E mais uma vez, o cinema europeu demonstra uma supremacia
no ato de contar estórias em relação ao atual cinema de Hollywood. Esse papo é
um pouco manjado até, mas não há como negar que filmes como O Garoto de
Bicicleta comprovam essa argumentação tranquilamente. O último filme dos irmãos
Dardenne (Jean-Pierre e Luc) é um belo drama sobre um garoto (Thomas Doret) que é abandonado pelo
seu pai (Jeremie Renier) que diz não ter meios de sustentar o menino. É uma
situação dolorosa, explorada de maneira sincera pelos diretores, sem apelações
ou fáceis julgamentos. O caso é que esse garoto irá se apegar a uma bicicleta e
a uma cabelereira (Cecile De France), com quem criará um vínculo praticamente
materno.
Não sou um iniciado no cinema desses dois irmãos, mas
achei interessante como o filme não busca muitas explicações sobre como uma
determinada situação chegou aquele ponto. Somos mandados para o filme
valorizando o presente, a cena em que os diretores focam suas lentes. É
interessante isso, pois não há a necessidade de enrolar a progressão da estória
com explicações, flashbacks ou qualquer outro recurso narrativo, dando um
imediatismo e uma valorização a estória únicos.
Pessoalmente, não sou um grande fã de dramas como este,
mas não posso negar a beleza de O Garoto da Bicicleta. São filmes como este que
mostram o poder “simples” que certos filmes ainda têm de contar uma estória,
sem apelação ou tecnologias. Para quem gosta de cinema mais sério (na contramão
dos filmes que eu geralmente comento por aqui), uma obra a ser conferida.
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