A ascensão do nazismo e o período da 2° Guerra Mundial
sempre serão uma fonte inesgotável de filmes e livros. É triste, fascinante,
inacreditável e vergonhoso observar tais fatos históricos pela ótica
contemporânea do homem moderno (não tão diferente daquela época – não nos
iludamos) – com a variável temporal, que caracteriza o estudo da história em
si.
E mais interessante que a própria história é observarmos
um interessante revisionismo histórico, apresentado casos de alemães que se
levantaram contra o regime nazista, no momento em que o mesmo estava em
polvorosa. Quebra-se aí o maniqueísmo que se criou, diante das barbáries
cometidas pelos nazistas, após a 2° Guerra Mundial. Pode até ser uma ilusão
minha, mas a quantidade de histórias sobre alemães que não concordavam com o
regime ou nazistas que perceberam as atrocidades que seu regime cometia,
aumentou ao longo dos anos.
Amen segue essa linha ao acompanhar a história do oficial
da SS Kurt Gernstein (Ulrich Tukur), responsável por purificar a água que as
tropas alemãs bebiam no front. O que o cientista não sabia é que boa parte dos
compostos químicos seriam usados para dar cabo à infame solução final – morte
em massa dos judeus durante o holocausto. Após descobrir os planos do Reich,
Kurt tentará informar ao papa sobre o massacre de judeus, e o filme acompanha
sua jornada.
Acontece que Amen não busca apenas fazer uma justa
revisão histórica do personagem Kurt Gernstein, mas também fazer uma pesada
crítica à hipocrisia da igreja católica, especialmente neste período. Há,
entretanto, um representante de caráter desta instituição, o padre Riccardo
(Mathieu Kassovitz), que tenta divulgar a descoberta do oficial nazista pela
voz da igreja.
Trata-se de um filme do mestre Costa-Gravas, filmado
elegantemente e caprichado em seus detalhes. Apesar de ser desconhecido do grande público,
Amen merece ser redescoberto, tanto como filme histórico como crítica a Igreja
Católica.
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