domingo, 22 de julho de 2012

Super (2010)



É meio triste ver certos filmes sensacionais não receberem a devida atenção da crítica e do público, caindo num mar comum de obras completamente esquecíveis e descartáveis. Não sei se Super chegou a ser negligenciado, mas vi poucos blogs comentarem sobre essa joia politicamente incorreta, cheia de loucura e genialidade que merece ser descoberta.

Frank (Rainn Wilson) é um cara meio fracassado, menosprezado por quase todos e que tem poucos motivos para viver, na visão dele. As duas cenas mais felizes da vida dele, segundo a narração do próprio personagem, foram quando ele ajudou um policial na captura de um bandido e quando ele se casou com sua esposa Sarah (Liv Tyler).


 O problema é que Sarah é viciada em drogas e, eventualmente, tanto pela postura patética de Frank quanto pelo próprio vício, ela abandona o marido medíocre para viver com seu traficante (Kevin Bacon), deixando Frank completamente arrasado e desesperado.

Pela própria personalidade medíocre, Frank se vê numa situação deprimente; Afinal, ele não tem força diante do ardiloso traficante para enfrenta-lo. Assim, em completo desespero, Frank irá assumir, após uma ajuda especial, a persona de Crimson Bolt, um justiceiro amalucado que ataca os bandidos na rua com uma chave inglesa. E, obviamente, Frank/Crimson Bolt irá recuperar sua mulher das mãos do bandido e seus ajudantes.

Para construir a figura do herói, Frank é ajudado por Libby (Ellen Page), uma vendedora de uma loja de histórias em quadrinho. Após fazer o uniforme e escolher sua (brutal) arma para combater o crime, Frank sairá aterrorizando nas ruas os malfeitores, de ladrões a pedófilos, aos poucos conquistando a opinião pública. O herói é extremamente violento e sua arma mostra todo seu poder ao vermos, de maneira bem explícita, a ferramenta partindo a cabeça de pessoas, literalmente.

O filme lembra bastante Kick-Ass, por revelar esse cara comum que sai com um uniforme ridículo nas ruas, mais apanhando do que batendo. Contudo, Super possui toneladas de dramaticidade a mais do que Kick-Ass, com um humor negro ainda mais afiado e uma trama mais interessante. Os dois filmes são parecidos até pela edição frenética, meio fliperama (na linha do maravilhoso Scott Pilgrin).


A obra conta com interpretações estupendas do elenco inteiro. Ellen Page encanta com sua personagem amalucada. Kevin Bacon está ótimo como o cínico bandido. Há Michael Rooker, sempre eficiente, como um dos capangas do bandidão. Há Liv Tyler, lindíssima e frágil. E claro há a estrela do filme, Rainn Wilson, simplesmente espetacular como o amargurado Frank. Rainn Wilson, que rouba a cena desde os tempos de The Office, arrebenta nesse papel, tanto no drama quanto no humor. Realmente, gostaria de ver mais filmes com esse cara.

Trata-se de um filmaço esse Super. Espero sinceramente que você considere assistir a esse filme, porque, para mim, este é um dos grandes filmes dos últimos anos. Sem dúvida estou de olho em novos filmes do diretor James Gunn e do Rainn Wilson.

2 comentários:

  1. essa linha de filmes que procuram retratar seres normais tentando se transformarem em super-heróis é interessante e esse realmente foi um bom filme e bastante plausível.Boa lembrança.

    ResponderExcluir
  2. É verdade Fernando. Gostaria que mais pessoas procurassem assistir esse Super, pq é um ótimo filme.

    Obrigado pelo comentário!

    ResponderExcluir