domingo, 7 de agosto de 2022

O Peso do Talento (The Unbearable Weight of Massive Talent, 2022)



 Ultimamente venho buscando algumas experiências em sala de cinema pelas quais ainda não passei durante minha vida. Talvez porque minha percepção é de que o ato de ir ao cinema vem se tornando cada vez menos prazeroso, pela imensa quantidade de pessoas incapazes de permanecer focadas numa história por mais de duas horas - celulares acesos o tempo inteiro, risos e conversas duelando com o som do filme e a má educação geral de uma população em franco emburrecimento. Mas, ainda assim, poucas coisas mexem com meu coração tanto quanto a experiência de encarar a telona e me imaginar como um dos nomes nos créditos dos filmes que eu amo...

Como um fã do Nicolas Cage é óbvio que a trama de O PESO DO TALENTO me chamou extrema atenção, com nosso astro favorito interpretando ele mesmo. E quando me dei conta, a última vez que vi o senhor Cage nas telonas foi em 2011, no divertido (porém completamente esquecível), Caça às Bruxas. Apesar de acompanhar sua prolífica carreira, um tanto erraticamente, confesso que já tinha perdido as esperanças de vê-lo numa sala de cinema da cidade onde moro.

Para quem não sabe, este filme é sobre Nicolas Cage interpretando ele mesmo, numa fase em que está precisando de muita grana. Por essa razão, ele topa ir conhecer um milionário obcecado por ele (em interpretação divertidíssima do ótimo Pedro Pascal), mas acaba se metendo numa trama que parece ter saído diretamente de um filme de ação dos anos 90. 

Há uma esperta utilização de referências a muitos filmes dele (sem cair na armadilha de ser como os exaustivos filmes da Marvel e suas centenas de referências e conexões), uma trama razoavelmente divertida e, naturalmente, o perfeito veículo para Cage dar um show de performance, explosiva e imprevisível como quase tudo que ele entrega atualmente. A direção é bastante sem personalidade e confesso que tem uma dupla de personagens policiais que eu simplesmente obliteraria caso tivesse escrito o roteiro, mas nada que prejudique a obra.

Assim como esse papel parece um presente ao astro, não pude deixar de encarar o filme como uma espécie de presente para fãs de Nic Cage, fãs de filmes despretensiosos, fãs de filmes de ação longe do esquemão Marvel e fãs de histórias com começo, meio e fim. Obrigado, Nic. São pequenos filmes como este que me fazem lembrar dos prazeres do mundo do cinema. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário