (125 minutos), Os Três Mosqueteiros é um divertido exemplar de aventura que me divertiu muito durante sua projeção. Uma prova definitiva de que bons atores valem muito mais do que robôs gigantes ou explosões mirabolantes para se fazer entretenimento dos bons.

Pôsters Alternativos para A Origem

Que tal estas artes não-oficiais do filme A Origem? Eu gostei bastante!




quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A Origem (Inception, 2010)


Não me recordo o autor, mas existe um aforismo que resume muito bem o que Christopher Nolan fez em seu último filme: "A única forma de se conhecer um limite é ultrapassando-o". Nolan fez isto sobre todos os prismas possíveis numa obra cinematográfica: desde os pôsteres da campanha publicitária até a trilha sonora – Nolan implodiu a nossa limitada visão de filme inteligente com esta verdadeira maravilha. Não sei se revolucionário é uma palavra muito forte para o filme, mas inesquecível encaixa-se com precisão.

Seria muita ousadia da minha parte tentar esboçar uma sinopse digna para a obra. Basta sabermos que o filme mexe com o universo dos sonhos, todas as suas nuances e possibilidades. Consegue ser uma obra onírica (especialmente em seu visual, absolutamente inovador) e racional (com seu roteiro simplesmente perfeito), sé que isto é possível.

A escolha do elenco foi inspirada: desde novos talentos como Tom Hardy, Joseph Gordon-Levitt e Ellen Page que se destacam perto de excelentes atores já consagrados como Michael Caine, Cillian Murphy, Ken Watanabe,Pete Postlethwaite, Marion Cotillard e Leonardo DiCaprio, todos excelentes. Não houve uma seleção de elenco tão inspirada quanto esta no ano passado.

E o mais interessante é que A Origem é um filme inteligente, elaborado e divertido. Trata-se do entretenimento perfeito e, porque não, o filme perfeito.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Nacho Libre (2006)


Olhem as postagens abaixo: vocês perceberão que eu comentei sobre 3 comédias; para os que tiveram paciência de ler todas as resenhas, é possível que tenham notado um aumento gradativo dos elogios a cada filme. Bem, seguindo esta gradação, ficou muito adequado eu deixar minha opinião sobre Nacho Libre por último. Afinal, trata-se de uma das comédias mais legais que eu já assisti.

Apesar de não ser uma das obras mais conhecidas do comediante Jack Black, arrisco dizer que é seu melhor trabalho como comediante. Aqui, ele interpreta um monge chamado Nacho, que trabalha na cozinha de um mosteiro, cozinhando para os outros monges e para as crianças órfãs que vivem com os religiosos. Apesar de adorar as crianças, Nacho não está feliz com sua vida, pois ele tem uma grande paixão secreta e proibida por sua religião: a lucha libre.

Com a chegada da irmã Encarnación (Ana de la Reguera) ao mosteiro, Nacho resolve perseguir seu sonho; com a ajuda do "atlético" Esqueleto (Héctor Jiménez), ambos começam a lutar nos ringues de sua cidade. Mas precisará mais do que a vontade de Nacho para que eles não tomem uma surra a cada luta. Entretanto, mesmo perdendo, os dois ganham um bom dinheiro, o que os motiva a continuarem a ir aos ringues.

Jack Black está hilariante como Nacho, desde seu sotaque estranho até as cenas de luta, bem coreografadas e engraçadas. Jiménez também está engraçado como o afetado Esqueleto. A interpretação dos dois é decisiva para toda graça do filme. Entretanto, não há como não comentar a excelente direção de Jared Hess, também responsável pelo ótimo roteiro. Hess capturou aquele clima meio brega do México, misturado com o clássico Marcelino Pão e Vinho, de uma maneira muito bacana e atraente, dando um visual único para o filme.
Uma das coisas mais interessantes envolvendo a estória do filme é que o personagem de Black é baseado num padre mexicano conhecido como Fray Tormenta, que vestiu uma máscara de "luchador" para sustentar o orfanato que cuidava. Ele lutou durante 23 anos e, atualmente, se aposentou dos ringues e,apenas reza suas missas.
Nacho Libre é um filme extremamente engraçado e agradável. Trata-se, sem nenhum exagero, de uma das melhores comédias da década passada. Uma comédia de visual incomum e acima da média.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Se Beber não Case (The Hangover,2009)


Absolutamente original e engraçado, Se Beber não Case é uma comédia excelente. A escolha de elenco é perfeita (Bradley Cooper, Ed Helms e, principalmente, Zach Galifianakis, dão um show); os coadjuvantes, não raro, roubam a cena, como Ken Jeong (extremamente engraçado), Heather Graham (muito bonita e carismática) e Mike Tyson, interpretando ele mesmo numa ponta muito bacana. Sem falar também no cantor sem noção do casamento, interpretado por Dan Finnerty.

As atuações são ótimas, mas o grande mérito de Se Beber não Case recai sobre o seu roteiro excelente. O argumento inicial (após uma despedida de solteiros, amigos perdem o noivo e não se lembram de nada) é imbatível; e o desenrolar da estória é engraçado e desesperador (afinal, os caras só fizeram cagada nessa fatídica noite e tentam descobrir no dia seguinte o que aconteceu). Em nenhum momento o roteirista apela para as soluções fáceis e clichês. Trata-se, afinal, de um divertimento de primeira e altamente recomendado.

sábado, 1 de janeiro de 2011

O Rei da Água (The Waterboy, 1998)

Existem filmes que só existem para divertir, nem que sejam por míseros 90 minutos de uma vida inteira. É o caso deste O Rei da Água, uma comédia tão boba e, por vezes, imbecil estrelada por Adam Sandler, que já flertava com o duo comédia/esportes muito antes de Will Ferrell. Neste filme em questão é o futebol americano o cenário para a estória do "lerdão" Bobby (Sandler), um simples filho de uma fazendeira linha-dura (Kathy Bates) que trabalha como o responsável pela água dos atletas durante o treinamento e o jogo.

Após ser demitido do time onde trabalhava (onde, também, era alvo de constantes humilhações), Bobby arranja emprego num time menor, bastante mal sucedido, liderado por um treinador excêntrico. Após sofrer provocações de um dos jogadores do novo time onde trabalha, ele resolve se defender, também por incentivo do treinador.

O time inteiro fica impressionado, pois Bobby dá uma pancada muito forte no provocador. O treinador vê nele a oportunidade de tirar seu time da lama, escalando Bobby na defesa de sua equipe. E é óbvio que o rapaz lesado irá levar esses azarões até a final, quando eles enfrentarão o time onde Bobby era humilhado.


Dá para perceber que o filme abraça todos os clichês possíveis. As atuações são todas propositalmente exageradas, intensificando os estereótipos do caipira sulista dos EUA. Nesse sentido, Kathy Bates está perfeita como a matrona arcaica, protetora e supersticiosa. Adam Sandler arranca algumas risadas genuínas com seu inocente personagem. Rob Schneider faz duas cenas como um caipira pirado – ele sempre faz uma pontinha nos filmes Sandler.

As cenas em que Bobby está jogando e surrando os atacantes dos times adversários são verdadeiramente engraçadas pelo exagero. Mas a maior parte do filme nos deixa com, no máximo, um sorriso no rosto. Mas, para mim, um sorriso no rosto é o que basta se observarmos a baixa qualidade das últimas comédias lançadas no mercado. Abaixo, as melhores cenas do filme, ou seja, as pancadas de Bobby durante o jogo.

Agente 86 (Get Smart, 2008)


A primeira vez que assisti a esta nova roupagem da série clássica Agente 86 foi bastante decepcionante. Eu tinha criado uma expectativa muito grande. Vários meses depois, coloco o disquinho em meu dvd portátil e qual é minha surpresa ao descobrir que Agente 86 é, de fato, uma boa comédia com boas cenas de ação e um elenco afiado. Steve Carrell prova que é um dos melhores comediantes da atualidade e tem cacife para segurar uma produção dessas sozinho. Os coadjuvantes abrilhantam o divertimento, especialmente Alan Arkin como o chefe e Dwayne "The Rock" Johnson, que já provou ter talento para a comédia (a cena do grampeador é imperdível).
É um belo divertimento, mas cá entre nós: Johnny English, que também parodia o universo dos espiões, é muito mais engraçado e memorável. Assim, Agente 86 diverte, mas se investisse mais na comédia e menos nas cenas de ação poderia ser bem melhor.