quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Código de Conduta (Law Abiding Citizen, 2009)

Stephen King elegeu Código de Conduta como um dos melhores filmes do ano passado dizendo: "O roteiro é esperto e amarrado o suficiente para extrair sangue". De fato, o argumento de Código de Conduta é fenomenal, porém o fechamento da história decepciona. Por essa razão, o roteiro de Código de Conduta é o seu maior triunfo e sua maior fraqueza.


O filme inicia-se com um brutal assalto ocorrendo na casa do inventor Clyde Shelton (Gerard Butler). Após ser imobilizado, Clyde vê um dos assaltantes, Clarence (Christian Stolte), matar sua mulher e sua filha a sangue frio.


Os ladrões são presos e ambos são indiciados pelo ambicioso promotor Nick Rice (Jamie Foxx) que faz um acordo à revelia de Clyde: ele libera Clarence e leva o outro assaltante para a pena de morte. Nick fez isso para manter a sua porcentagem de sucessos em julgamentos, pois ele acredita que será um julgamento difícil, deixando Clyde indignado e furioso.


Dez anos se passam e Nick vive numa casa confortável com sua filha e sua esposa. Ele é um homem ocupadíssimo, porém bem-sucedido. Ele acompanhará a morte do assaltante da casa de Clyde Shelton. Trata-se da aplicação da injeção letal, que, teoricamente, é indolor. Todavia, a injeção aplicada foi sabotada e o assaltante morre de uma forma terrível.


Logo em seguida, o corpo de Clarence é encontrado fatiado num armazém abandonado. As suspeitas caem sobre Clyde que confessa o crime. Contudo, todas as pessoas que estiveram envolvidas com o caso passam a morrer de maneira brutal, mesmo com Clyde já preso. O inventor organizou essa sangrenta vendeta pessoal durante dez anos e tudo indica que sua última vítima será o ambicioso Nick.


Código de Conduta é um filme de vingança com pitadas de filmes sobre tribunais e julgamentos. Todavia, a novidade do roteiro é como Clyde consegue realizar seus atos de vingança ainda dentro da prisão. Essa questão intrigante foi a que me levou a assistir o filme.


Eis aí, o grande problema do filme: descobrimos que Clyde era uma espécie de gênio da espionagem, a cabeça por trás da organização de missões secretas do governo. Isso torna mais crível a execução da vingança por Clyde. Porém, o desfecho da obra é frustrante, pois Clyde acaba sendo descoberto de uma maneira muito estúpida.


Um dos pontos fortes da obra são as boas atuações do elenco, em especial o embate entre Jamie Foxx e Gerard Butler. O filme tem boas cenas de tensão e morte, assim como uma trama que é, sem dúvida, envolvente. Apesar disso, acredito que o filme seja um reflexo direto da era Jogos Mortais, como foi comentado no site Omelete: Código de Conduta é o Desejo de Matar da era dos Jogos Mortais.


A maioria dos atos de Clyde impressiona: a explosão dos carros, o esfaqueamento com um pedaço de osso e a explosão do telefone são as cenas mais bacanas e criativas da obra. Quando o filme aproxima-se de seu final, o personagem de Clyde deixa de ser um vingador para se tornar um frio assassino. Isso é interessante, pois a maioria dos roteiros de filmes de vingança trabalha com o paradoxo de vilão/mocinho em filmes de vingança. Isso não ocorre em Código de Conduta.


Código de Conduta conta com a direção de F. Gary Gray, um bom diretor que aqui entrega um bom filme. Código de Conduta é um ótimo divertimento, se esquecermos os furos do roteiro. Sem dúvida, um filme que me agradou, apesar do final cretino.

2 comentários:

  1. Só duas coisas que não me agradaram nesse filme: o final como vc já mencionou e o começo. Se Clyde era um super-espião, acho muito improvável que aqueles assassinos conseguissem entrar na casa dele de uma maneira bem fácil.

    Mas de resto é um filme BEM interessante vale a pena dar uma conferida.
    XD

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  2. É aquele famoso caso do filme que tem tudo para ser Muito bom e escorrega na maionese no final. Valeu pelo comentário Felipe!

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