segunda-feira, 8 de julho de 2019

Livro: Dylan Dog - Prelúdio Para Morte, por Dario Argento/Stefano Piani/ Corrado Roi

Lindíssima capa de um dos lançamentos do ano.
O anúncio de uma história em quadrinhos do personagem Dylan Dog escrita pelo mestre Dario Argento foi avassalador. No momento que eu soube, lá em 2018, sabia que teria de adquirir a obra de alguma maneira. A espera compensou: a Editora Mythos lançou um maravilhoso capa dura, grande e lindo, contando com um saboroso prefácio e notas da produção que irá agradar em cheio fãs do Dylan Dog, fãs do Dario Argento e fãs de belas histórias.

Um dos pontos que mais me impressionou foi a percepção passada de se entender o processo da criação desta narrativa pelo maestro Argento. Num saboroso posfácio denominado O Teatro Anatômico de Dario, Stefano e Corrado, somos apresentados ao pormenores da criação da obra. Tudo começou com Dario visualizando uma "bela mulher de longos cabelos pretos e com as costas cheias de cicatrizes". A partir de uma imagem tão plástica e intrigante (uma imagem, aliás, talhada para o mundo do cinema), criou-se uma trama. A partir de uma imagem a história passou a se desenrolar, com Dylan Dog seguindo esses rastros.

Em seguida, Dario associa elementos estranhos entre si, como a figura do Whipping Boy (na época vitoriana, punia-se um garoto pobre, amigo de um príncipe, caso a nobre criança cometesse erros),  o poeta neoclássico italiano Giuseppe Parini (e o intenso verso "Não se deve celebrar o sangue da alma que definha"), a pintura Lais Corinthiaca do mestre flamengo Hans Holbein (pintada em 1526 e exposta no Museu de Belas Artes da Basileia) além de BDSM. São elementos incrivelmente díspares, mas unidos numa envolvente trama, tal qual Argento fez em seus melhores filmes. A riqueza da narrativa impressiona muito.
Giuseppe Parini
Lais Corinthiaca

De quebra, há referências ao universo cinematográfico de Argento, como o próprio nome da HQ que remete a um dos filmes mais clássicos do diretor (Prelúdio Para Morte) e uma citação a banda Globin.

É um trabalho magistral, amigos. Uma obra de arte, uma aula de contagem de histórias e uma amostra maravilhosa da mente genial de Dario Argento. Vocês precisam ter este encadernado em suas coleções. 

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