quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Semana Melhores do Ano: Os 7 Filmes Favoritos de 2015

Suponho que esta seja a lista mais esperada do ano para quem acompanha o Midnight Drive-In. 2015 foi um bom ano para o cinema e para o blog. Oscilamos bastante em alguns meses, mas de uma maneira geral, foi um ano até ativo para esta casa virtual.

Não consigo pensar em ocasiões especiais envolvendo o mundo do cinema na minha vida. Mantive uma rotina de ir ao cinema e pude assistir na telona diversos lançamentos, apesar dos preços e a "3deficação" dos filmes me desanimarem, assim como algumas sessões serem premiadas com pessoas realmente desagradáveis na plateia, que não sabem se portar no cinema.

Minha coleção de filme tv belos acréscimos, que pretendo mostrar em alguma postagem e definir alguma programação futura para estas postagens nos anos vindouros (sim, acredito que o blog terá mais anos pela frente, mesmo com a falta de leitores e discussão, tomada pelas redes sociais).

Foi um ano interessantes, senhores, principalmente por ter sido bem sucedido (em quase todos os meses) em alimentar o blog com conteúdo. Ainda me sinto estimulado a continuar postando minhas opiniões, curiosidades, controlando esse pequeno espaço e compartilhando coisas legais com vocês.

Enfim, esse foi um ótimo ano e espero que 2016 seja ainda melhor. Sem tantos planos ou programações em mente, mas motivado a continuar e melhorar meu trabalho por aqui. Meu muito obrigado e um feliz ano novo!

7 - KINGSMAN
Um elenco afiado, um diretor talentoso e nada de se leva a sério - a melhor adaptação de quadrinhos do ano.









6 - PERDIDO EM MARTE
Um filme com uma fórmula bem fechadinha, mas é tudo tão bem calibrado, com um ator que adoro e um diretor que estava devendo um filme bom há pelo menos dez anos, que fui conquistado.




5 - BIRDMAN
É pretensioso? Talvez. Mas eu me diverti demais vendo esse filme fora dos padrões de Hollywood ganhando o Oscar. E quem se prendeu aos detalhes técnicos da obra e os preciosismos do diretor perdeu a chance de conferir uma comédia divertida.




4 - DIVERTIDA MENTE
Não sou um cara que acompanha desenhos no cinema, mas meu queixo permaneceu caído durante a projeção desta obra intocável. Extremamente profundo, sentimental e poderoso, um filme com milhares de mensagens para os adultos e de uma sensibilidade imensa. Merece indicação ao Oscar de Melhor Filme.

3 - WHIPLASH
Uma das melhores, senão A melhor, história de mestre e pupilo que o cinema já produziu. Uma das melhores, senão A melhor, história sobre o mundo da música que o cinema já produziu. Cinema dos bons, em toda sua técnica e representação, com um dos personagens mais marcantes dos últimos anos (cortesia da atuação perfeita de J. K. Simmons) e uma teia de interpretações e mensagens para o público, ainda impressionados com a projeção.

2 - MAD MAX - A ESTRADA DA FÚRIA
A melhor experiência que tive dentro de uma sala de cinema neste ano, o novo filme do australiano George Miller é seguramente uma obra prima do cinema. Um primor em seus aspectos técnicos, o filme é uma experiência cheia de adrenalina, como só um esporte radical podia proporcionar. Não existe nada que possa te preparar para a genialidade desta sessão de cinema, assim como nunca houve nada minimamente parecido com essa ópera de desespero, pancadas e gasolinas. Obra prima.

1 - TURBO KID
What?? Melhor que Mad Max? Na realidade, não. Por que está em primeiro lugar? Porque este foi o filme que me fez sonhar neste ano. Eu gostaria de ter atuado, dirigido, escrito, ter feito parte disso. Um daqueles filmes que te transportam, por algum motivo subconsciente e que você não consegue explicar, mas você fica tocado de alguma forma. Minha vontade após assistir esse filme é largar tudo e ir fazer cinema, é escrever histórias fantásticas como essa. Imperfeito, genial e necessário, desde que eu assisti, na minha vida.

Semana Melhores do ano: Os melhores Álbuns de 2015

Além de cinema e literatura, as músicas também são indispensáveis para minha vida, me salvar daqueles momentos mais chatos do cotidiano. Por incrível que pareça, é provável que esta seja a mídia que eu acompanhe com mais frequência, pela praticidade de ouvir uma música realizando outras atividades. Logicamente que a apreciação de uma música deveria ser mais especializada, mas todos estes álbuns listados se destacaram durante aquele momento inesperado do dia, durante o estudo, um descanso ou lavando a louça. Vamos citar 20 menções honrosas e partiremos com textos curtinhos dos dez melhores.

Menções Honrosas (por ordem alfabética): Adult Mon (Momentary Lapse of Happily), Brandon Flowers (The Desired Effect), Collen (Captain Of None), Editors (In Dream), Enforcer (From Beyond), Enya (Dark Sky Island), Grave Pleasures (Dreamcrash), Grimoire (L'aorasie Des Spectres Rêveurs), Hop Along (Painted Shut), John Carpenter (Lost Themes), Leprous (The Congregation), Majical Cloudz (Are You Alone), Meg Baird (Don't Weigh Down the Light), Protomartyr (The Agent Intellect), Real Lies (Real Life), Royal Headaches (High), The Slow Show (White Water), Tribulation (The Children Of The Night), Ulvesang (Ulvesang) e White Reaper (White Reaper Does It Again).

10 - Sufjan Stevens - Carrie And Lowell
Campeão nas listas de final de ano, o último cd do cantor é uma tempestade sentimental e emotiva, ao som de violão e interpretações a altura de suas letras. O típico cd que valia a pena parar o que se estava fazendo para prestar atenção no que estava escutando. Lindo demais.







9 - The Maccabees - Marks To Prove It
Esse foi meu representante do ano para banda inglesa de alternative/indie rock. Refrões pegajosos para serem cantados a plenos pulmões voltando dos plantões noturnos. E assistir a apresentação ao vivo desses camaradas alimentava minha fome de shows que precisa ser saciada em 2016.






8 - The Decemberists - What A Terrible World, What A Beautiful World
Um dos primeiros álbuns que escutei este ano e um dos melhores. Grande parte das músicas me agradaram e ficaram na minha cabeça durante o ano inteiro. Uma agradável trilha sonora para os dias de sol em Campo Grande.






7 - Motorama - Poverty
Essa banda russa vem se firmando como uma das minhas favoritas surgidas nos últimos dez anos. O gênero post-punk é o meu favorito e, neste cd, eles repetem a fórmula do segundo cd, com canções mais dançantes e menos chuvosas. Parece a trilha perfeita para amigos numa noite chuvosa.






6 - FFS - FFS
Apesar de separadas por décadas, a união do Franz Ferdinand com o Sparks provou-se como uma das parcerias mais coerentes, criativas e vibrantes que eu já assisti. Músicas altamente dançantes e divertidas, aquele típico cd que me fez pular pela casa sozinho, com as pessoas olhando incrédulas para uma festa abafada em meus fones de ouvidos.





5 - Desperate Journalist - Desperate Journalist
Escutar o debute dessa banda era como me transportar para a Londres dos anos 80, na beira do palco de uma banda prestes a explodir, entrando em sintonia com a música deles. Tipo o The Cure com vocal feminino...








4 - Father John Misty - I Love You, Honeybear
Resisti ao hype por um tempo, mas assim que cedi, fiquei muito impressionado com todas as qualidades do cd. Realmente, um álbum maravilhosamente romântico e inteligente, impressionante e extremamente pegajoso. Você percebe como a obra mexeu contigo quando você conhece algumas letras difíceis de cor.






3 - Algiers - Algiers
A sensação que eu tive ouvindo essa maravilha era a de entrar numa igreja gospel gótica, comandada por um pastor furioso e seus cânticos infernais. Maravilhoso cd de estreia, extremamente original e que ficou em repeat no carro por um bom tempo. Já quero ouvir material novo dos caras.







2 - Faith No More - Sol Invictus
Por que vocês demoraram tanto pra lançar um cd novo? Sério, que trabalho espetacular dos caras, nem parece que tinham se separado. E foram 18 anos para lançarem um cd novo. Esse trabalho intensificou ainda mais meu arrependimento por não ter ido ao show dos caras no saudoso SWU. Tomara que não demore novas décadas para ouvirmos novos cds do Fatih No More.





1 - Viet Cong - Viet Cong
Sério, esse foi o cd mais incrível que eu escutei esse ano. Ele é opressivo, parece que estão tocando os instrumentos com barras de ferro numa fábrica abandonada. Música para ecoar no concreto e rachar paredes com suas guitarras rasgadas e baixo e bateria demolidoras. Post-punk moderno e inteligente que honra e explica o termo perfeitamente: a desilusão do pós-everything com a agessividade. Não entendeu? Eu acho que nem eu entendi também o impacto desse cd em mim. Vá correndo escutar essa maravilha moderna!

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Semana Melhores do ano: Os Livros Favoritos do Ano - 2015

Olá queridos leitores! Vamos iniciar nossa semana de Melhores do ano, onde vou postar por aqui, meus livros, álbuns e filmes favoritos de 2015. Lembrando que em todas as categorias teremos apenas representantes lançados em 2015 (com exceção dos livros, pois se eu começar a ler apenas lançamentos, certamente vou falir em razão dos preços absurdos de um livro novo).

Vamos começar nossas famigeradas listas com meus 5 livros favoritos lidos em 2015. Enjoy!


1 - Remissão da Pena (Patrick Mondiano - Editora Record, 2015)

Lá se vão alguns anos desde que eu li Nada de Novo no Front e terminei o livro chorando - algo que só se repetiu neste ano com este livro. Esta autobiografia romanceada despertou-me da indiferença de muitas leituras, num verdadeiro nocaute emocional, especialmente quando me reconheço na pele do personagem autor e seus medos da infância, que eram os mesmos que os meus. Uma leitura muito curta (li o livro em praticamente 90 minutos), e por isso mesmo ainda mais efetiva e dolorosa. Com certeza, lerei mais Patrick Mondiano para 2016.




2 - Mar Inquieto (Yukio Mishima - Companhia das Letras, 2002)
O cotidiano atarefado e de responsabilidades sempre desperta um anseio de simplicidade, um bucolismo pelas pequenas sensações e coisas boas que a vida pode trazer. Esse romance encantador segue fórmulas de enredo já conhecidas, mas o mestre Mishima nos conta sua história de amor com tanta ternura, que é impossível não querer entrar dentro dessa realidade. Uma história romântica extremamente encantadora e nada piegas, algo que só um gênio literário poderia nos fornecer. Provavelmente, o livro que me mais me fez sorrir durante 2015.




3 - Battle Royale (Koushun Takami - Globo Livros, 2014)

Minha primeira leitura do ano e, acreditem se quiser, devorei o livro em dois dias - um calhamaço de quase 700 páginas. Uma vez começado, não consegui largar do livro, uma história selvagem e brutal de adolescentes numa espécie de reality show onde precisam se eliminar, literalmente, para que sobre apenas um sobrevivente. Um livro extremo e chocante em vários momentos, a leitura fluiu muito rápido e me divertiu bastante, apesar de sua brutalidade. Não, eu ainda não assisti a famosa adaptação com o Takeshi Kitano, mas já está na lista de filmes para assistir e resenhar no próximo ano.




4 - O Lobo (Joseph Smith - Alfaguara, 2009)

Durante um dia chuvoso, sem nenhuma responsabilidade imediata da faculdade, sentei-me na varanda de casa e comecei a ler O Lobo. Só acabei me levantando após o término de um dos livros mais imersivos do ano, que parece soprar um vento frio da floresta invernal da história. Escrito pelo ponto de vista de um lobo, a história avança lenta e cativante. A experiência foi semelhante a ouvir um cd de black metal da Lituânia num dia chuvoso e frio. Fica em "apenas" quarto lugar, por eu ter a impressão da leitura se potencializar bastante com um elemento externo (o tempo do dia).



5 - O Espião Que Saiu Do Frio (John Le Carré - Editora Record, 2013)
Amo literatura e filmes de espionagem e já estava mais do que na hora de ler este clássico do autor britânico, sua obra mais famosa e consagrada. E para quem ama esse tipo de livro e ama literatura em geral, esta é uma obra indispensável. A trama é cativante, a resolução é absurdamente imprevisível e o final é muito angustiante, um tapa na cara de realidade e crueza. Passado durante um dos períodos da história mundial que mais me fascina (a Guerra Fria), este é um dos livros mais importantes do século XX.



sábado, 26 de dezembro de 2015

Relatos Selvagens (Relatos Salvajes, 2014)



Durante o final de um ano, é muito comum olharmos para trás e analisarmos tudo o que fizemos ao longo dos últimos 360 e poucos dias. Planejamos para os dias vindouros e listamos as coisas valorosas que fizemos - eu compartilho desses hábitos (estou preparando a lista dos melhores de 2015 para essa próxima semana). 

Enquanto corro atrás do tempo para assistir alguns filmes deste ano que deixei passar (e já descobri algumas pérolas sensacionais, que pretendo compartilhar em breve por aqui), acho muito conveniente eu finalmente comentar sobre o meu filme favorito de 2014: o excepcional RELATOS SELVAGENS!

Pessoalmente, eu não tenho a mínima intenção de fazer uma resenha aprofundada, especialmente porque quanto menos se souber sobre a trama, mais prazerosa será sua sessão, posso garantir. Da trama, eu vos digo que se trata de uma comédia de humor negro das mais cáusticas que eu já assisti até hoje.

O elenco é simplesmente maravilhoso - difícil apontar um destaque, apesar das interpretações de Ricardo Darín e Erica Rivas serem especiais demais para eu não citar. E a direção e, especialmente, o roteiro de Damián Szifron são absolutamente brilhantes - uma explosão de criatividade. 

Parece tudo muito vago, mas garanto que este filme é sensacional e você precisa assistir ele agora. Não consigo pensar em nenhuma obra brasileira dos últimos, sei lá - 20 anos, que chegue perto desta verdadeira obra-prima da comédia. Inesquecível!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Kingsman (2015)


Fim do ano se aproximando e os maníacos por listas, como eu, começam a catalogar seus preferidos do ano. Aguardem uma lista dessas por aqui. Até lá, compartilho minha animação com este longa, provavelmente o filme mais divertido do ano - certamente, o que mais me divertiu. 

A trama resgata os exageros e o divertimento das histórias de espionagem que tanto nos cativaram. A pegada mais séria do gênero, iniciada pela refilmagem de A Identidade Bourne em 2002, não me desagrada de maneira nenhuma. Há espaço tanto para os filmes mais sérios e para os filmes mais extrovertidos. Assim, não faço coro aos críticos que receberam KINGSMAN como uma salvação do gênero ou qualquer outra coisa nesse sentido. 

O filme tem um ritmo muito bom, com a direção sempre muito boa do inglês Matthew Vaughn e um elenco perfeito - Michael Caine, o novato Taron Egerton, Samuel L. Jackson, Mark Strong, um irreconhecível Mark Hammil e o espetacular Colin Firth (rouba todas as cenas, um dos maiores atores de sua geração, com certeza). 

Muita gente já comentou, mas preciso destacar a cena da igreja, uma das sequências mais espetaculares e eletrizantes do ano, melhor que qualquer cena de ação dos filmes de super herói deste ano. Arrisco dizer aqui que as cenas de ação de Kingsman só ficam atrás das sequências imbatíveis de MAD MAX.

KINGSMAN é um daqueles filmes que te deixam com um sorriso gigantesco durante e após sua projeção. Estou pronto para um segundo filme!

domingo, 25 de outubro de 2015

Pôster: Last Girl Standing


O que acontece com um sobrevivente de um slasher? Quais os traumas após a sobrevivência? Esse indie horror flick se propõe a acompanhar uma moça, sobrevivente de um massacre, e a repercussão do trauma posteriormente. Apesar dos muitos elogios recebidos pelos sites gringos, fico com o pé atrás. Mas o pôster deste filme é de um minimalismo que sempre me agrada e quase sempre funciona em cartazes de cinema.

Trailer: Ip Man 3D (2015)

Estou devendo meus comentários sobre os dois primeiros filmes dessa série aqui no blog (prometo fazer ainda esse ano). Acho engraçado que o filme de luta mais esperado de 2015 será lançado na China no Natal deste ano (eis um motivo a mais para esperarmos ansiosamente por essa data maravilhosa). Na terceira obra desta série, teremos ainda mais foco no pupilo de Ip Man (Bruce Lee, para quem não conhece) e a participação ilustre de Mike Tyson que ainda consegue ser uma presença ameaçadora perto de qualquer ser humano normal, como eu e você. O teaser não mostra quase nada, mas deixa a gente com água na boca. Chega logo, Dezembro!


domingo, 18 de outubro de 2015

Perdido Em Marte (The Martian, 2015)



Demorou, mas o senhor Ridley Scott nos entregou um filmaço. Desde Cruzada eu não me convencia com os filmes de Scott. Nesta aventura ele recupera a forma e foca suas lentes na adaptação do romance sobre um astronauta, abandonado durante uma tempestade na superfície do planeta Marte, pois julgaram-no como morto. Mas o sujeito sobrevive e precisa continuar sobrevivendo num ambiente absolutamente hostil e diferente de tudo aquilo que já possamos ter visto. 

O filme é uma aventura das boas: tem ação, tensão, comédia e mais uma excelente atuação de Matt Damon, como o cosmonauta perdido. Imaginem como o filme Náufrago, com menos toques de drama e um destino muito mais hostil que uma desafiadora ilha deserta. 

Saber definir o gênero de um filme (como vimos na crítica anterior) é uma tarefa importante para definir ritmo do filme e estilo da narração. Ridley Scott abraça com gosto o bom humor e os perigos apresentados no livro original, configurando numa experiência, acima de qualquer outra coisa, divertida. A fotografia do filme ajuda demais, assim como toda a ambientação de marte, bastante realista. 

O elenco está maravilhoso, com Damon perfeito no papel principal e diversos coadjuvantes de luxo - cito os meus favoritos: Jeff Daniels, Sean Bean, Michael Peña e Chiwetel Ejiofor. O clima do filme lembra demais o clássico APOLLO 13 - algumas cenas meio que reprisam o espírito do filme dos anos 90. 

Foi uma sessão de cinema extremamente divertida e gratificante. Esse eu quero na minha coleção de filmes. E esse pôster é uma beleza, não?

sábado, 17 de outubro de 2015

A Colina Escarlate (Crimson Peak, 2015)



Guillermo Del Toro é um diretor que não me convenceu até hoje. Reconheço que ele é um competente diretor, com algumas ideias bastante interessantes. Entretanto, nunca me impressionei com nenhum de seus filmes, como muitas plateias ficaram mundo a fora com suas obras anteriores. No caso de A COLINA ESCARLATE, mesmo com extensos problemas de roteiro, este foi o trabalho do diretor que eu mais gostei.

Gostei pelo visual do filme que é maravilhoso. Acho possível esse filme ter fôlego para algumas indicações em categorias técnicas do Oscar. A trilha sonora, o figurino, a fotografia e a direção de arte são maravilhas originais num tipo de universo muito explorado pelo cinema - o mundo gótico/vitoriano. A casa do filme é estupenda, com algumas ideias realmente interessantes (a casa é cheia de fendas, construída num terreno argiloso, que afunda aos passos mais fortes).

O belo visual é acompanhado por um roteiro muito fraco. A ideia central do filme é interessante, assim como o mistério da trama. Entretanto, existem inúmeras pontas soltas ao longo da estória, assim como a tríade de personagens principais, representados no pôster acima, não despertar interesse, de uma maneira geral. A atuação dos três atores é correta, mas inofensiva. 

A COLINA ESCARLATE sofre com as incertezas de gênero também. Os sustos são absolutamente gratuitos e previsíveis, coisa de principiante. Teria sido mais interessante se o filme investisse na trama de mistério, e não tentar ser O Sexto Sentido do Século XIX. 

A carência de cenas de sustos é compensada pela excelência do gore de algumas cenas. Cabeças esmagadas, esfaqueamentos e uma visceral porrada com facas ao final do filme me surpreenderam pela violência, de uma maneira geral. 

No final, A COLINA ESCARLATE é um produto de embalagem muito bela, mas sabor amargo. Como artista visual, Del Toro conquistou-me nesta película. Mas como diretor ou roteirista, ainda mantenho minhas reservas. Apreciei o filme, mas ele tem uma importante dose de defeitos. 

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Pôster: The Confession of Fred Kruger



Este incrível pôster ilustra este projeto muitíssimo interessante: um fan-film prequel do clássico A Hora do Pesadelo de 1984. Vejo como uma homenagem muito bacana a Wes Craven (falecido este ano, RIP) e aos fãs de horror em geral. Dá uma sacada no facebook do projeto, clicando aqui.

Os Melhores Presentes de Dia Das Crianças para este blogueiro

Um feliz dia das crianças para todos nós! Fica a sugestão, para quem quiser presentear um humilde blogueiro...













sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Cop Car (2015)



Fica difícil entender certos esquemas de divulgação de filmes por aí. Porque quem assistir ao trailer de COP CAR vai pensar que se trata de um suspense tenso, mas a projeção nos reserva uma quase fábula de duas crianças se encontrando em meio a uma situação de muito perigo e mais séria do que eles podem imaginar, após encontrarem um carro de polícia abandonado. 

Eu tinha assistido ao trailer e, definitivamente, me surpreendi ao longo do filme. COP CAR tem um ritmo lento, me lembrando aquele clima de filmes dos anos 70 com um desenvolvimento mais ponderado e o tema de amadurecimento e perda da inocência dos protagonistas jovens, típico dos anos 80 (algo na linha de Conta Comigo). A escolha do diretor Jon Watts foi realmente interessante, construindo um projeto diferenciado do que temos hoje em dia.

Existem algumas sutilezas realmente interessantes, como o fato do filme não explicar completamente as motivações do xerife (Kevin Bacon, com um visual de forte presença, quase cartunesco). Dessa maneira, as motivações dos personagens adultos da fita (são 3 adultos e 2 crianças, praticamente) são absolutamente infantis e mais inexplicáveis que a ação das próprias crianças protagonistas. Criar esse contexto entre os personagens foi um trabalho especial e complexo por parte do diretor e do roteirista. 

O que me deixa mais reflexivo em relação a COP CAR é que este é um filme com um ritmo diferente, que exige de sua plateia. Aliás: qual é o público de COP CAR? O filme é interessante, mas não consigo pensar para quem eu indicaria ele, especialmente pensando-se em gêneros. Com certeza, este filme reservou um bom punhado de reflexões que poucas obras deste ano suscitaram em mim. Talvez, para quem procure uma obra diferente dos filmes oferecidos por Hollywood, normalmente.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Trailer: Hardcore (2015)

O que o trailer dessa produção russa nos mostra é uma coragem ensaiada há muito tempo que finalmente toma forma. Um filme de ação na perspectiva da primeira pessoa, como nos videogames de tiro como Doom e Unreal Tournament (dois jogos que vou amar eternamente). Já tivemos outros filmes que brincavam com esse tipo de câmera, não sendo a revolução que alguns vem propagando, mas HARDCORE promete toneladas de diversão e cenas explosivas filmadas de uma maneira pouco aproveitada atualmente. Esse é um daqueles filmes imperdíveis na telona do cinema. Vamos torcer por um lançamento mundial. 



Pôster - Hitchcock/Truffaut


Mais um documentário pra cair no gosto de cinéfilos, o filme foca nas entrevistas conduzidas por Truffaut com o diretor Alfred Hitchcock. Duas lendas do cinema e a promessa de uma das melhores aulas que você terá sobre o assunto numa sala de cinema. 

domingo, 4 de outubro de 2015

Um Crime De Mestre (Fracture, 2007)

Thriller bem basicão, na linha de um episódio regular de Lei E Ordem. Há suas doses de reviravoltas e a dupla Anthony Hopkins e Ryan Gosling mandam bem nas interpretações, eficientes. Dirigido pelo mesmo diretor de As Duas Faces de Um Crime, difícil não lembrar da superioridade da obra dos anos 90 em relação a este filme. Não temos um roteiro tão interessante ou atuações refinadas, mas o clima de suspense se mantém durante a projeção. 

Uma coisa que me chamou a atenção foi o fato desta produção ter sido um produto da Castle Rock Entertainment. Desde mais novo, costumava memorizar a vinheta dessas produtoras, um mero exercício bobo. Contudo, resolvi dar uma pesquisada nos filmes que essa produtora já colocou no mercado e percebi que essa distribuidora povoou as locadoras com sua parceria com a Warner - lembro de filmes como Miss Simpatia, Crime em Palmetto, Pluto Nash e outras obras que me recordo de ter assistido num passado remoto, mas não saberia dizer minha opinião sobre elas... De alguma maneira, rever a vinheta dessa produtora despertou alguma nostalgia em mim.

Retomando: para quem gosta de filmes de tribunais, UM CRIME DE MESTRE reserva minutos de entretenimento, principalmente no seu epílogo. Mas há um leve gosto de Supercine, no final das contas (o que não considero ruim, mas sei que estou sozinho nessa).

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Adrenalina 2: Alta Voltagem (Crank: High Voltage, 2009)



Senti um clima muito mais de "chutar o pau da barraca" nesta continuação. Se existia alguma dose de realismo do primeiro filme, neste ela é completamente esquecida pra dar vazão a imaginação, tornando Chev Chelios um super humano (mais precisamente, um herói de Tokuatsu, com uma homenagem explícita ao gênero) que precisa de energia elétrica pra movimentar seu coração artificial (trocado num transplante clandestino). 

Havia resquícios no primeiro filme de referências às obras inglesas de gangsters. Aqui, os diretores se alinham ao clima anárquico de Machete - personagens caricatas, violência, atuações exageradas, ação impossível. Mas ao contrário do cansativo Machete (que tem um incrível personagem principal, mas perde muito o fôlego perto do final, em ambas os filmes), ADRENALINA mantém a pilha o filme inteiro.

O excesso de personagens tira levemente o foco do brucutu inglês, o que considerei algo ruim. Pelo menos neste filme vemos ele fazer algumas novas loucuras divertidíssimas (como toda vez que ele precisa se recarregar). Entretanto, o excesso de personagens deixa MUITAS pontas soltas, tornando tudo meio aleatório demais. Assim como imagino que quem não assistiu ao primeiro, vai perder muitas coisas deste aqui.

Uma das coisas mais legais são as diversas participações especiais como David Carradine, Lloyd Kaufman e Ron Jeremy. Tudo combinando com o clima "porra-louca" da obra. Contudo, confesso que em alguns momentos, cheguei a cochilar, principalmente por essa aleatoriedade e roteiro mais sem graça que o do primeiro filme. Dizem que há conversas para um terceiro filme, mas lá se vão 6 anos e eu duvido muito que retomem uma franquia tão amalucada como essa. Se um dia for lançada, certamente falarei dela aqui.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Adrenalina (Crank, 2006)



Um assassino chamado Chev Chelios (Jason Statham, cheio de fúria) é envenenado com uma toxina que o matará, a menos que ele mantenha o nível do hormônio adrenalina bem alto em seu sangue. Se você se animou com esse fiapo de trama completamente desmiolado, pode apertar o play.

ADRENALINA é um daqueles raros filmes que conseguem não cair na imperdoável armadilha de se levar a sério (erro cometido no decepcionante Mandando Bala, com o Clive Owen). Pode esquecer trama elaborada, personagens profundos; o negócio aqui é alinhar maluquices imaginadas pela dupla roteirista/diretor Mark Neveldine e Brian Taylor numa trama com o mínimo de sentido e sem serem cansativos e entediantes. Eles conseguem.

A impressão que eu tive é de que eles conseguiram adaptar o videogame GTA para o cinema. Quantas vezes eu não peguei o personagem do jogo e saía pelas cidades só cometendo barbaridades e acumulando policiais me perseguindo. Chev Chelios faz tanta babaquice e tantas coisa maneira, que fica difícil não associá-lo ao jogo de computador. 

Algumas cenas são inacreditáveis: os malabarismos na moto, a infame transa em público e o final completamente idiota e divertido. A edição do filme, que normalmente me irritaria, é perfeita com o clima de videogame/frenético/"porra-louquice". E Statham está perfeito, sempre nervoso, arrebentando tudo em seu caminho. As diversas cenas em que ele tenta se manter vivo de variadas maneiras (cocaína, red bull, acelerando o carro, arranjando briga) me divertiram demais e arrancaram muitos risos.

Um dos meus melhores remédios para um dia ruim é um filme de ação completamente descerebrado, cheio de porrada e explosão. ADRENALINA cumpriu tranquilamente meus requisitos e pretendo ver sua continuação logo.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

It Follows (2015)



Existem tantas coisas positivas pra se dizer a respeito de IT FOLLOWS (cujo título em português ficou bisonho demais para eu escrever aqui) e, ainda sim, não sou capaz de venerar a obra. E não sei se foi uma questão de expectativas alta demais - apesar de após visualizar o trailer, a primeira vez, minha cabeça ter explodido

IT FOLLOWS é um filme muito, mas muito estiloso. Desde sua sinopse matadora, a ameaça do filme que realmente incomoda durante a projeção, as atuações simpáticas e toda a irretocável parte técnica do filme - fotografia maravilhosa, direção segura e uma trilha sonora à la John Carpenter que persistiu em meus  ouvidos por um bom tempo. Tudo contribui para tornar esta obra num dos melhores espetáculos do gênero deste ano.

Porém, existe um aspecto do filme que me deixa desassossegado - o roteiro. Entro em terreno perigoso, mas tomarei o devido cuidado pra não soltar spoilers. Não simpatizo muito com as personagens, mas não a ponto de ficar indiferente a elas, mas de me sentir incomodado com decisões das mesmas durante a trama. E houve um momento da película em que fiquei me perguntado "Pra onde será que essa história vai terminar?". A "solução" do problema da protagonista é arranjada, de uma maneira interessante e não consigo pensar em outra forma como esse filme poderia terminar.

Essa trama "sem saída" me deixou levemente desapontado. Mas vejam bem: eu não vejo outra maneira de como eu terminaria essa história. O filme conta da melhor maneira possível o pesadelo  vivido por esses personagens. E as ações dos personagens são coerentes, mesmo que idiotas em alguns pedaços da obra.

Ainda assim, IT FOLLOWS é um grande filme e uma excelente amostra de bom cinema diretamente retirado do terror. Um filme belo, muito bem filmado, elegante e com uma aura sinistra de uma ameaça de verdade. Recomendo e respeito o trabalho, mas não consigo amá-lo. 

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Missão Impossível - Nação Secreta (Mission Impossible - Rogue Nation, 2015)




Tom Cruise pode até ser um maluco de merda no mundo real, mas que ele sabe fazer um filme divertido ninguém pode negar. Mantendo o mesmo nível do quarto filme, este quinto filhote da franquia traz uma trama e o clima do primeiro filme da série, mantendo os exageros bacanas do filme anterior. 

São providenciais a direção segura de Christopher McQuarrie (que dirigiu outro filme com Cruise - Jack Reacher) e o elenco muito bem escolhido do quarto filme - Simon Pegg (grande ator com momentos cômicos que nunca são irritantes), Jeremy Renner (contido e talentoso, um ator que aprecio muito) e o veterano do primeiro filme Ving Rhames. Adicionamos Alec Baldwin e parece que temos realmente uma boa fita de ação/espionagem dos anos 90.

As locações variadas (Marrocos, Áustria), os planos mirabolantes e um vilão ameaçador (Sean Harris) completam o pacote. Um dos filmes mais divertidos que assisti nos cinemas. Estou pronto para um sexto filme.

OBS - Parabéns para o excelente trailer do filme que pouco revelava sobre as cenas de ação e as surpresas do filme. Vivemos em uma época de trailers mal-feitos que revelam praticamente todas as cenas de ação dos filmes - tenho muitas críticas em relação a como essa mídia de divulgação, que gosto tanto, vem sendo tratada. Mas, no caso deste MISSÃO IMPOSSÍVEL, o trailer é preciso e bacana.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

sábado, 25 de julho de 2015

Branco Sai, Preto Fica (2015)


Dá um imenso prazer assistir a um filme como BRANCO SAI, PRETO FICA. Um fiapo da trama: nos anos 80, policiais invadiram uma boate aos tiros e deixaram dois sequelados - um homem com perna amputada e outro sem o movimento das pernas. 

Comecei a assistir sem ter a mínima ideia dessa história. Logo no início, eu pensei: "Ok, este é mais um documentário sobre o racismo, preconceito e desigualdade social que assola o Brasil". Entretanto, logo fui completamente surpreendido com um misto de documentário e ficção científica, numa narrativa completamente fora da zona de conforto, nitidamente influenciada pelo cinema marginal brasileiro. E posso constatar que é um dos mais interessantes filmes nacionais lançados em anos.

Isso porque BRANCO SAI, PRETO FICA foge a todo momento da previsibilidade. Apesar disso, confesso que me peguei cochilando brevemente, talvez pelo filme ser um tanto parado. Mas de uma maneira geral, a dupla protagonista entrega uma performance realmente incrível, que me prendeu a atenção. Outro aspecto que vale muitos elogios é a ESPETACULAR trilha sonora (achei uma alma caridosa que compilou as músicas numa playlist do youtube - link aqui). 

O clima é de experimentação, mas há alguma pretensão na maneira como Adirley Queirós filmou sua obra. Não curto muito o fato do filme ser incensado demais pela crítica, porque apesar de sua inventividade e criatividade, o ritmo do filme é bem irregular. Se você não comprar essa conversa chata pseudo-cult sobre "representação cyber-punk da periferia marginalizada brasileira" e encarar BRANCO SAI, PRETO FICA como um exercício original de mistura de gêneros, vai se surpreender demais. Definitivamente, precisamos de mais filmes ainda com essa pegada. 

Uma observação: consegui assistir esse filme por um link disponibilizado pelo Carlos Primati numa página de sua curadoria no facebook: Filmoteca do Horror Brasileiro. Todos os dias, ele divulga vídeos, links e informações de filmes que flertam com o fantástico e filmes do gênero horror, muito vivo dentro do contexto nacional. Basta procurar pra você encontrar um universo inacreditável e quase intocável dessas obras. Vocês precisam conferir (link aqui).

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Homem Formiga (Ant Man, 2015)



Não vou na contramão da maioria dos textos atuais sobre o mais novo projeto da Marvel Studios: realmente, ANT MAN é um filme bem divertido, mais um personagem transportado com sucesso para as telonas (ou relativo sucesso, já que apesar da liderança no caixa dos finais de semana, o filme teve uma abertura menor que os filmes solos do Capitão América e Thor - comparação injusta se levarmos em conta a popularidade dos personagens, mas quando se fala de cifras e lucros em Hollywood, tudo conta).

Gosto muito da escolha de elenco: Paul Rudd encontra o timing ideal de humor para seu protagonista Scott Lang, Michael Douglas ficou interessante como Hank Pym e Michael Pena rouba as cenas em que participa. Destaco também Corey Stoll, que vem ganhando reconhecimento e entrega um ótimo desempenho como o vilão Jaqueta Amarela (apesar deste personagem ter sido desvalorizado no roteiro, por não ter uma motivação convincente, mas a performance de Stoll é fantástica a ponto de esquecermos o roteiro muito angular e nos deliciarmos com seu antagonista).

É bacana como o filme funciona muito bem, sem chafurdar demais no megalomaníaco universo Marvel. Há referências sóbrias o suficiente para agradar os nerds e o público geral. As piadas são ótimas e as cenas de ação também são divertidíssimas. Gostaria talvez que o filme focasse menos no passado de Hank Pym e mais na origem do herói atual, afinal este é um filme de origem (com toques interessantes de filme de roubo).

Certamente o personagem irá se integrar ao universo Marvel, mas ainda tenho minhas dúvidas se existe cacife pra segurar mais histórias solo... Espero estar errado, pois com um vilão mais ameaçador e de melhores motivações e mais Scott Lang, poderemos ter um filme muito mais interessante. Me diverti, mas acho que a Marvel pode ser um pouco menos conservadora.