domingo, 24 de outubro de 2010

O Guia do Mochileiro das Galáxias (The Hitchhiker's Guide to The Galaxy, 2005)

Com o anúncio de Martin Freeman como o protagonista de O Hobbit, surgiu uma excelente oportunidade para eu comentar sobre este filmaço que conferi na semana do saco cheio, adaptação do livro de Douglas Adams. Não vou me prender a detalhes sobre a produção, mas é lamentável como este filme não recebeu uma merecida atenção por parte do público.


Trata-se daquelas comédias que não arrancam risadas, mas nos fazem sorrir o tempo inteiro. As atuações exageradas estão de acordo com o espírito maluco da obra. O elenco, aliás, é fantástico que envolve talentos atuais como o próprio Freeman, Sam Rockwell, Mos Def e a maravilhosa Zooey Deschanel, além de astros consagrados como Bill Nighy, John Malkovich, Alan Rickman, Helen Mirren e Warwick Davis.


Este filme é um daqueles que você não dá nada no início e acaba amando após seu término. Uma surpresa muito bacana. Desligue do mundo por duas horas e divirta-se com esta saborosa aventura intergaláctica.

domingo, 10 de outubro de 2010

Trailer da Semana: Shaolin (2011)

SENSACIONAL! Até o presente momento, a produção mais esperada por mim para o próximo ano é este filme chinês, verdadeiro épico de artes-marciais. O estupendo trailer nos mostra pequenos takes de lutas que prometem ser fantásticas e uma sucessão de imagens belas e de tirarem o fôlego. De todos os trailer publicados nesta bagaça, este é o melhor até o presente momento.

Um Copo de Cólera (1999)


Engraçado que um amigo meu do cursinho perguntou-me, na última sexta-feira, se eu já tinha assistido a um filme tão chato, mas tão chato, que eu não conseguira terminar de vê-lo. Na ocasião, respondi que foram poucos. E, de fato, são poucos, mas para esta ínfima lista entra Um Copo de Cólera, produção nacional baseada no livro homônimo de Raduan Nassar. A estória é dividida em duas partes: sexo tórrido entre o casal protagonista (Alexandre Borges e Júlia Lemmertz) e uma discussão tão babaca entre os dois que não vale a pena nem comentá-la. Para vocês terem uma idéia da chatice, depois de uma meia hora de projeção, eu estava dormindo. Some à péssima edição as atuações canastronas do casal principal e o completo desinteresse que a trama exala sobre os coitados que resolvem assisti-la. Apesar de não ter lido a obra, fica clara a lição deixada por este filme: certos livros não deveriam ser adaptados para os cinemas...

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

John Lennon (70 anos)

Uma pequena homenagem de minha parte a este grande artista, inigualável e insuperável. Não há dúvida que seu legado resistirá para sempre. Obrigado por tudo, John!

domingo, 3 de outubro de 2010

Epidemia de Zumbis (The Plague of the Zombies, 1966)

Há umas duas semanas atrás, resolvi assistir a um filme. Sexta-feira à noite, DVD portátil ligado, coloquei no aparelho Epidemia de Zumbis, que eu comprei pela bagatela de 1 real no Makro, novo e embalado.


Para ser sincero, eu não esperava por muita coisa. Contudo, fui surpreendido por um filmaço da Hammer, com uma estória muito bem contada, excelentes atuações, direção competente e ritmo envolvente. E nós sabemos que estes fatores andam em falta no cinema de horror, vide o número de continuações, refilmagens e obras imbecis lançadas continuamente no mundo. Assim, nada melhor do que um bom filme de horror para animar nossas vidas!


Vamos para a estória: o médico Sir James Forbes (André Morell) recebe uma carta de seu melhor aluno, o doutor Peter Tompson (Brook Williams), que reside na Cornualha. Este escreve uma carta confusa e desconexa, pedindo a ajuda de seu antigo mestre para resolver um mistério médico que assola sua vila. Por pressões da filha (Diane Clare), ele resolve visitar seu ex-aluno.

Chegando até a vila, Sir James e sua filha logo percebem o clima pesado do lugar. Jovens saudáveis estão morrendo de maneira misteriosa e o pobre doutor Tompson não consegue achar uma cura para o problema, pois não o deixaram realizar autópsias ou qualquer outro exame post-mortem. E os moradores estão colocando a culpa destas mortes sobre os ombros do médico.


Dessa forma, a chegada de Sir James dá certa segurança a todos e ameniza as tensões na vila. Professor e pupilo resolvem investigar por conta própria o que está acontecendo naquela vila e acabam descobrindo algo aterrador: alguém está praticando vodu na vila, matando pessoas para transformá-las em zumbis!


Existem inúmeros pontos interessantes na obra, a começar por esta trama fantástica, que respeita a origem lendária dos zumbis – seres criados por feiticeiros vodus, que os servem como escravos. Eu, particularmente, não me lembro de ter assistido qualquer outra obra de zumbis que respeitasse essa origem (não estou desmerecendo os outros filmes de zumbi.

Aliás, o grande forte de Epidemia de Zumbis é a sua estória bem estruturada em tom de mistério. Não é um filme de sustos, contudo uma sequência merece destaque: o delírio do doutor Tompson, considerada uma das cenas mais assustadoras do cinema inglês – que nos causa agonia e pavor.


As atuações são muito boas, mas destaco André Morell, que empresta a seu personagem um tom aristocrático e cavalheiresco a seu personagem, pertinentes em sua condição de Sir. Brook Williams também está ótimo como o desesperado médico da vila.

Vale mencionar que o filme foi feito ao mesmo tempo em que o elogiado A Serpente foi filmado. Aproveitaram-se cenários para ambos os filmes, uma prática comum da produtora inglesa.


Com um belo script, ótima direção e elenco de primeira, Epidemia de Zumbis é um excelente exemplo de como se faz um bom filme de horror. Para os apreciadores, altamente recomendável!

Manic Street Preachers - (It's not War) Just the End of Love

A Minha banda preferida chama-se Manic Street Preachers. Eles lançaram um novo álbum, chamado Postcards from a Young Man (crítica da renomada revista britânica Nme, aqui). Posto aqui, o novo clipe deles, um duelo de xadrez entre um homem e uma mulher. Trata-se de um videoclipe muito bem feito, em plano-sequência, que conta com a participação do ator galês Michael Sheen, como o enxadrista. Tem o clima da Guerra Fria, quando enxadristas disputavam pela supremacia intelectual de suas nações. Para quem gosta de boa música, gosta de clipes bem feitos e quem conhece o trabalho da banda, trata-se de um vídeo indispensável; o melhor trabalho musical do ano, até agora!

sábado, 2 de outubro de 2010

Ichi: The Killer (2001)

Já se tornou um clichê falar sobre Takashi Miike e mencionar adjetivos como visceral, doentio e forte para suas obras. Entretanto, não há como escapar deste vício quando se tenta escrever algo sobre seu filme Ichi: The Killer – uma obra que se encaixa perfeitamente em torno destes adjetivos e outros mais...

Trata-se, afinal, de um cinema para poucos. Quem estiver apto a encará-lo, encontrará filmes de imagens chocantes e difíceis de esquecer; a narrativa quebrada e delirante, recheada de cenas desconexas; apuro visual, com tomadas modernas e originais; e, por trás de toda esta "parafernália", vê-se um cineasta atento e crítico, que olha a sociedade japonesa de uma maneira cruel e mórbida, sendo preciso em suas críticas.


Pelo menos, eu posso mencionar isso com segurança a respeito de Ichi: The Killer. Foi o meu primeiro contato com o cinema de Miike e, após a projeção, confesso que me senti desnorteado com a sucessão de cenas escatológicas e violentas. Entretanto, não há nada de gratuito na edição do filme.


Em cada fotograma, vê-se uma interessante crítica velada a uma sociedade fechada e diferente (para os nossos padrões), que é a sociedade japonesa. Miike não poupa o público, mostrando-nos a violência de maneira explícita e original. A cena da língua cortada é um exemplo: impossível não gemer durante ela.



O roteiro, adaptação da HQ de Hideo Yamamoto, explora alguns pontos críticos do povo japonês como a solidão das pessoas, a violência das gangues, repressão sexual e o bullying em escolas (como se isto fosse exclusivo deles). Pode parecer meio besta, mas durante o filme, essa análise fica velada, em razão da profusão de cenas visualmente poderosas e marcantes. Os mais desatentos, podem pensar que o filme é apenas uma obra exagerada e vazia, mas é exatamente o contrário.


Os dois personagens principais do filme são igualmente fascinantes em suas características psicológicas: Ichi (Nao Omori) é o sanguinário "herói" lunático, que sai matando bandidos de gangues rivais, causando uma encrenca terrível; Kakihari (Tadanobu Asano, um grande ator) é o sádico e demente líder da gangue dos Anjos, que está disposto a encontrar quem está por trás do sumiço do antigo chefão da sua gangue.


Forma-se uma verdadeira perseguição, por parte dos bandidos, em busca de Ichi, mas durante o filme inteiro, eles ficam perdidinhos, com Ichi despachando seus membros aos poucos. E ele o faz de maneira EXTREMAMENTE violenta e sangrenta. Até o maluco Kakihari fica com medo, como ele mesmo diz perto do final da obra para um de seus comparsas. E olha que Kakihari é um sadomasoquista doido...

Difícil decidir qual a cena mais marcante; o fato é que a obra, como um todo, é dificilmente esquecível - especialmente os dois personagens principais, com minha preferência no vilão Kakihari, um dos personagens mais sádicos e doentios que eu já vi em um filme!

A linguagem exagerada, a violência exacerbada e a excelente direção de Miike tornam Ichi: The Killer um filme obrigatório e inigualável. Contudo, se for assisti-lo, não o faça perto de alguém que possa se ofender facilmente com o sadismo explosivo da película – ingrediente de sobra, num filme como este...