Guillermo Del Toro é um diretor que não me convenceu até hoje. Reconheço que ele é um competente diretor, com algumas ideias bastante interessantes. Entretanto, nunca me impressionei com nenhum de seus filmes, como muitas plateias ficaram mundo a fora com suas obras anteriores. No caso de A COLINA ESCARLATE, mesmo com extensos problemas de roteiro, este foi o trabalho do diretor que eu mais gostei.
Gostei pelo visual do filme que é maravilhoso. Acho possível esse filme ter fôlego para algumas indicações em categorias técnicas do Oscar. A trilha sonora, o figurino, a fotografia e a direção de arte são maravilhas originais num tipo de universo muito explorado pelo cinema - o mundo gótico/vitoriano. A casa do filme é estupenda, com algumas ideias realmente interessantes (a casa é cheia de fendas, construída num terreno argiloso, que afunda aos passos mais fortes).
O belo visual é acompanhado por um roteiro muito fraco. A ideia central do filme é interessante, assim como o mistério da trama. Entretanto, existem inúmeras pontas soltas ao longo da estória, assim como a tríade de personagens principais, representados no pôster acima, não despertar interesse, de uma maneira geral. A atuação dos três atores é correta, mas inofensiva.
A COLINA ESCARLATE sofre com as incertezas de gênero também. Os sustos são absolutamente gratuitos e previsíveis, coisa de principiante. Teria sido mais interessante se o filme investisse na trama de mistério, e não tentar ser O Sexto Sentido do Século XIX.
A carência de cenas de sustos é compensada pela excelência do gore de algumas cenas. Cabeças esmagadas, esfaqueamentos e uma visceral porrada com facas ao final do filme me surpreenderam pela violência, de uma maneira geral.
No final, A COLINA ESCARLATE é um produto de embalagem muito bela, mas sabor amargo. Como artista visual, Del Toro conquistou-me nesta película. Mas como diretor ou roteirista, ainda mantenho minhas reservas. Apreciei o filme, mas ele tem uma importante dose de defeitos.
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