segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Após o Oscar, o Prêmio Dardos!

Meu amigo e editor do blog O Brado Retumbante, Weiner Gomes, agraciou o Midnight Drive-In com o Prêmio Dardos. Para quem não conhece, aqui vai uma descrição rápida: "O Prêmio Dardos é um reconhecimento dos valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras".


Meus sinceros agradecimentos ao Weiner, por se lembrar deste simples endereço eletrônico. É sempre motivador ver alguém que aprecie o nosso trabalho. Fica aqui também o meu convite para que visitem seu excelente blog O Brado Retumbante.



Sem mais delongas e seguindo a regra do jogo, escolhi outros 5 blogs para receber este selo:


Cine Café, equipe de blogueiros

Filmes para Doidos, Felipe M. Guerra

Linguagem Cultural, Felipe C.

Cine Monstro, Carlos Primati

Dementia 13, Ronald Perrone


Para aqueles que receberem o selo, sigam estas 4 instruções:

# Exibir a imagem do selo no seu blog.

# Linkar o blog pelo qual recebeu a indicação.

# Escolher outros blogs para receber o selo.

# Avisar os escolhidos.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Império dos Lobos (L'empire des Loups, 2005)


O mercado brasileiro de filmes vem sendo abastecido com uma considerável remessa do atual cinema francês de ação e filmes policiais. Quase sempre, estes filmes me agradam, pois apesar de apresentarem tramas já retratadas em outras obras, o cinema francês possui uma linguagem visual única, diferente da cacofonia de sons e explosões que inundam o cinema norte-americano atual. São obras inteligentes, com atuações relevantes – garantia de bom cinema.


Império dos Lobos é um ótimo exemplar desta safra, com atuações competentes e um roteiro labiríntico, cheio de reviravoltas e surpresas. A direção ficou com Chris Nahon, que também dirigiu O Beijo do Dragão e Blood: The Last Vampire.


A trama segue duas estórias: a primeira acompanha Anna (Arly Jover), uma mulher que está sofrendo com alucinações e uma amnésia que a impede de reconhecer o rosto do próprio marido. Desesperada, Anna procura a ajuda de uma psiquiatra para tentar revirar seu passado em busca de respostas.


A outra linha narrativa acompanha os policiais Netteaux (Jocelyn Quivrin) e Schiffer (Jean Reno), que investigam o brutal assassinato de três jovens turcas ilegais. Aos poucos, a dupla vai aprofundando suas investigações, mergulhando no submundo da máfia turca. E, aos poucos, as duas tramas se entrelaçam, formando um thriller dos bons.


Apesar de acelerar as coisas em seu epílogo, Império dos Lobos nos surpreende com uma trama vibrante e envolvente. Reno está ótimo como o policial conhecedor da máfia, com métodos nada ortodoxos de conseguir suas informações. Existe uma ponta de fantasia e absurdo no roteiro – não vou estragar a surpresa...

Vale lembrar que a obra é baseada num livro de Jean-Christophe Grange, mesmo autor de Rios Vermelhos, um filme muito elogiado que ainda não tive a oportunidade de conferir. Mas, segundo alguns sites que eu visitei, as duas obras possuem uma razoável semelhança.

Império dos Lobos é um belo exemplar policial do atual cinema francês. Um filme que vence com tranquilidade a torrente de mediocridade que inunda os filmes deste gênero. Mesmo com algumas falhas, vale a conferida pela trama envolvente e delirante, que nos surpreende a todo o momento.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Conduta de Risco (Michael Clayton, 2007)


O mundo dos advogados sempre foi um território muito explorado nos cinemas, desde a série televisiva Lei e Ordem até as adaptações de John Grisham; e é incrível como este gênero sempre se renova, mesmo com o enorme número de obras já lançadas. Conduta de Risco, que vem deste nicho, é um exercício cinematográfico maravilhoso, com um roteiro primoroso e uma interpretação muito bacana de George Clooney.

Em Conduta de Risco, tem-se um tenso diálogo sobre ética envolvendo um advogado que surta após descobrir segredos da empresa que ele representa (Tom Wilkinson), uma executiva em rápida ascensão nesta empresa (Tilda Swinton) e o advogado Michael Clayton (Clooney), que funciona como um ponto de equilíbrio entre a redenção moral do advogado, outrora voraz em seu trabalho, e dá empresária ambiciosa que não medirá esforços para evitar um processo contra a empresa que trabalha.

A obra não cai nunca no maniqueísmo, o que proporciona uma maior fascinação pelo trabalho de Tony Gilroy no roteiro. Têm-se linhas de diálogo maravilhosas (coisa cada vez mais rara em filmes americanos) como o monólogo inicial de Wilkinson, quando este tem sua epifania; outro momento genial da obra é quando Michael fala: "Eu não sou o sujeito que você mata; eu sou aquele que você compra.". De fato, é impressionante como o personagem de Clooney trafega, perigosamente, entre a decência e a falta de caráter.


Trata-se de um dos personagens mais profundos e interessantes que o cinema nos presenteou nos últimos anos. E Clooney captou-o de maneira sublime. Afinal, Michael reclama de seu irmão drogado e sem caráter, mas ele é um viciado em jogos, com um trabalho medíocre numa firma de advocacia e, na soma dos aspectos, um perdedor.


Conduta de Risco é uma espécie de filme muito rara em nossos tempos: uma obra inteligente e reflexiva, com interpretações estupendas e um roteiro não menos do que marcante. Simplesmente sensacional.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O Segredo do Céu (Night Skies, 2007)


Típica obra Sci-Fi de baixo orçamento sobre abdução alienígena, O Segredo do Céu é aquele filme desesperado em despertar um interesse em seu público, a fim de prender nossa atenção. Entretanto, à medida que todas estas tentativas vão falhando, nos damos conta que o filme é, na verdade, uma grande perda de tempo.


O diretor Roy Knyrim tenta de tudo: primeiro, afirma que o filme é baseado em fatos reais. Bem, uma parte disso é verdade, pois a estória se passa no Estado do Arizona, em 1997, durante a observação de ovnis na cidade de Phoenix – fenômeno conhecido como "As Luzes de Phoenix". No entanto, acreditar que a tal abdução ocorreu é critério e crença de cada um. Eu, por exemplo, não embarquei na ideia...


Knyrim tenta dar profundidade emocional a seus personagens, mas não adianta: tem-se mais um elenco estilo "Malhação", que mal consegue criar empatia conosco. Os clichês estão todos lá: o metido a machão, o engraçadinho, a vadia, a bonitinha com juízo... Sim, já conhecemos este esquema Knyrim!

Tem-se um trailer com um bando de jovens (cinco, para ser exato) rumando para Las Vegas. Após perder o controle da van, eles acabam chocando-se com um carro no acostamento de um veterano da Guerra do Golfo, que revela ter sido torturado na guerra (não que isto faça qualquer diferença para a obra, mas ele realmente fala isso, numa outra tentativa de dar densidade ao personagem).


A van não funciona, eles estão no meio do nada, um dos amigos se feriu gravemente com a batida – tudo já seria muito ruim, se não fosse por um pequeno detalhe: alguns ETs estão a espreita-los, e não demorará muito (teoricamente) até que todo mundo ali seja abduzido...


Até o filme chegar a tal abdução, o filme arrasta-se por longos 60 minutos de conversa fiada, pouquíssima tensão e previsibilidade absurda. Nesta parte da obra, cabe destacar os esforços de A. J. Cook e Jason Connery como a moça com juízo e o veterano de guerra, que não estão ruins em seus personagens tentando criar algum elo de relevância entre eles e a plateia. Ambos quase conseguem, mas o roteiro capenga não ajuda.


Na meia hora final, a obra para com os rodeios e mostra a tal abdução. A coisa que eu realmente achei bacana foi o resgate da figura de ET como um ser cabeçudo, com uma nave gosmenta e seus experimentos invasivos. Para quem curte Sci-Fi meio bagaceiro, o epílogo pode agradar. Mas o filme acaba inconclusivo e previsível, aborrecendo ainda mais o expectador.

Vale destacar a participação do eterno Worf, de Jornada nas Estrelas – Michael Dorn – na pele de um policial que só aparece na última cena do filme. Como o ator ficou famoso com sua maquiagem de Klingon, pode ser bem difícil reconhecê-lo.

Tem-se, afinal, mais um daqueles filmes que afundaram no pântano das boas intenções. Fica a impressão que o roteirista tinha um fiapo de estória, que o diretor tentou alongar para 90 minutos. Chato e previsível. Se você quiser ver um filme verdadeiramente legal sobre abdução assista Alien Abduction: Incident in Lake County (leia a crítica dele aqui): uma obra MUITO superior, mais assustadora, menos conhecida e ainda inédita em dvd. Pois é, vai entender essas distribuidoras...

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Boa vs Python (2004)


Uma obra ruim não deve ser tímida; deve assumir este defeito e contorná-lo, garantindo diversão para seu público específico: os amantes do cinema trash. Entretanto, quando um filme ruim tenta se levar a sério, esquecendo seu objetivo principal, o resultado é sempre catastrófico. Infelizmente, este é o caso de Boa versus Python.


A obra tem seus momentos de divertimento, mas se perde ao tentar dar alguma profundidade aos seus protagonistas e desperdiçando boas ideias. Enfim, tem alguns bons momentos, mas o filme em geral é de uma mediocridade imensa.


A trama é absurda e divertida: um milionário babaca (Adam Kendrick) resolve realizar um safári com uma cobra gigantesca. O réptil, que fora aprisionado, acaba escapando e indo para o subterrâneo de uma cidade. Um agente do governo convoca dois cientistas: uma especialista em golfinhos (Jaime Bergman, que não convence ninguém com sua carinha de colegial) e um especialista em cobras (David Hewlett) que cria uma cobra gigantesca para pesquisar um soro antiofídico universal – eficiente contra qualquer veneno de cobra. O plano é colocar as duas cobras para lutarem, enquanto eles monitoram tudo por meio de sensores e câmeras instalados na cobra do laboratório.

Só que surgem dois problemas: o milionário resolve continuar com o tal safári, reunindo um bando de caçadores excêntricos que, eventualmente, serão mais vítimas para as duas cobronas. Além disso, as cobras resolvem atacar os humanos ao invés de saírem no pau. O duelo entre as duas só acontece no final da obra mesmo.

Um dos erros em Boa versus Python é ser levado muito a sério pelos seus protagonistas. O único que aparenta estar se divertindo é Adam Kendrick, canastrão e cínico, principalmente no final da obra quando dá uma de Rambo, arrancando a camisa e atacando a cobra com um lança-chamas. São nestes momentos que o filme agrada, pelo exagero e absurdo.


Outra cena muito divertida é quando uma das cobras investe contra um casal que estava fazendo sexo num carro. O rapaz está fazendo sexo oral na moça quando é atacado e substituído pelo réptil, e a moça vai ao delírio. Em poucos momentos o filme assume sua real personalidade de trash, deixando de lado qualquer pretensão dramática.


Realmente, fica a impressão que a obra poderia ter sido mais bacana. Felizmente (ou infelizmente?), os filmes de duelo entre monstrões estão na moda. Esperemos que saia algum bom filme ruim desta leva que já nos trouxe atrocidades como Mega Shark versus Giant Octopus (leia a crítica
aqui) e este Boa versus Python.