domingo, 3 de junho de 2012

O Garoto de Bicicleta (Le Gamin au Vélo, 2011)



E mais uma vez, o cinema europeu demonstra uma supremacia no ato de contar estórias em relação ao atual cinema de Hollywood. Esse papo é um pouco manjado até, mas não há como negar que filmes como O Garoto de Bicicleta comprovam essa argumentação tranquilamente. O último filme dos irmãos Dardenne (Jean-Pierre e Luc) é um belo drama sobre um garoto (Thomas Doret) que é abandonado pelo seu pai (Jeremie Renier) que diz não ter meios de sustentar o menino. É uma situação dolorosa, explorada de maneira sincera pelos diretores, sem apelações ou fáceis julgamentos. O caso é que esse garoto irá se apegar a uma bicicleta e a uma cabelereira (Cecile De France), com quem criará um vínculo praticamente materno.

Não sou um iniciado no cinema desses dois irmãos, mas achei interessante como o filme não busca muitas explicações sobre como uma determinada situação chegou aquele ponto. Somos mandados para o filme valorizando o presente, a cena em que os diretores focam suas lentes. É interessante isso, pois não há a necessidade de enrolar a progressão da estória com explicações, flashbacks ou qualquer outro recurso narrativo, dando um imediatismo e uma valorização a estória únicos.

Pessoalmente, não sou um grande fã de dramas como este, mas não posso negar a beleza de O Garoto da Bicicleta. São filmes como este que mostram o poder “simples” que certos filmes ainda têm de contar uma estória, sem apelação ou tecnologias. Para quem gosta de cinema mais sério (na contramão dos filmes que eu geralmente comento por aqui), uma obra a ser conferida.

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