quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Caos (Chaos, 2005)


Outro filme do inglês casca-grossa Jason Statham, Caos investe num roteiro razoavelmente esperto, com muitas reviravoltas e outras pegadinhas para os despercebidos. E é interessante ver Statham sem distribuir pancadas no elenco mas mantendo seu temperamento truculento. No filme em questão ele interpreta um improvável policial especializado em negociações. Porque improvável? Ora, um sujeito com a cara e fama do inglês não é o mais adequado para situações tensas e delicadas de negociação com criminosos, convenhamos...

O caso é que ele estava afastado da polícia por uma negociação que deu errado; ele retorna à força em razão da solicitação de um bandido (interpretado no piloto automático por Wesley Snipes), que mantém reféns num banco. O sucesso dos bandidos levará Statham e seu parceiro (Ryan Phillippe) a investigarem uma trama enrolada envolvendo corrupção na polícia e vingança.

O fato de não ter uma cena de ação bacana decepciona. O fato de não ter lutas bacanas, com Statham quebrando alguns dentes decepciona. O fato de Snipes estar completamente apagado também decepciona. Salva-se o roteiro, que não é um primor mas se esforça, e a atuação de Ryan Phillippe que se destaca entre os outros dois atores como o parceiro inteligente do Statham.

Sem grandes inovações, Caos é mais um filme policial com alguns nomes de destaque no elenco e nada a mais. É a mesma estória com novos intérpretes. Se você curte um filminho desses, esquecíveis 5 minutos pós-projeção, então pode alugar sem medo.

Blitz (2011)


Existem muitas pessoas que não gostam do inglês Jason Statham. Concordo que o cara vem reprisando o mesmo tipo de personagem ao longo de sua filmografia, mas eu não me importo muito com isso. Afinal, não precisa ser nenhum Al Pacino para sair distribuindo bordoada pelo filme. Precisa ser atlético e carismático, coisa que Statham consegue com folga, sendo heroi ou vilão em seus filmes. Em Blitz, ele encarna o policial destemperado em busca de um serial killer de policiais, autodenominado Blitz (Aidan Gillen, que rouba a cena). Blitz vem de blitzkrieg – uma referência que nos dá ideia sobre o caos criado por esse bandido.

O filme ainda conta com algumas tramas paralelas, que são bastante simplórias, na realidade. Tem-se a policial que trabalhava disfarçada nos narcótico e teve de superar seu vício em drogas, advindo de seu trabalho infiltrado (interpretado pela atriz Zawe Ashton, mais comum em filmes e seriados para a televisão britânica).

Temos também o policial interpretado pelo excelente atorPaddy Considine - um cara com poucos papeis em Hollywood. Por isso, é claro que Paddy é mais reconhecido em terras britânicas, principalmente, também, por ter ganhado um BAFTA. Lembro-me até hoje de que existia um forte boato para ele interpretar o Rorschach de Watchmen – uma escolha muito interessante. Fato é que em Blitz ele interpreta um policial muito competente e homossexual – óbvio que este segundo fator será mais lembrado por seus colegas policiais. Com gestos discretos, Considine construiu o personagem mais interessante e profundo do filme inteiro.

O que eu mais gosto nesse filme é o resgate daquele herói do anos 80, que caga e anda para a sociedade e seus superiores. O personagem do Statham desrespeita seus superiores com requinte (como na cena em que ele fala para um psiquiatra que o fato dele usar uma caneta bonita diz muito sobre ele; segundo as palavras do próprio policial o psiquiatra gostaria de "segurar um sólido instrumento fálico em suas mãos").

Não é um filme inesquecível ou original. Mas para os fãs dos policiais cascas-grossas dos anos 80 (como o Cobra, só para ficar com o nome mais óbvio), não há dúvidas de que Blitz tem grandes chances de agradar.