domingo, 30 de outubro de 2011

Martyrs (2008)

Existem muitos admiradores desta película francesa pela internet, saudada como um dos grandes exemplares do terror da década passada. Eu, particularmente, não me impressionei nada com o filme; não é uma obra ruim e tampouco um grande filme.

Na realidade, Martyrs é, para mim, uma espécie de Jogos Mortais melhorado, com uma estória mais interessante e "crível" (com muitas aspas, diga-se de passagem). Aliás, dentro da atual linha de filmes de terror gráficos, recheados de mutilações e tortura, Martyrs é o melhor exemplar mesmo. Só que isso não significa muita coisa, convenhamos...

Existem as cenas pesadas, é claro. Posso dizer, por exemplo, que o começo do filme, quando as duas irmãs chegam na casa de uma determinada família, é espetacular, com muita ousadia do diretor Pascal Laugier. A película vai se mantendo interessante até a metade da fita, quando a tortura começa a rolar solta e a trama tenta se segurar com uma justificativa tão absurda quanto a pseudo-filosofia do moribundo Jigsaw – que tortura pessoas para elas aprenderem a valorizar a vida delas. É uma motivação bastante sem graça, apesar de ter uma mórbida lógica.

E Martyrs caminha para um final extremamente previsível, que eu vejo como o único possível para a obra mesmo. É tão brusco que se você pensar na primeira cena e na última, parece que são dois filmes completamente diferentes. Martyrs divide-se exatamente desta forma: um início arrebatador, terror psicológico dos bons, violência assustadora; a segunda parte é mais violenta, cheia de absurdos explicados por uma motivação maluca. São partes tão díspares que prejudicaram a obra, a meu ver.

Mas é óbvio que para quem gosta de cinema de horror, Martyrs é obrigatório, pois é um exemplar decente com algumas cenas realmente interessantes. Trata-se de um representante digno do atual cinema francês de terror. Além disso, para aqueles que acham que O Albergue ou Jogos Mortais são filmes fortes, sugiro que procure esse Martyrs para ver uma obra que, mesmo com seus erros, é extremamente superior a esses "filmecos" americanos.

sábado, 29 de outubro de 2011

Hobo With a Shotgun (2011)


Estamos presenciando um revival Grindhouse nos cinemas atualmente. A brincadeira começou com o projeto Grindhouse de Tarantino e Rodriguez, que estimulou a produção de inúmeros lançamentos posteriormente. Um destes frutos é Hobo With a Shotgun, um divertido exploitation, bastante violento e maluco estrelado pelo ótimo Rutger Hauer.

O título já evidencia tudo o que precisamos saber sobre a estória: um mendigo com uma escopeta que sairá limpando as ruas da cidade. O tal mendigo é encarnado por Hauer, numa interpretação fantástica. Ele consegue tornar seu personagem num autêntico badass sem se tornar caricato – armadilha fácil de cair para atores menos experientes. A cena em que Hauer faz uma espécie de monólogo frente a uma janela de um berçário é fenomenal.


Sendo um filme exploitation, temos mulheres nuas, violência a todo momento, sensacionalismo – todas os elementos que tornaram os filmes exploitation em pérolas tão divertidas. Trata-se de um autêntico representante deste gênero tão bacana.

Uma curiosidade é a presença de Karim Hussain como diretor de fotografia. Para quem não o conhece de nome, aqui vai a dica: este foi o cavalheiro que dirigiu o transgressor e grotesco Subconscious Cruelty – filme que eu indico somente para os amantes de cinema EXTREMO.

Enfim, Hobo With a Shotgun é o divertimento perfeito para quem procura filmes amalucados e sem um pingo de moral. Provavelmente, o filme mais divertido deste ano.