sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Midnight Express #007 - A Última Sessão de 2016?


SETE HOMENS E UM DESTINO (2016) 

Fui surpreendido positivamente por essa refilmagem. Mantenho a opinião de ser mais uma refilmagem absolutamente desnecessária, mas como me diverti vendo um faroeste numa telona de cinema. Antoine Fuqua ainda é um diretor de mão pesada, com mais erros que acertos em sua filmografia, mas aqui entrega um bom blockbuster de um gênero que merece mais atenção do grande público.

O grande mérito é sem sombra de dúvida do elenco muito bem escolhido. Denzel Washington é um puta ator e faz um trabalho joia. Chris Pratt, sempre muito agradável, transmite bom humor e intimida quando necessário. Ethan Hawke, com o personagem mais profundo do bando, entrega uma performance ótima e crível. Byun-hun Lee e Manuel Garcia-Rulfo e Martin Sensmeier estão competentes, com papeis fortes. Mas o meu destaque pessoal é Vincent D’Onofrio, que entrega uma atuação espetacular – sua última cena é um atestado da competência e um exemplo de porque D’Onofrio é um dos maiores atores da sua geração (pessoalmente, espero muito que ele ganhe algum Oscar, assim que pegar algum papel de mais destaque, desenhado para as grandes premiações). E não posso me esquecer de Peter Sarsgaard como o grande vilão, em ótima atuação também.

O que mais me agradou foi a clara intenção do filme em divertir e envolver o expectador durante suas pouco mais de duas horas de duração. As cenas de ação são muito bem filmadas e a fotografia é muito bonita. Seria muito legal ver mais filmes de faroeste nos cinemas, além das investidas de Tarantino. Quem sabe a boa bilheteria não desperte mais o interesse dos grandes estúdios…


O CONTADOR (2016)

Esse filme novo do Ben Aflleck tem como seu maior trunfo o próprio Ben Aflleck, numa boa atuação. Aliás, eu mesmo nunca fiz ou participei da expiação pública que esse cara recebeu em diversos momentos de sua carreira, que apesar de irregular, possui alguns bons títulos e interpretações razoáveis. Arrisco dizer que neste filme ele entrega sua melhor interpretação, como um letal assassino com algum grau de autismo.

O filme conta com a boa direção de Gavin O’Connor e ótimos atores em interpretações eficientes (Anna Kendrick e o sempre competente J K Simmons). E trata-se de um ótimo entretenimento, apesar da projeção ser um pouco longa demais, o roteiro dar algumas escorregadas tentando explicar demais e o final meio melodramático. Não sei se vale a pena um ingresso de cinema, mas vale uma tarde chuvosa no sofá da sua sala.  


A GAROTA DO TREM (2016)

É meio bizarro pensar na projeção de um filme como A Garota do Trem, no âmbito de divulgação e retorno financeiro para o estúdio. O filme não passa de uma sessão Supercine de luxo, com alguns nomes mais famosos reunidos numa trama meio sem sal. Durante a sessão, confesso que o filme me prendeu em sua trama principal, mesmo com os furos de roteiro e situações muito inverossímeis, além de um desagradável excesso de personagens que parecem não servir para nada, além de encherem linguiça. A direção enfadonha de Tate Taylor também não ajudou em nada.

Se há algo elogioso no filme é a graciosa Emily Blunt, que é a personagem principal, uma moça alcoólatra que se vê envolvida no desaparecimento de uma ex-vizinha sua. O tom de suspense/thriller é muitas vezes substituído por tintas melodramáticas, principalmente pela inabilidade do diretor e seu roteiro confuso, com idas e vindas na linha temporal desnecessárias. Não é um filme ruim, mas não passa do mediano.


DARK SIGNAL (2016)

  Ai ai… O que dizer de DARK SIGNAL? Meus motivos para assistir o filme não eram os mais sólidos possíveis. Eu simplesmente gostei muito do pôster e resolvi dar uma chance.

Uma experiência realmente deplorável. DARK SIGNAL parece a junção de dois roteiros diferentes, unidos por um fiapo de ideia sem sentido. O filme é um misto de Sexto Sentido com Vozes de Além, suspense/terror/drama, absurdamente previsível e sem graça. As atuações são atrozes (com exceção de James Cosmo, numa ponta justificada só justificada por alguma conta atrasada) e a direção é sem nenhum estilo ou personalidade. As tentativas de surpreender o público são pífias, além do filme ser absurdamente longo – 108 minutos de atores sofríveis recitando falas horríveis numa trama péssima. Forte candidato a pior filme de 2016.


BASTILLE DAY (2016)

Assisti esse aqui já fazem alguns meses e eu me lembro que achei o filme um bom entretenimento, especialmente pra quem é chegado num espetáculo mais casca-grossa, como é o meu caso. Agora, se vocês me perguntarem sobre o que era o filme... Porque o que Bastille Day tem de truculência do protagonista, encarnado por Idris Elba, é inversamente proporcional ao seu conteúdo e as próprias cenas de ação do filme. 

É melhor que muito filme lançado no mercado direct-to-video e serve como bom veículo de ação para Idris Elba (que segura o filme sozinho), mas não deixa de ser esquecível.


ANIMAIS FANTÁSTICOS E ONDE HABITAM (2016)

Eu sou um leitor e fã do universo Harry Potter, mas acompanhei essa produção com bastante desconfiança. Não gostei dos trailers, não gostei do protagonista e achei a ideia da adaptação meio que injustificável. Felizmente, eu cravo minhas previsões catastróficas como um grande equívoco, pois esta aventura foi uma deliciosa experiência na sala de cinema e eu me diverti  horrores. Destaco principalmente o maravilhoso elenco (especialmente o quarteto protagonista, com Dan Fogler roubando a cena) e o tom saboroso do filme. Me senti criança, mais uma vez, e mal posso esperar pelo próximo da série.

EXCESS FLESH (2015)

Quem gosta de se aventurar pelo submundo do cinema de horror, como eu, volta e meia se depara com filmes independentes com idéias interessantes não tão bem executadas. Pode ser o caso deste Excess Flesh, um exercício (pretensioso, talvez) transgressor sobre alguns temas mais batidos como o culto ao corpo e bullying, depressão e toda aquela conversa. É razoável e tem seus bons momentos, mas o final força a barra e tenho a nítida impressão que o diretor poderia ter feitos escolhas mais simples na maneira de narrar sua trama. Quem sabe não sai coisa melhor em seu próximo filme?


KICKBOXER VENGEANCE (2016)

Quem tem carinho pelos filmes do começo da carreira do dínamo belga precisa conferir este aqui. A trama já foi vista umas cem milhões de vezes (após a morte de irmão nas mãos de um lutador barra-pesada, jovem viaja ao Oriente, treina com um mestre fodão/sacana e enfrenta o vilão), mas eu nunca me canso. Mesmo assim, tenho minhas reservas ao protagonista bem sem graça que, para nossa sorte, não está sozinho em sua jornada. Assim, Jean Claude Van Damme e Dave Bautista (como o mestre e o vilão, respectivamente) mandam muito bem e garantem a diversão. E as cenas de luta são muito bem filmadas, por isso vale a conferida.


ASSASSINO À PREÇO FIXO 2 (2016)

Não tem jeito meus amigos: eu adoro o Jason Statham. De longe, é meu favorito herói dos filmes de ação da atualidade. Essa é a continuação da fraca refilmagem de 2011, mas que supera a obra anterior por ser muito mais divertida e menos pretensiosa. Tudo bem que acaba descaracterizando toda a classe em torno do assassino e seu método, mas quem se importa quando temos Statham incorporando o brucutu com bastante violência. Tem suas pontas soltas e gostaria de Statham voltando para outros personagens seus (como o sem noção Adrenalina), mas um filminho dele como protagonista sempre vai iluminar minhas tarde. 

THE NEON DEMON (2016)

E, por fim, THE NEON DEMON. O plano era escrever uma postagem mais longa, mas resolvi escrever sobre a decepção do ano antes que o tal ano acabasse. O último filme do excelente diretor Nicolas Winding Refn é um maravilhoso espetáculo visual, com suas já citadas homenagens e referências a clássicos como Suspiria, mas com um conteúdo tão raso e superficial que chega  a assustar de verdade a obviedade da coisa toda. Ao entrar e criticar o mundo da moda, Refn não consegue aprofundar suas teses e se alimenta dos próprios chavões que pretende detonar, criando um produto sem nenhuma alma. Com uma protagonista extremamente sem graça, salva-se Jena Malone como a complexa "amiga" e Keanu Reeves surpreendendo muito como um degradante e nojento dono de um motel. "Por fora bela viola, por dentro pão bolorento". 

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Tem novidade chegando por aí


Só passando pra avisar que em dezembro eu retomo as atividades por aqui e espero trazer umas novidades

sábado, 29 de outubro de 2016

O Fantástico Universo dos Filmes B e seus pôsteres

 O cartão de entrada para a venda de um filme é o seu pôster. E imaginem no caso dos famigerados filmes B, onde atores famosos costumam ser uma exceção; você precisa de uma arte de capa chamativa para atrair o público, muitas vezes com uma arte gráfica que, não raramente, supera a própria película. A publicação The Art of The B-Movie Poster (capa do livro ao lado) reúne mais de 1000 cartazes, de filmes situados entre os anos 40 e 70. São artes maravilhosas, de muitos artistas desconhecidos, um tipo de expressão artística praticamente esquecida em tempos de photoshop e mídias digitais. O livro pode ser facilmente encontrado nas livrarias de fora do país, por cerca de 35 doletas. 




quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Trailer: Logan (2017)

Desculpem o sumiço! Com o fim da faculdade, vieram algumas toneladas de responsabilidades a mais e, pra temperar o caos, a internet aqui de casa resolveu me sacanear. Os problemas ainda não foram resolvidos, mas eu não posso deixar de postar por aqui o trailer ABSOLUTAMENTE ESPETACULAR do novo filme do mutante favorito de todos, o Wolverine. Sério, eu já devo ter assistido esses quase dois minutos pelo menos umas 50 vezes na última semana. Sei que a expectativa é prima da decepção, mas tá difícil me conter, ainda mais pelos calafrios que essa montagem e sua maravilhosa trilha sonora de acompanhamento (Johnny Cash senhores!!) me provocam. Pode crer, eu acho que teremos um filme sensacional. 

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Pôster: The Windmill



Eu vou ser bem honesto com vocês: eu não gostei do trailer deste The Windmill. Achei banal, previsível e bem sem graça. Tudo aquilo que este enigmático pôster não representa! Temos um cartaz realmente intrigante, talvez até belo e com uma tag line matadora (This isn't hell, This is Holland). Parece até bizarro, mas eu pretendo dar uma chance a esse filme só por causa desse cartaz.

Trailer: Free Fire (2016)

Uma porção de bandidos num alçapão, todos armados e irritados, nos anos 70, iniciando um tiroteio com duração de praticamente 90 minutos. Dirigido por Ben Wheatley, responsável por alguns filmes muito elogiados nos circuitos independentes de cinema, Free Fire promete entregar muita diversão, especialmente para quem gosta de filmes policiais como eu. E o elenco é espetacular, incluindo alguns atores que costumam me agradar muito como Sam Riley, Cillian Murphy e Sharlto Copley. Recentemente fez bonito no Festival de Toronto ganhando o prêmio de melhor filme do público. Essa dica veio do colega blogueiro Ronald e seu Dementia 13.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Trailer: Dog Eat Dog (2016)

Após uma parceria que poderia ter rendido muito mais (leia mais sobre isso aqui), Nicolas Cage se junta mais uma vez com Paul Schrader (além do sempre competente Willem Dafoe), nesta adaptação de um romance de 1995, do escritor Edward Bunker. E o trailer é fantástico! Os dois atores parecem ser tiras corruptos, envolvidos em roubos e muita violência. Tem ares da subestimada refilmagem de Bad Lieutenant, também com Cage, Parece que um dos nossos atores favoritos voltou a escolher uns projetos mais promissores do que algumas tranqueiras em que ele andou se metendo. 



Midnight Express #006 - Vamos escrever sobre estes filmes antes que passem batido

LONDON HAS FALLEN (2016)

Eu me lembro de ter visto o primeiro filme desta série e ter ficado francamente decepcionado, provavelmente pela minha alta expectativa. Com essa experiência, fui conferir este segundo episódio sem nenhuma pretensão e o resultado foi uma das sessões mais divertidas do ano. O filme bebe na fonte brucutu dos filmes de ação dos anos 80, com Gerard Butler totalmente sem noção, no quesito sadismo, como o guarda-costas super herói do presidente americano, encarnado por Aaron Eckhart. É inacreditável assistir, nessa época moralista em que vivemos, o protagonista do filme soltar uma frase como "Go back to Fuckheadistan" e, mais inacreditável ainda, ver parte da crítica estrangeira levar um filme deste a sério... tem gente que não tem nenhum pingo de bom senso. 

Trata-se de um filme de ação truculento e estúpido, como os favoritos daqui desta casa. O diretor é o iraniano (!) Babak Najafi, que já entra em meu radar cinéfilo quanto a seus próximos filmes. E pensar que ele assumiu a direção após o diretor do primeiro filme, Antoine Fuqua, não ter gostado do script. Sorte a nossa, porque Fuqua, um notório mão pesada que mais erra do que acerta, não teria feito um filme tão enxuto e divertido quanto esse aqui. Estamos no aguardo de um terceiro filme da série, quem sabe um "Brasília Has Fallen"? Não custa dar uma viajada.

THE DARKNESS (2016)

Para mim, é inexplicável que um filme como esse tenha conseguido ser exibido nos cinemas de qualquer lugar do mundo, tamanha a ruindade dessa obra. Trata-se de mais uma cópia do clássico Poltergeist - de uma maneira geral - envolvendo uma família que passa a ser atentada por espíritos indígenas (cuja caracterização lembra demais os míticos bate-bolas do carnaval carioca, caso suas fantasias tivessem sido pisoteadas e estivessem sujas). Nada aqui funciona - não temos sustos, não temos ação, não temos tensão e todos, TODOS, os personagens merecem um final tenebroso, tamanha a antipatia deles; até o Kevin Bacon, que costuma ser um ator eficiente, entrega uma da piores performances de sua carreira, absurdamente preguiçosa e apática. O mais surpreendente é que a direção é de Greg McLean, responsável pelo aclamado Wolf Creek (que eu ainda não conferi, mas confesso que a vontade não é das maiores, depois dessa bomba). Pior filme do ano até agora. 

MONEY MONSTER (2016)

Esse é um exemplo de filme que tem algum destaque e alguma sobrevida em razão dos nomes envolvidos. Dirigido por Jodie Foster e ancorado por duas atuações seguras e eficientes de George Clooney e Julia Roberts, este é aquele típico filme de vida mais longa nas locadoras, se estas ainda existissem. Trata-se de uma espécie de Um Dia De Cão no mundo financeiro, com até algumas cenas que remetem ao clássico dos anos 70. Em alguns momentos, quando o filme se utiliza do humor, tenho a impressão de que ele melhora - principalmente por surpreender o espectador. Mas quando o filme retorna para sua pegada mais séria, cai no genérico. Não é ruim, mas definitivamente não é nem um pouco memorável. 



BATMAN: THE KILLING JOKE (2016)
A superioridade da Marvel em relação à DC Comics, no mundo da sétima arte, é inquestionável. Entretanto, a casa do Superman e Batman costuma ter uma considerável vantagem em se tratando dos desenhos animados. Já não é de hoje que a Warner entrega ótimas animações do cruzado de capa (e não tem como esquecer da excelente adaptação da Liga da Justiça como série animada) e esta aqui é mais uma pra entrar nesta conta favorável. Uma adaptação extremamente fiel de uma das hqs mais clássicas e brutais do Homem Morcego, THE KILLING JOKE é um prato cheio para qualquer fã de quadrinhos por aí. Aos mais desavisados, a violência e a trama extremamente dark, podem assustar - por isso já vá avisado que este desenho não é para crianças. Além disso, convenhamos que o trabalho de voz do Mark Hamill como o Coringa talvez seja uma das melhores adaptações deste vilão para outra mídia. Cabe um elogia ao Cinemark, que trouxe este desenho, LEGENDADO, em duas sessões exclusivas, que mesmo em horários difíceis para mim (no meio da semana), me deixaram contente com a iniciativa.  

sábado, 10 de setembro de 2016

Ava's Possessions (2015)



Muito se fala sobre a falta de originalidade que costuma assolar o cinema de horror da atualidade, especialmente o cinema "mainstream" - mais especificamente os exemplares do gênero que temos sorte de assistir numa sala de cinema propriamente dita. Não é uma ideia que eu defenda, porque acredito, com bastante firmeza, que a criatividade é inesgotável de uma maneira geral, especialmente em se tratando de sétima arte e as outras em geral. 

Tanto rodeio, porque não é de hoje que eu leio argumentos como o subgênero de possessão, do cinema de horror, encontra-se, supostamente, esgotado. Críticas que defendem a ideia de que todos estes filmes copiam e não trazem inovação alguma desde o clássico O Exorcista. Talvez, e muito provavelmente, estejam certas em relação a baixa qualidade de muitos filmes do subgênero que foram lançados por aí, mas sacramentar um gênero como esgotado já é demais. E AVA'S POSSESSIONS é um exemplar perfeito para ilustrar essa tese.

Vamos à sinopse: após 28 dias de possessão demoníaca, a jovem Ava (Louisa Krause) finalmente é libertada após um ritual de exorcismo. Entretanto, os transtornos desses 28 dias de loucura rendem consequências a vida da jovem: agressões a desconhecidos, comportamento promíscuo com estranhos, agressão à familiares, danos materiais e uma porção de situações que colocam a moça entre duas escolhas, apresentadas por seu advogado desbocado: enfrentar a prisão ou entrar para um grupo da Igreja/Estado chamado Possuídos Anônimos, onde ex-possuídos se encontram para enfrentarem a realidade de sua condição e enfrentarem seus demônios, literalmente. 


É com esse argumento absolutamente original que Jordan Galland - diretor e roteirista - entrega um dos filmes mais divertidos do ano. Com bastante bom humor e uma trama bem amarrada, AVA'S POSSESSIONS traz situações e questionamentos inacreditavelmente originais para um subgênero supostamente esgotado que são os filmes de possessão. Você não vai encontrar sustos ou imagens chocantes, mas definitivamente o filme tem sua boa dose de humor negro, para os carniceiros de plantão. 

A atriz Louisa Krause está excelente como a protagonista, que precisa se reencontrar após esse traumático evento, cujas consequências afetam sua vida. Lembra um pouco a pegada de outro indie horror visto recentemente, Last Girl Standing (leia aqui) - explorando a consequência dos efeitos de uma possessão na vida de uma pessoa. É uma lufada de originalidade e frescor. 

O filme também conta com William Sadler (o vilão de Duro de Matar 2) - uma simpática cara conhecida. Sem grandes rompantes, mas um pequeno grande filme de fato. AVA'S POSSESSIONS é um daqueles filmes de terror que divertem muito, mais até que certas comédias propriamente ditas. 

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Central Intelligence (2016)

Além de The Nice Guys, outro filme de duplas policiais deste ano foi esta parceria entre Dwayne "The Rock" Johnson e Kevin Hart que reserva algumas piadas boas e situações engraçadas, mas nenhuma cena de ação realmente digna de respeito. Aliás, o que salva mesmo o filme é a presença sempre cativante de Dwayne Johnson, que atualmente transforma quase tudo o que toca em ouro. E Kevin Hart acaba meio que sobrando, principalmente porque sua melhor gag (a cena da pirueta) já era entregada de bandeja no trailer.

Logicamente estou exagerando, mas The Rock tem um carisma de outro planeta e seu personagem, apesar da truculência nas cenas de luta, é uma pessoa doce e com feridas psicológicas advindas do bullying sofrido durante o Ensino Médio (exemplificada numa ótima cena inicial). E o personagem de Hart é a típica promessa dos tempos de escola que não se concretizou, o homem frustrado. São personagens que não são absolutamente profundas, mas possuem densidade o bastante para provocarem simpatia. A abordagem é inocente, mas me agradou o suficiente - CENTRAL INTELLIGENCE parece até um filminho da Disney desvirtuado, com a mensagem familiar, mas seus tiroteios e algumas piadas mais sujas pelo caminho. Se você comprar essa inocência, pode até se divertir. 

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Trailer: Don't Breathe (2016)


Grupo de delinquentes juvenis resolve roubar a casa de um militar reformado e cego. E, logicamente, as coisas não vão sair da maneira como eles esperam. Uma trama simples, mas que se bem conduzida pode render algo muito bom, mesmo o trailer já indicando alguns clichês bobinhos. Não importa: ver Stephen Lang num papel de destaque, entregando mais um vilão foda, já merece minha atenção. Toda a torcida aqui em casa para ele ser o Cable no próximo filme do Deadpool!




segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Pôster: Rings


Tal qual o pôster anterior que eu postei, o trailer não me impressionou, mas captou-me o interesse suficiente para assistir esta nova incursão ocidental na franquia da maldita Sadako e sua fita amaldiçoada. Ainda não consegui assistir ao último filme oriental da franquia, mas quem sabe os americanos não acertam a mão mais uma vez, como fizeram em O Chamado? 

Pôster: Blair Witch


E, subitamente, há pouco mais de um mês, descobrimos que teríamos um terceiro filme da série A Bruxa de Blair. O trailer não levantou muito minhas expectativas (o que pode ser muito bom), mas captou minha atenção e minha vontade de assistir esse filme. 

Hardcore Henry (2016)



Há alguns meses, postei aqui no blog o trailer deste filme, expressando excitação para o lançamento desta obra. HARDCORE HENRY (que antes se chamava só Hardcore) apostava todas suas fichas na "novidade" da câmera em primeira pessoa - o filme todo é conduzido pelos olhos do protagonista, tal qual aqueles jogos de tiro em que você enxerga o revólver do personagem e a ação se dá como se você fosse o personagem principal. 

E funciona? Em alguns momentos, sim. O filme é absolutamente frenético e sem noção, cheio de cenas de ação criativas e amalucadas. Mas essas cenas são prejudicadas em vários momentos, justamente por serem bastante confusas - a câmera treme e balança tanto que você fica perdido em meio a ação. 

A primeira meia hora do filme flui que é uma beleza, com um bom ritmo e tudo mais. Mas depois disso, o filme começa a tentar dar umas explicações da trama e a obra fica extremamente arrastada, principalmente porque a tal trama é mega fraca. Apesar do carisma de Sharlto Copley, o filme não consegue se sustentar e só captou meu interesse novamente em seu final, com a cena de enfrentamento entre o protagonista e o vilão boboca, que reserva boas surpresas. 

Dirigido pelo cara que fez o videoclipe na mesma estética de primeira pessoa da banda Biting Elbowns (que explodiu na internet há alguns anos), não atinge o mesmo resultado bombástico de seu trabalho anterior. A impressão que eu tenho é de que essa câmera em primeira pessoa só funciona bem para o mundo dos jogos ou curta-metragens. Além de cansativa e realmente provocar dores de cabeça, HARDCORE HENRY falha com sua pífia trama. Mas não deixa de ser um curioso exercício cinematográfico.

domingo, 28 de agosto de 2016

Livro: Cidadão Cannes por Gilles Jacob

Publicado pela Companhia da Letras
em 2010. Bela capa para um belo livro
Frequentando uma deliciosa feira de livros aqui em Campo Grande, me deparei com uma mesa lotada de livros por 5 reais. Apesar de ser um colecionador de livros, acho difícil qualquer pessoa resistir a um preço desses. Entre todos os títulos que eu comprei, o primeiro que eu li foi Cidadão Cannes.

Por acaso esse blog se tornou um blog literário? Não. Acontece que Cidadão Cannes é um livro de memórias de Gilles Jacob, crítico de cinema e diretor do Festival de Cannes desde 1976. E a vida desse homem confunde-se com a história do mais prestigioso festival de cinema do mundo. 

Uma leitura muito gostosa e ligeira, Cidadão Cannes alterna entre capítulos sobre a vida pessoal de Gilles, principalmente sua juventude, e anedotas do Festival - os bastidores na seleção dos filmes, os egos dos diretores envolvidos, a politicagem na época da Guerra Fria para se conseguir um exemplar soviético ou a clandestinidade para se obter uma obra direto de algum país atrás da cortina de ferro. 

Esses são os grandes momentos do livro, que tornam a leitura essencial para qualquer amante de cinema. Escrito de um jeito poético, confesso que pouco me importei com as partes da vida pessoal de Gilles, mas essas partes não prejudicaram a leitura de forma nenhuma. Nesses trechos, aliás, a impressão que eu tinha era a de estar assistindo algum singelo drama europeu. 

Não sendo um livro muito fácil de achar, fica minha sugestão de leitura para vocês. Caso encontrem essa obra dando sopa em alguma promoção, não percam a oportunidade. Excelente leitura. 

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Blood Father (2016)



Direto ao ponto: achei BLOOD FATHER uma decepção. O filme não é um desastre e, aparentemente, vem agradando muita gente. Mas não foi o caso por aqui. Eu adoro o ator Mel Gibson, mesmo ele sendo um maluco de merda na vida real. Neste filme, ele reprisa mais uma vez o personagem ferrado, o anti-herói com seus muitos defeitos. E a novidade desta fita é o drama desse personagem com sua filha - adolescente "fucked up" - que se envolve com o cartel de drogas mexicano e passa a ser perseguida, recorrendo ao seu pai, ex-detento, motociclista e tatuador, que tenta uma vida longe do mundo de violência de antes. 

O problema não são os muitos clichês do filme, que garantem a previsibilidade total da trama para quem já assistiu a algumas dúzias de películas de ação. Meu maior descontentamento é com a escassez de cenas de ação, com um foco na relação entre o pai e a filha, que pessoalmente não me absorveu nem um pouco. E olha que a atriz Erin Moriarty entrega bem seu papel de problemática, mas não foi o suficiente para prender minha atenção. BLOOD FATHER conta no elenco com o sempre competente William H. Macy, que acaba desperdiçado na trama. 

O diretor Jean-François Richet e seu diretor de fotografia fizeram um bom trabalho com o cenário de deserto, cheio de tons quentes e sujeira. E é sempre um prazer ver Mel Gibson trabalhar, ainda mais no perfil de personagem dele que já conhecemos - o herói descontrolado, a ponto da loucura, arrancando a orelha de um bandido a dentadas ou gritando feito um louco durante um tiroteio. Mesmo assim, a impressão é de que BLOOD FATHER poderia ter sido muito mais do que seus 65 minutos de bla bla bla e 15 minutos de ação. Prefiro muito mais seu filme solo anterior - Plano de Fuga, um filmaço que merecia ter sido assistido por mais gente. Entretanto, é bom que Mel Gibson esteja de volta e eu espero por muito mais filmes dele. 

domingo, 21 de agosto de 2016

Pôster: Lo and Behold, Reveries of the Connected World


Sem previsão que eu consiga encontrar esse documentário do mestre Werner Herzog tão cedo para assistir, mas vamos combinar: que maravilha de pôster! Lembrando muito a capa do último cd da banda Liars (clique aqui pra ver a belezura), esse cartaz teria um espaço cativo na parede da minha casa.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Dois Caras Legais (The Nice Guys, 2016)



Cheguei a esboçar, no início deste ano, uma lista de filmes mais esperados de 2016 para eu postar por aqui. Era uma lista até que bacana, principalmente por fugir de algumas escolhas óbvias (sim, eu ainda estou excitado pelo novo filme do Nicolas Cage dirigido pelo Mario Van Peebles). Lá pelo sexto lugar, estava THE NICE GUYS.

Quem acompanha este blog, já sabe que eu sou fã das fitas de dupla policial - meu subgênero favorito dentro do cinema de ação. E um novo filme, dirigido pelo escritor do clássico Máquina Mortífera - Shane Black - não escaparia da minha esfera de atenção, sob nenhuma hipótese. Mesmo que Shane Black tenha dirigido o fraco terceiro capítulo da franquia Homem De Ferro, ele tem créditos de sobra comigo por seu currículo pregresso. E considerando que ele também escreveria seu novo trabalho, não pude conter alguma expectativa. 

E o que eu achei do filme? Extremamente divertido. THE NICE GUYS resgata o que o subgênero traz de melhor: as cenas de ação eficientes, diálogos inspirados, personagens interessantes e uma incrível dinâmica entre seus protagonistas. Neste caso, Russell Crowe e Ryan Gosling entregam performances ótimas, apesar de em alguns momentos a preguiça do personagem de Crowe parece ser genuína de sua atuação. Já Gosling entrega um personagem cômico/trágico, na medida certa. Essa dupla me lembrou muito a dobradinha Bruce Willis/Damon Wayans de O Último Boy Scout - dupla criada pelo mesmo Shane Black.


Aliás, ele não traz nenhum tipo de inovação, mas certamente apresenta um entretenimento bem feito e sem a preguiça de seu filme anterior. Em certos momentos, a melhor coisa é fazer o que se sabe de forma competente, sem muitas firulas ou falsidades.

Aliado a boa performance de seus protagonistas, Black situou seu filme nos anos 70, dando todo um charme visual para THE NICE GUYS. O filme escapa do moralismo babaca que afeta muito filme atual, servindo como um bom entretenimento adulto. A trama, apesar de boboca, é situada no mundo da pornografia e corrupção em Detroit, contendo até algumas mensagens mais profundas sobre a falência que Detroit, outrora cidade promissora dos EUA, viria a enfrentar futuramente. Ter esse contexto histórico mais profundo só prova que Shane Black cuidou de seu roteiro, como ele não fazia desde os anos 90. 

Com os cinemas sendo dominados pelos blockbusters, a oportunidade de se assistir filmes de duplas policiais, um simples filme de dupla policial, é cada vez mais raro. THE NICE GUYS funciona, mesmo com seus pequenos defeitos, e com certeza terá um espacinho na minha filmoteca. 

domingo, 7 de agosto de 2016

Last Girl Standing (2015)



A experiência com o cinema de horror indie pode ser bem "traumática". Muitas boas ideias expressas em excitantes sinopses se perdem em longas arrastados e chatos, aquelas típicas fitas que assistíamos com a teclinha "fast-forward" apertada. Logicamente, muitos filmes escapam dessa infame experiência, mas isto não significa que eu não encare esses filmes com alguma apreensão.

Assim, quando o filme é bom, a baixa expectativa é sempre recompensadora. Foi o caso de LAST GIRL STANDING, um eficiente slasher com uma premissa bacana - quais os traumas enfrentados por uma sobrevivente de um ataque de um maníaco? 

Apesar de ter um desenrolar bastante previsível, LAST GIRL STANDING entrega um divertimento eficiente e honesto, que conseguiu me prender o suficiente. Eu tinha colocado o filme pra passar enquanto fazia outras atividades, acabei paralisando tudo e apenas assistindo a obra. Não reserva nada de novo, mas agrada, principalmente se você for fã do gênero.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Cannes e a seleção de filmes

"Pois uma seleção não é um passeio salutar. Os filmes chegam, cada vez mais numerosos, cada vez mais diversos. É preciso aceitar visioná-los em um tempo cada vez mais curto. Transformar em atividade profissional o que deve continuar a ser um prazer e uma paixão. Não se pode conceder o tempo para degustar uma obra no ritmo que esta merece. É preciso dar uma reposta. Justificar-se, tranquilizando os autores decepcionados, resistir a produtores que nunca desistem. Ano sim, ano não, os grandes cineastas não filmaram. Angústia. Procura-se desesperadamente uma substituição. Já se ouvem os comentário: "Veja! Cannes não é mais Cannes". O ano seguinte, apreensão, a abundância de nomes célebres vai limitar o espaço para desconhecidos. Imagina-se o discurso: "Estava fácil demais!". Sem dúvida, vossa senhoria, mas um Fellini menor sempre será preferível a um esforçado que se superou. Além disso, se são sempre os mesmos aceitos, é porque fazem realmente os melhores filmes."

Trecho do livro Cidadão Cannes, de Gilles Jacob, publicado pela Companhia das Letras (2010).

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Pôster: For The Love Of Spock (2016)



Um dos personagens mais icônicos da história da humanidade é o vulcano Spock. Vivenciado pelo saudoso Leonard Nimoy e absolutamente adorado por gerações e gerações de fãs. E teremos um documentário filmado pelo seu filho, Adam Nimoy, que nos apresentará a intimidade e a faceta mais particular deste grande ator e ser humano fora de série, que acreditem, faz muita falta. E esse pôster é, francamente, maravilhoso. 

domingo, 17 de julho de 2016

Trailer: B Movie - Lust & Sound In West Berlin (2015)


Nossa!!!! Ainda estou maravilhado com o trailer desse documentário. Uma viagem pela vida cultural/urbana/industrial da Berlim dos anos 80. Teria alguma maneira de me deixar mais atraído e absolutamente enfeitiçado? Acho difícil. E falávamos sobre essa ambientação justamente na postagem sobre o filme Supermarkt, logo abaixo. Pelo trailer, eu já fico com a sensação de que eu precisava ter vivido essa época, esse contexto, de alguma maneira. Esse, eu tenho certeza que eu vou amar. 





sábado, 16 de julho de 2016

Supermarkt (1974)


Um dos ambientes ou atmosferas que mais me fascinam é a Alemanha da Guerra Fria - suas cidades cinzas, decadentes, cheia de fumaça de cigarros, prostitutas e música, parecendo um prelúdio para histórias cyberpunks. Um misto de decadência e perigo, é a essência de uma mentalidade punk/industrial/urbano - que certas obras da ficção conseguem representar muito bem.

SUPERMARKT acompanha Willi (o não-ator Charly Wierczejewski), um problemático jovem das ruas, que sobrevive com pequenos delitos, fugindo da polícia, se envolvendo com bandidos e prostituição. E sua jornada de sobrevivência nas hostis ruas de Hamburgo, nos anos 70, é marcada de desilusão, violência e melancolia. 


Inserido nesse contexto social, SUPERMARKT é uma obra do praticamente desconhecido Roland Klick, diretor alemão cultuado na Europa, mas praticamente desconhecido por essas bandas. Dono de uma filmografia intrigante (pretendo me aprofundar em seus filmes, ao longo do ano), Klick ficou conhecido por ter sido o primeiro pretendido na direção do cultuado Christiane F, mas acabou sendo demitido pelo produtor Bernd Eichinger. 

É interessante que SUPERMARKT guarda muitas semelhanças com o best-seller Christiane F: a atmosfera carregada, a melancolia, a trama de jovens desencaminhados - como eu cheguei a ler numa resenha do excelente blog Soiled Sinema, "uma espécie de irmão mais novo e não junkie".


Uma das coisas que mais gosto em SUPERMARKT é a fotografia do filme. É uma obra escura, com seus cenários absolutamente decadentes - em algumas cenas mal conseguimos distinguir as feições do protagonista. E algumas cenas de ação reservam uma urgência típica dos policiais dos anos 70, como a fuga do protagonista da delegacia de polícia e o roubo no estacionamento do supermercado, próximo ao final da película. O lado artístico do diretor se sobressai nessas tomadas, assim como a última cena do filme, muito bela, fugindo de explicações óbvias que assolam o cinema atual. 

Ancorado pela música "Celebration", de Marius West - uma balada folk bem bonita, SUPERMARKT é o típico cinema quase impossível de se encontrar nos filmes atuais. A música guarda um otimismo quase juvenil, presente em nosso personagem principal, que primeiramente poderia destoar, mas depois se encaixa na opressiva e cinzenta realidade da história. A distribuidora do filme, em dvd, na Europa, classificou SUPERMARKT como uma mistura de Operação França com Juventude Transviada e, honestamente, eu não teria como classificar melhor essa pérola desconhecida do cinema alemão. 

terça-feira, 5 de julho de 2016

Trailer: The Babushkas of Chernobyl (2015)


O tema Chernobyl é um daqueles que me causam profunda curiosidade e interesse. Este documentário aborda algumas senhoras que após a evacuação às pressas realizada após o acidente, retornaram para suas casas abandonadas e continuaram suas vidas em seu vilarejo natal. E essas mulheres, contradizendo argumentos científicos, ainda sobrevivem neste ambiente hostil destruído pelo homem. A frase encabeçada no pôster "A radiação não me assusta, mas a fome sim" me deixa intrigado para conferir esse interessante documentário.



segunda-feira, 4 de julho de 2016

Balanço De Metade do Ano: Os melhores filmes de 2016, até agora




 Já estamos na metade do ano, meus amigos! Sim, foram seis meses de muitos filmes para meu padrão cinéfilo meio capenga dos últimos anos - 65 filmes, incluindo longas e curtas, de variados gêneros. Muita coisa boa acabou não sendo comentada por aqui - tanto pela falta de tempo quanto pela falta de saco em escrever sobre cada filme que eu assisto. Ainda assim, adoro manter esse blog e meus planos para o futuro incluem este pequeno diário virtual. 

É importante eu dividir com vocês a seguinte informação: uma das minhas famigeradas metas para este ano é assistir 100 filmes. Pois é, no ano de término de faculdade, trabalhando, com muitos afazeres, resolvi tentar esse objetivo. Se vou conseguir? Não sei. O que sei é que com essa meta em mente, eu aumentei o número de filmes assistidos, consideravelmente. 

E o que venho achando de 2016, no quesito cinema? Estou achando ótimo! Assisti muitas obras legais, uma pequena parcela de filmes excelentes e, logicamente, algumas boas e velhas bombas cinematográficas. Quem acompanha esse blog verá que alguns dos filmes que citarei não tiveram textos postados. Eles podem ou não compor nosso arquivo de resenhas num futuro próximo, mas não vou prometer, porque acho que não conseguirei cumprir. Os filmes que tiverem resenha por aqui terão um link em seus nomes, para direcionar quem quiser aos seus respectivos textos

FILMES INDEPENDENTES: Esse ano eu conferi alguns filmes independentes interessantes. Destaco o policial/drama/comédia de humor negro THE DRIFTLESS AREA, que eu assisti muito em razão da precoce morte de Anton Yelchin, e acabei adorando - uma boa mistura de gêneros com um bom roteiro de suporte. Outro policial/comédia de humor negro que eu adorei foi MOONWALKERS, um filme bem maluquinho sobre uma operação desastrada da CIA para forjar o pouso na lua, no auge da corrida espacial - divertido, inteligente, com atuações supimpas de Ron Perlman e Rupert Grint (falei que não ía prometer resenhas, mas quero um texto deste filme por aqui).

BLOCKBUSTERS, OSCAR E SUCESSOS: Dos 65 filmes que assisti, 13 deles foram no cinema, na telona. Ir ao cinema é quase sempre uma preferência, mesmo que esse tipo de divertimento requer, em tempos atuais, planejamento para você caçar uma sessão legendada (que vem se tornando uma raridade) e com a menor possibilidade de encontrar adolescentes babacas e barulhentos ou pessoas que não largam o celular nem para dar uma cagada. Mesmo assim, me diverti muito nos filmes da Marvel e DC Comics (sim, eu achei Batman vs Superman bacana), mas destaco o único deles que me levou aos cinemas duas vezes: X-MEN APOCALIPSE - a segunda melhor aventura dos mutantes no cinema, que me deixou maluco, eletrizado. O filme pode ter seus problemas, mas me conquistou totalmente (e eu mordi a língua, porque achei que seria ruim e espalhei essa opinião equivocada aos quatro cantos entre meus conhecidos).

Da corrida do Oscar, confesso que fiquei com preguiça de assistir uma parcela dos indicados. Dos que eu encarei, SPOTLIGHT tem lugar cativo como um dos meus preferidos - um filme sério, sóbrio, envolvente e com personagens absurdamente cativantes, mereceu o caneco. O surpreendente A GRANDE APOSTA também se destacou, me divertindo horrores, com seu ritmo escalafobético e sua história recheada de humor e drama - entretanto, meu interesse no tema ajudou o filme a decolar aos meus olhos. E, logicamente, eu conferi CREED, mais um capítulo no universo de Rocky Balboa, talvez o melhor filme desta postagem, com Stallone mostrando que continua sendo um mestre das suas criações, um gigante ator (esnobado pela academia) e capaz de nos emocionar. Caso ainda não tenha visto CREED, larga esse texto e vá assistir agora.

MY FRENCH FILM FESTIVAL 2016: Pois é, eu deveria ter feito uma cobertura deste sensacional festival online gratuito de cinema... Eu conferi vários filmes deste festival, praticamente todos os quais eu realmente tinha interesse em assistir - e gostei da maioria deles. Mas cabe destacar ao intenso drama COUP DE CHAUD, um poderoso filme sobre a discriminação, encabeçado por uma atuação magistral; o filme tem um ritmo incrível e seu roteiro é absurdamente bem transcrito para as telas - uma das obras que me provocou raiva, tristeza, contemplação e outra série de sentimentos, como poucos me causaram neste ano. 

Outro filme do festival foi o drama UN FRANÇAIS, sobre a jornada de um jovem de extrema direita na França. Abordando diversas fases da vida do personagem, o diretor explora a corajosa opção de humanizar um personagem que a princípio você odiaria facilmente - um tipo de filme/trama que geralmente me conquista facilmente. Se você tiver a oportunidade, dê uma conferida.

E na linha de filmes mais meigos, fugindo muito da pauta no nosso blog, temos a comédia/romance HENRI HENRI, que bebe muito nas fontes de filmes como O Fabuloso Destino De Amelie Poulain, mas consegue ser muito superior e muito menos pretensioso que este. A obra acompanha um órfão e suas desventuras, sua paixão platônica - um misto de fantasia e bucolismo que me conquistou totalmente e fez o meu dia. Mas, não tenho certeza se o pessoal que acompanha o blog iria gostar. 

O HORROR: Sentiram falta do meu gênero favorito? Pois é, infelizmente não vi muitos de destaque até o final do sexto mês do ano. Gostei de algumas obras, mas o grande filme do gênero até agora é o excepcional THE WITCH, uma verdadeira e imersiva experiência cinematográfica, um daqueles raros filmes cuja a sensação passada é tão intensa que você fica sem palavras após a sensação. A impressão é que acabamos de participar de uma missa negra ou um ritual satânico - uma crítica em inglês definiu perfeitamente a sensação passada de estarmos a assistir algo que não deveria ser assistido, uma experiência quase que profana. Este é um daqueles filmes que recebe uma merecida nota 10 com louvor.



E o que esperar do restante do ano? Tem uma penca de filmes bons que serão lançados por aí (e geralmente minhas expectativas são representadas pelos trailers que eu posto, frequentemente), além de outra penca de filmes que eu ainda não conferi, lotando meu hd. Vamos torcer para eu encontrar essas obras por aí (e a internet é a principal aliada dos cinéfilos, nos dias atuais) e para que eu consiga cumprir aquele meu desafio pessoal. Querem um segredo? Meu filme favorito do ano até o presente momento não está nessa lista. Acabei assistindo-o no dia 2 de julho e eu incluí por aqui os filmes que eu assisti até o final de junho; e meu texto sobre este filme sai nesta semana. Prometo!