terça-feira, 14 de abril de 2015

Sniper Americano (American Sniper, 2014)



Quando, de maneira brusca e nada impactante, a projeção terminou, meu queixo caiu. Isso não se relacionou com minhas impressões em relação ao filme, mas ao sucesso e as indicações absolutamente questionáveis ao Oscar... SNIPER AMERICANO é um filme dúbio, equivocado e absolutamente estranho.

O imortal Clint Eastwood não consegue definir uma posição sobre seu personagem ultra polêmico - o maior atirador a serviço do exército norte-americano, que contabilizou centenas de morte durante a guerra ao terror (Afeganistão/Iraque). Interpretado com uma neutralidade magistral por Bradley Cooper, o filme acompanha a história desse soldado. 

E o decorrer da obra não fornece qualquer abertura para definirmos uma mensagem, uma postura por parte de seu diretor. Em nenhum momento Clint demonstra o que pensa sobre a história que ele levou às telas. Temos apenas uma neutralidade estéril e expositiva sobre a vida de um soldado, em tempos de terrorismo, abusos do exército, combates questionáveis e a morte de muitos civis.

Assim que a projeção terminou, fiquei impressionado com o espetáculo "chapa-branca" que acabara de assistir. Nem contra, nem a favor (talvez levemente a favor, mas ele se conteve), apenas uma exposição desapaixonada de cenas com atores aplicados. Não consigo me lembrar de um filme tão sem alma nesses últimos anos.

2 comentários:

  1. Acabei gostando mais do que eu imaginava e não o considero tão grosseiro no quesito matança. Quem impressionou também Bradley Cooper, em algo primordialmente diferente de tudo que ele exibira.

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  2. Sim, a performance do Bradley foi bem boa, surpreendente, contida e profunda. Mas a falta de um posicionamento mais claro por parte do senhor Eastwood me incomodou profundamente. Achei um filme fraco e covarde

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