sábado, 25 de julho de 2015

Branco Sai, Preto Fica (2015)


Dá um imenso prazer assistir a um filme como BRANCO SAI, PRETO FICA. Um fiapo da trama: nos anos 80, policiais invadiram uma boate aos tiros e deixaram dois sequelados - um homem com perna amputada e outro sem o movimento das pernas. 

Comecei a assistir sem ter a mínima ideia dessa história. Logo no início, eu pensei: "Ok, este é mais um documentário sobre o racismo, preconceito e desigualdade social que assola o Brasil". Entretanto, logo fui completamente surpreendido com um misto de documentário e ficção científica, numa narrativa completamente fora da zona de conforto, nitidamente influenciada pelo cinema marginal brasileiro. E posso constatar que é um dos mais interessantes filmes nacionais lançados em anos.

Isso porque BRANCO SAI, PRETO FICA foge a todo momento da previsibilidade. Apesar disso, confesso que me peguei cochilando brevemente, talvez pelo filme ser um tanto parado. Mas de uma maneira geral, a dupla protagonista entrega uma performance realmente incrível, que me prendeu a atenção. Outro aspecto que vale muitos elogios é a ESPETACULAR trilha sonora (achei uma alma caridosa que compilou as músicas numa playlist do youtube - link aqui). 

O clima é de experimentação, mas há alguma pretensão na maneira como Adirley Queirós filmou sua obra. Não curto muito o fato do filme ser incensado demais pela crítica, porque apesar de sua inventividade e criatividade, o ritmo do filme é bem irregular. Se você não comprar essa conversa chata pseudo-cult sobre "representação cyber-punk da periferia marginalizada brasileira" e encarar BRANCO SAI, PRETO FICA como um exercício original de mistura de gêneros, vai se surpreender demais. Definitivamente, precisamos de mais filmes ainda com essa pegada. 

Uma observação: consegui assistir esse filme por um link disponibilizado pelo Carlos Primati numa página de sua curadoria no facebook: Filmoteca do Horror Brasileiro. Todos os dias, ele divulga vídeos, links e informações de filmes que flertam com o fantástico e filmes do gênero horror, muito vivo dentro do contexto nacional. Basta procurar pra você encontrar um universo inacreditável e quase intocável dessas obras. Vocês precisam conferir (link aqui).

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Homem Formiga (Ant Man, 2015)



Não vou na contramão da maioria dos textos atuais sobre o mais novo projeto da Marvel Studios: realmente, ANT MAN é um filme bem divertido, mais um personagem transportado com sucesso para as telonas (ou relativo sucesso, já que apesar da liderança no caixa dos finais de semana, o filme teve uma abertura menor que os filmes solos do Capitão América e Thor - comparação injusta se levarmos em conta a popularidade dos personagens, mas quando se fala de cifras e lucros em Hollywood, tudo conta).

Gosto muito da escolha de elenco: Paul Rudd encontra o timing ideal de humor para seu protagonista Scott Lang, Michael Douglas ficou interessante como Hank Pym e Michael Pena rouba as cenas em que participa. Destaco também Corey Stoll, que vem ganhando reconhecimento e entrega um ótimo desempenho como o vilão Jaqueta Amarela (apesar deste personagem ter sido desvalorizado no roteiro, por não ter uma motivação convincente, mas a performance de Stoll é fantástica a ponto de esquecermos o roteiro muito angular e nos deliciarmos com seu antagonista).

É bacana como o filme funciona muito bem, sem chafurdar demais no megalomaníaco universo Marvel. Há referências sóbrias o suficiente para agradar os nerds e o público geral. As piadas são ótimas e as cenas de ação também são divertidíssimas. Gostaria talvez que o filme focasse menos no passado de Hank Pym e mais na origem do herói atual, afinal este é um filme de origem (com toques interessantes de filme de roubo).

Certamente o personagem irá se integrar ao universo Marvel, mas ainda tenho minhas dúvidas se existe cacife pra segurar mais histórias solo... Espero estar errado, pois com um vilão mais ameaçador e de melhores motivações e mais Scott Lang, poderemos ter um filme muito mais interessante. Me diverti, mas acho que a Marvel pode ser um pouco menos conservadora. 

domingo, 19 de julho de 2015

Pôster - Turbo Kid


Na vibe de amor pelos anos 80, instigado pelo excepcional curta Kung Fury (ainda não assistiu? Dá uma sacada na postagem abaixo), me encontro apaixonado por esse cartaz da aventura Turbo Kid - que aparentam ter a mesma pegada visual e estilo 80's. E quando uma das críticas sobre o filme apresenta a frase "Mad Max on a BMX", vamos combinar que ajuda bastante. E tem o Michael Ironside!

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Midnight Express #003 - De orgasmo anos 80 até Porta dos Fundos superestimada

Mais uma edição de resenhas curtas. Essa próxima semana será meio complicadinha pra mexer no blog, mas em breve tem coisa boa vindo por aí. Aproveitem pra assistir esse curta e conferir os filmes dessa edição.  


Kung Fury (2015) - Esse curta metragem espetacular abalou a internet há quase um mês, sendo comentado em zilhares de sites. Como quase tudo que envolve o mundo virtual, o filme jaz praticamente esquecido do grande público. Entretanto, esse escriba dificilmente se esquecerá do banquete de anos 80, filmes de baixo orçamento e trasheira servido por esse excelente trabalho, onde acompanhamos um policial mega casca grossa, o Kung Fury, com um vilão a altura dele. Trata-se de um jargão exaustivo, mas esse curta é realmente superior a muito longa metragem lançado por aí. Vou deixar o curta completinho aqui para vocês assistirem e se divertirem demais. Faça sua pipoca!


Livrai-nos do Mal (2014) – Outro bom enredo inicial que se perde num roteiro bem fraco. A história de soldados americanos que voltam zicados por uma maldição me prendeu em seus primeiros 20 minutos, mas a tediosa investigação ao longo do filme torrou minha paciência. Tanto Eric Bana quanto Edgar Ramirez mandam bem em seus papeis, mas o diretor Scott Derrickson não consegue repetir o feito de O Exorcismo de Emily Rose de renovar o subgênero de possessões com outro gênero (neste caso, filme policial). Uma conferida em sábados chuvosos sozinho em casa pode causar alguma emoção durante a projeção.



Annabelle (2014) – Guardo muita curiosidade com esses próximos projetos de horror que pretendem explorar as histórias do casal paranormal Ed e Lorraine Warren. Contudo, o primeiro filme pós-Invocação do Mal ficou no saturado mar das boas intensões, especialmente por um roteiro bem fraco e a completa falta de sustos (a famigerada pegadinha que o Sílvio Santos preparou com a boneca é mais assustadora que o filme inteiro). A recriação dos anos 60, entretanto, é perfeita e me agradou muito o fato do filme conseguir captar o medo das seitas que assolavam o mundo nesta época. Um filme bem intencionado.




Entre Abelhas (2015) – Existe uma parte de mim bastante simpática que enxerga esse filme com uma dose de respeito, por fugir dos clichês e lugares comuns que povoam o cinema nacional; é um enredo interessante – um cara que aos poucos deixa de enxergar as pessoas do mundo – num filme estranho, misto de comédia e drama. Outra parte de mim enxerga bastante pretensão num roteiro muito fraco, com alguns diálogos realmente sofríveis, atuações medianas (Porchat ainda não consegue fugir do histrionismo característico dele) e um final massivamente óbvio. Contudo, fica meu interesse em ver mais obras nacionais como essa, que ao menos arriscam bem longe da fórmula “TV Globo”.

domingo, 12 de julho de 2015

Fantasia Film Festival 2015 - As Escolhas do Editor

 


Se eu tivesse de escolher um festival no planeta inteiro para acompanhar de perto, assistir seus filmes, interagir com convidados e público, certamente minha escolha seria o Fantasia - o maior festival de cinema fantástico da América do Norte. São mais de vinte dias de cinema curioso e da mais alta qualidade, ao redor do mundo. O catálogo é gigante e tem muitos filmes que eu já comentei por aqui, por isso escolhi cinco títulos que mais chamaram minha atenção. Eu espero que daqui uns poucos anos eu consiga acompanhar esses festivais todos nas suas respectivas cidades!

Roar (EUA)
Diretor: Noel Marshall 

Ninguém tem muito interesse sobre roteiro, atuações... O grande atrativo de ROAR é a inacreditável história de sua produção, envolvendo dezenas de leões, tigres e outros animais selvagens, resultando em ferimentos, sangue real, cortes, abandonos da produção, cirurgias e o próprio diretor sendo diagnosticado com gangrena. Com certeza, o filme mais louco deste festival. 




Attack on Titan (Japão)
Diretor: Shinji Higuchi

Acho tão legal termos contato com cinema de diversos gêneros e de outras partes do mundo. Um filme de monstros destruindo o planeta direto da terra do original Gojira é informação suficiente para me deixar curioso. E sabendo que este é o filme de fechamento do festival (sempre uma projeção especial é reservada para este evento), ATTACK ON TITAN  tem lugar reservado na minha wishlist. 




Catch me Daddy (UK)
Diretor: Daniel e Matthew Wolfe

Existe uma boa quantidade de críticas positivas sobre esse filme. E não é sobre apenas as críticas, mas o estonteante trailer (clica aqui pra assistir), com bela trilha sonora e imagens noturnas, numa mistura de western e drama coming of age, pelo que eu captei. A trama sobre um casal low-life perseguido por gangues é simples, mas pode render um filme bem interessante.


Who Killed Captain Alex? (Uganda)
Diretor: Nabwana IGG

O line-up do Fantasia neste ano engloba alguns títulos africanos - aliás, acho que nunca vi nenhum filme do continente. É bacana ver a atenção do festival, o que só mostra o quão incrível é este evento. Este filme em questão se trata do primeiro filme de ação da Uganda, com um orçamento espetacular de duzentos dólares, sangue de verdade e muito boa vontade. Não sei se vou conseguir ver esse filme tão cedo, mas assim que colocar minhas mãos nesse filme vou comentar por aqui.


Some Kind Of Hate (EUA)
Diretor: Adam Egypt Mortimer

Um filme sobre um jovem que sofre bullying em casa e na escola e parece invocar um fantasma de uma jovem que também sofreu isso em vida. Auto-mutilação e gore no trailer podem garantir um bom slasher - até porque já faz algum tempo que não temos um filme realmente decente do gênero. 


sexta-feira, 10 de julho de 2015

James Horner (1953-2015) - minhas 5 trilhas favoritas


Com algum atraso, mas presto minhas sinceras homenagens a James Horner, um dos meus compositores favoritos do mundo do cinema. Abaixo eu listo as minhas trilhas favoritas assinadas por este gênio:


Willow (1988) - Talvez, a minha trilha sonora favorita de todos os tempos. O filme também figura no top 5 da minha vida, facilmente. Não saberia lhes dizer o quão especial essa trilha é para mim - uma música que me transporta tanto para o filme quanto para memória incríveis de minha infância. Sempre que escuto essa música, me emociono muito facilmente, desde as notas épicas até as mais orquestradas. Não há uma semana sequer que eu não assovio essas músicas, automaticamente, tamanha a presença delas em minha história de vida. Para muitos pode soar um exagero, mas uma das trilhas sonoras da minha vida, que me inspira e energiza é essa. O melhor trabalho de Horner. 



O Nome da Rosa (1986) - Eu considero esta trilha sonora uma obra prima, por captar perfeitamente o mistério, o medieval, o medo - todas as sensações evocadas por esse filme, um dos meus favoritos de todos os tempos. E, neste caso, eu coloco a última música do filme, que nos transporta exatamente para o desolado cenário do último fotograma. Há algo de belo e assombroso na época medieval, nos vestuários, nos crimes e Horner conseguiu capturar tudo isso. Nos tributos que saíram por aí, não citaram esse trabalho do compositor que só fica atrás do primeiro mencionado, na minha modesta opinião. 


Comando Para Matar (1985) - Trilha clássica, clássica, clássica! Excitante, exagerada, com saxofone e sintetizadores e uma pegada meio egípcia ou indígena (provavelmente estou viajando), mas que mostrava a letalidade do personagem principal. E era interessante porque a música quebrava quando mostrava o Schwarza com sua filha no filme, ficando mais melosa. Esses teclados, tão anos 80, são inesquecíveis! Só os fortes lembraram dessa trilha.




Apollo 13 (1995) - Sempre gostei de marchas militares e há referências claras nas notas dessa trilha. Acho incrível como há aventura mas realismo, uma música com tom cerimonioso mas nada cafona, como se fossem honras militares. Existe algo de heroico nessa história real e Horner conseguiu capturar isso, sem descambar para o patriotismo  que muitas trilhas acabam expressando. E olha que nesse ano ele ainda assinaria mais um clássico...





Coração Valente (1995) - Acho que sou bastante parcial, especialmente porque sou absolutamente apaixonado pela cultura celta. Amo músicas celtas, seus instrumentos... Há emoção e tons orquestrais épicos, tudo embalado com uma maravilhosa gaita de foles. Impossível não se lembrar das cenas do filme quando se escuta o tema principal, desde as cenas de batalha até as cenas dramáticas e românticas. Neste ano, o homem estava inspirado.




quarta-feira, 8 de julho de 2015

Pôster - 12 Rounds 3: Lockdown


Quem é ligado em wrestling, sabe que Dean Ambrose é o novo nome mais quente da WWE nesse momento. Expressivo, talentoso e com personalidade, o cara já está pronto pra encabeçar um título dessa divertida franquia. Se não cair no erro de se levar a sério demais, tem tudo pra me conquistar. Seria uma ideia bacana comentar sobre a triologia por aqui, não? 

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Trailer: Creed (2015)

O meu filme favorito de todos os tempos é Rocky - Um Lutador, de 1976. Assim, já vos digo que um episódio no universo deste personagem maravilhoso já me deixa deveras atraído. Há algum tempo eu li, em algum canto da internet, que um filme sobre o filho do Apollo Creed (Carl Weathers) estava em pré-produção em Hollywood. Acho a ideia realmente promissora, pois não consigo enxergar mais roteiros sérios com Rocky Balboa como protagonista. Unindo a boa ideia com um diretor e ator que deram um bom trabalho em Fruitvale Station, podemos ter um filme a altura e que honre o clássico original. 

Sobre o trailer: achei interessante. Não gostei muito da duração (muito longo, mostrou cenas demais - um problema dos trailers atuais que pretendo comentar com mais profundidade em breve) e espero que a trama reserve mais surpresas, porque já podemos ter uma noção de como essa história será contada. O que eu mais gostei do trailer foi que Sylvester Stallone vai dar espaço para que Michael B. Jordan encare o filme sozinho, servindo muito mais como coadjuvante de luxo. Enfim, fiquei ansioso pra conferir o velho Rocky nas telonas e seu novo pupilo.