sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Séance: The Summoning (2011)


 Um grupo de 4 jovens resolve brincar com espíritos num necrotério. O mais babaca deles (o ateu do grupo) acaba sendo possuído por uma entidade maligna iniciando uma caçada contra os outros. Nada de novo nesse misto de terror adolescente com filme de possessão, lembrando algumas esquecidas fitas de horror da década passada que acumulavam poeira nas locadoras (uma época boa).

O filme começa flertando com o novo vício do cinema de terror: o found footage, onde os personagens manejam a câmera dando a impressão (na teoria, que fique claro) de que o conteúdo do filme é real. Em SÉANCE: THE SUMMONING, essa mania é logo esquecida para o filme se tornar uma espécie de slasher, com o demônio num dos rapazes caçando o restante do grupo.

Apesar de o filme ser chato, a trama ser idiota e o final ser fraquíssimo, existem duas coisas muito curiosas, que valem ser mencionadas. A começar pela violência do filme, com algumas cenas gore bem interessantes: fraturas expostas, queimaduras, pescoços quebrados e bons efeitos de maquiagem.

Outro fator curioso é a trama de cunho extremamente cristão, com uma mensagem digna de aula de religião. Não quero dar spoiler, mas o filme deixa claro que a salvação só é alcançada quando se abraça os conceitos do cristianismo para combater o tal demônio do filme. A temática de possessão sempre esteve aliada ao cristianismo nos cinemas, mas nunca tinha visto um filme que começa questionando a religião e termina catequizando seus personagens e, por conseguinte, seu público.

Contudo, esses dois elementos não salvam o filme da mediocridade, especialmente com uma pobreza no tratamento dos personagens num roteiro muito preguiçoso. Os atores não são ruins, mas os personagens são péssimos, com frases horríveis e motivações piores ainda. Quando num filme você não consegue torcer nem para as vítimas ou para o vilão, você acaba torcendo pelo final do filme.


Sem falar que o filme tem algumas situações muito constrangedoras, incluindo um epílogo meio escatológico, inteiramente mal feito, que deixa tudo a desejar. Mas me surpreendi com o destino de um dos personagens, subvertendo algum clichê do gênero que garante a sobrevivência do mais “inocente”.

Enfim, são mais erros do que acertos e duvido muito que alguém possa gostar do filme. Contudo, os viciados em filme de terror podem dar uma espiada, porque a sessão não é inteiramente ruim, por aqueles detalhes que eu mencionei. Não digo que vale a pena, mas creio que os menos exigentes podem conferir. Afinal, nós, fãs do horror, estamos acostumados as tranqueiras que são lançadas todos os anos...

OBS: A garotinha da capa, saída de alguma fita de horror japonês não aparece em nenhum momento da fita, então não vá assistir esse filme imaginando algo como O Chamado. É só picaretagem da distribuidora que quer pegar algum fã desavisado.

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