sábado, 18 de abril de 2015

Inferno Vermelho (Red Heat, 1988)


 
Nosso querido Schwazenegger nunca fez muitos filmes de duplas policiais – acho até que esse foi o único (me corrijam aí nos comentários caso eu tenha esquecido algum). Mas, sem dúvida fez um dos melhores filmes deste subgênero. INFERNO VERMELHO é um filmaço policial, daqueles que nos deixam saudosistas porque essas obras estão cada vez mais raras nos cinemas em nossos dias.

O capitão Ivan Danko (Schwazenneger) é mandado para os Estados Unidos atrás de um bandido georgiano que matou seu parceiro (Ed O’Ross, uma cara conhecida dos anos 80). No Ocidente, Danko é acompanhado por um sarcástico detetive (James Belushi) e ambos se envolvem com um esquema de drogas entre uma gangue de Chicago e o fugitivo soviético.

O roteiro do filme não traz nada de novo, especialmente para quem está habituado com esses filmes policiais, mas tem muito valor por apresentar todos os elementos essenciais de um filme deste subgênero de uma maneira muito bem executada. A película é carregada de bom humor, diálogos espertos e ótimas cenas de ação. E no caso de INFERNO VERMELHO, há o elemento de ocidente versus oriente, sempre presente de maneira sutil. O policial soviético é duro e metódico como um ferro, enquanto o americano é malandro e dúbio, sempre parecendo o lado mais suave dos dois. Uma armadilha que o enredo poderia formar seria a obra descambar para as opiniões políticas escancaradas, algo que não acontece.


Além do roteiro e belas atuações, como não elogiar a direção de Walter Hill, esse monstro sagrado do cinema de ação. Um dos gênios do gênero, Hill imprime muita agilidade ao filme, cenas de tiroteio muito bem filmadas, excelente timing entre ação-tensão-comédia e uma inesquecível perseguição entre dois ônibus, coisa que nunca foi repetida posteriormente. Sem sombra de dúvidas, um dos melhores diretores de ação de todos os tempos.


Esse filme me deixou pensando em como eu sinto falta dessas obras policiais, com um enredo simples e eficiente, cenas de ação bem produzidas, sem a intenção de se fazer uma triologia pra arrecadar mais grana no cinema. Pelo menos em se tratando dos grandes estúdios, essas obras estão em extinção – quase não são mais lançados nos cinemas películas de duplas policiais. E isso é uma pena. Sorte nossa que temos alguns exemplares salvadores desta nova geração e estes verdadeiros clássicos que podemos aproveitar a qualquer momento.

Lembranças de um tempo bom, que não volta mais.

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