domingo, 29 de julho de 2012

Plano de Fuga (Get The Gringo, 2012)


Apesar de estar em baixa com, praticamente, toda população mundial, Mel Gibson continua a ser um dos meus atores preferidos. Seu último filme (cujo título nacional só será mencionado no topo dessa postagem, porque se trata de um nome muito babaca em relação ao título original – GET THE GRINGO!) é um típico filme de ação estrelado por ele, com uma variação do herói maluco e espertão sempre encarnado por ele.

Em GET THE GRINGO, o personagem sem nome de Gibson é encarcerado numa “prisão-cidade” no México, no estilo do Carandiru. Lá, ele se adaptará e tentará recuperar uma grana que ele perdeu para os policiais mexicanos corruptos que o prenderam. Ainda fará amizade com um moleque mexicano e descobrirá umas barbaridades envolvendo o bandidão da prisão.

O filme em si não apresenta nenhuma novidade narrativa e o roteiro é até meio banal. Mas eu adoro Gibson nesses personagens “porra louca” que ele vive desde os tempos de Máquina Mortífera. E o diretor Adrian Grunberg faz um bom trabalho, metendo uma estética suja e toda estilosa, como se Guy Ritchie fosse dirigir um filme ambientado numa prisão bem caótica. Além disso, o filme tem bastante violência, com dedos arrancados por alicates, operações clandestinas, granadas estourando bandidos, tiroteio em câmera lenta e toda firula que satisfaz um fã de filmes de ação.

Eu gostei bastante, mas devo admitir que GET THE GRINGO não traz nada de novo: é Mel Gibson, num personagem maluco, arrebentando tudo. Se você gosta de filme de ação, precisa de algo mais?

domingo, 22 de julho de 2012

Super (2010)



É meio triste ver certos filmes sensacionais não receberem a devida atenção da crítica e do público, caindo num mar comum de obras completamente esquecíveis e descartáveis. Não sei se Super chegou a ser negligenciado, mas vi poucos blogs comentarem sobre essa joia politicamente incorreta, cheia de loucura e genialidade que merece ser descoberta.

Frank (Rainn Wilson) é um cara meio fracassado, menosprezado por quase todos e que tem poucos motivos para viver, na visão dele. As duas cenas mais felizes da vida dele, segundo a narração do próprio personagem, foram quando ele ajudou um policial na captura de um bandido e quando ele se casou com sua esposa Sarah (Liv Tyler).


 O problema é que Sarah é viciada em drogas e, eventualmente, tanto pela postura patética de Frank quanto pelo próprio vício, ela abandona o marido medíocre para viver com seu traficante (Kevin Bacon), deixando Frank completamente arrasado e desesperado.

Pela própria personalidade medíocre, Frank se vê numa situação deprimente; Afinal, ele não tem força diante do ardiloso traficante para enfrenta-lo. Assim, em completo desespero, Frank irá assumir, após uma ajuda especial, a persona de Crimson Bolt, um justiceiro amalucado que ataca os bandidos na rua com uma chave inglesa. E, obviamente, Frank/Crimson Bolt irá recuperar sua mulher das mãos do bandido e seus ajudantes.

Para construir a figura do herói, Frank é ajudado por Libby (Ellen Page), uma vendedora de uma loja de histórias em quadrinho. Após fazer o uniforme e escolher sua (brutal) arma para combater o crime, Frank sairá aterrorizando nas ruas os malfeitores, de ladrões a pedófilos, aos poucos conquistando a opinião pública. O herói é extremamente violento e sua arma mostra todo seu poder ao vermos, de maneira bem explícita, a ferramenta partindo a cabeça de pessoas, literalmente.

O filme lembra bastante Kick-Ass, por revelar esse cara comum que sai com um uniforme ridículo nas ruas, mais apanhando do que batendo. Contudo, Super possui toneladas de dramaticidade a mais do que Kick-Ass, com um humor negro ainda mais afiado e uma trama mais interessante. Os dois filmes são parecidos até pela edição frenética, meio fliperama (na linha do maravilhoso Scott Pilgrin).


A obra conta com interpretações estupendas do elenco inteiro. Ellen Page encanta com sua personagem amalucada. Kevin Bacon está ótimo como o cínico bandido. Há Michael Rooker, sempre eficiente, como um dos capangas do bandidão. Há Liv Tyler, lindíssima e frágil. E claro há a estrela do filme, Rainn Wilson, simplesmente espetacular como o amargurado Frank. Rainn Wilson, que rouba a cena desde os tempos de The Office, arrebenta nesse papel, tanto no drama quanto no humor. Realmente, gostaria de ver mais filmes com esse cara.

Trata-se de um filmaço esse Super. Espero sinceramente que você considere assistir a esse filme, porque, para mim, este é um dos grandes filmes dos últimos anos. Sem dúvida estou de olho em novos filmes do diretor James Gunn e do Rainn Wilson.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

domingo, 8 de julho de 2012

The Liquidator (Likvidator, 2011)



Que tal um clone cazaque dos filmes do agente Jason Bourne? The Liquidator é um filminho de ação/espionagem razoavelmente interessante, sobre o assassinato de um jornalista chamado Marat (numa bacana referência ao dono de jornal morto durante a Revolução Francesa) e a vingança do irmão dele sobre os bandidos que ordenaram a morte.

A trama é a típica de um filme de vingança, com os todos os clichês possíveis e uma tentativa de surpreender o público no final da obra, que me pareceu coisa de roteirista bem amador. Sem falar no acréscimo de personagens e conflitos que são sumariamente ignorados ao longo da fita. 

 Os atores são bons, especialmente o irmão vingativo, que sabe fazer umas caras bem “badass” e o policial que fica em sua cola durante toda projeção. Há também a presença do brucutu inglês Vinnie Jones, que não fala nada no filme inteiro e só aparece lá pelos 40 minutos de filme. O cara só aparece em umas 4 cenas, dando a impressão de que tinha um contrato de um dia apenas, tamanha a rapidez de sua “atuação”.


O filme não inova em absolutamente nada. Além do idioma russo e as feições características do pessoal da terra do Borat, a obra é um mais do mesmo dos filmes modernos de espionagem. Eu, pessoalmente, não tenho nada contra esse estilão de filmar, mas fica cansativo ver tantas obras que copiam esses maneirismos. Falta de criatividade aos borbotões.
  
The Liquidator tem essas falhas, mas eu não deixaria de indicá-lo para os cinéfilos mais complacentes com ruindades cinematográficas. A obra conseguiu manter meu interesse boa parte do tempo e não é todo o dia que eu vejo um filme do Cazaquistão. Se você estiver no espírito para um filminho meio bobo, que tenta ser sério, falado num idioma diferente do inglês e com uma trama bem manjada, esse é o filme.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Alien vs Ninja (2010)



Imaginem um filme japonês com a estória do clássico Predador (um grupo de soldados fica preso numa floresta com uma criatura monstruosa caçando-os); troque, agora, os soldados americanos por ninjas e a criatura homônima de 1987 por um monstro bem parecido com o Alien de Ridley Scott; adicione lutas e as loucuras típicas do cinema japonês.

Pareceu-lhe estranho? Essa maluquice existe e atende pelo nome de Alien vs Ninja, produção da Sushi Typhoon, uma produtora japonesa especializada em filmes trashs e cinema alternativo, cujo catálogo inclui Mutant Girls Squad, Cold Fish e algumas outras pérolas (veja o site da produtora aqui).


Voltando para o filme desta postagem, fica claro que uma obra dessas está no mercado para divertir o seu público alvo. E, claro, embarcar na onda dos filmes de duelos (iniciada com o fraco Alien vs Predador) que esteve em moda durante um tempinho e só continua viva por causa do canal Syfy, que entrega pelo menos uma obra de dois monstros poderosos se enfrentando todo ano, tipo o horroroso Mega Shark vs Giant Octopus e o péssimo Boa vs Python (cujas as resenhas você pode ler clicando em seus respectivos nomes).

Ao contrário dos filmes anteriores citados, Alien vs Ninja é muito divertido, desde o seu início. E o melhor é que a obra não nega sua intensão; assim, o duelo entre Aliens e Ninjas (sim, é no plural mesmo!) ocorre em boa quantidade ao longo da projeção, não cansando o público diante da tosqueira não disfarçada da produção.

Não pense que as cenas dos duelos são ruins, porque não são. Apesar de utilizar a montagem recortada em alguns momentos, o filme conta com boas coreografias, especialmente de lutas de espadas. E o roteiro é inteligente ao colocar um belo duelo de espadas entre humanos lá pelo final da fita, com uma explicação razoavelmente plausível. É muito mais interessante você assistir dois atores habilidosos trocando golpes em movimentos incríveis do que um ator fugindo do alien o tempo inteiro.
 

O filme também não decepciona com seus péssimos efeitos especiais, cenas nojentas (cinema japonês, meu povo) e situações risíveis em geral. Obviamente que o filme erra a mão em alguns pontos, especialmente um personagem covardão que tenta ser alívio cômico, mas falha miseravelmente. Aliás, quando o filme tenta ser engraçado não há efeito algum. O humor involuntário é o que comanda.

Outra negativa é seu final, absolutamente desnecessário e que parece empurrar para uma futura continuação, sem nenhum sentido. Quase colocou a perder toda a babaquice (no bom sentido) anterior da obra. Até uma produtora como a alternativa Sushi Typhoon é regida pelos “princípios mercantis” de Hollywood?


Filmes ruins precisam ser incutidos da mentalidade de que diante de uma obra visivelmente péssima devem-se abraçar seus próprios defeitos para superá-los de maneira decente. É como quando você deixa cair os pratos de sua casa e começa a rir de si mesmo, junto de sua família: o humor pode atenuar uma cagada.

E, por isso, Alien vs Ninja se mostrou como um filme divertido e quase bom (com todo o respeito). Ao contrário de seus primos ocidentais, essa produção japonesa entendeu muito bem que um filme onde monstros (cujo visual lembra a mistura de um golfinho com os aliens incubadores de 1979) enfrentam ninjas superpoderosos não deve ser, sob nenhuma instância, levados a sério. Essas obras estão aqui para divertir e essa em questão fez isso muito bem. Não tem mistério.