terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Desventuras de um Cinéfilo 001

Estou de volta meus amigos, após um recesso de duas semanas, praticamente. Durante esse período, eu imaginei várias maneiras de melhorar o blog em todos os sentidos. Desta forma, o Midnight Drive-In passará por uma série de reformulações que serão sentidas aos poucos pelos leitores do blog. Posso dizer que serão mudanças muito bacanas, algumas idéias que eu tive que serão postas em prática ao longo desse mês até fevereiro, creio eu. Uma delas inicia-se, justamente, nesta postagem: Desventuras de um Cinéfilo.



A seção Desventuras de um Cinéfilo terá um tom mais pessoal; nela eu relatarei situações e experiências da minha vida envolvendo o cinema e o que estiver relacionado à Sétima Arte. Toda vez que eu quiser dividir alguma cena do meu cotidiano que envolva o cinema, eu postarei aqui no blog com esse nome.



Eu inicio essa seção falando sobre como foi a noite de estréia do 7° Festival de Cinema de Campo Grande. Como eu já havia explicado numa postagem anterior, o Festival iniciou no dia 15 de Janeiro e terminará no dia 30 de Janeiro. Serão passados filmes nacionais e internacionais além de uma competição de curtas-metragem produzido no Centro-Oeste.



Dia 15 foi uma sexta-feira e, por estarmos no verão, uma forte chuva tombou sobre a capital durante a tarde inteira. O cinema em que se passa esse festival é o Cine Cultura que fica razoavelmente perto de minha casa. Sem contar que o filme que abriria o Festival seria o premiado A Hora da Estrela (próxima crítica no blog) de Suzana Amaral e ela estaria aqui para receber o prêmio. Não havia motivos para faltar. Coloquei minha camisa roxa (que tem o símbolo de uma claquete) e rumei para o Cine Cultura.




Chegando ao cinema, dei de cara com a cineasta homenageada, Suzana Amaral; para ser sincero, eu avistei a senhora numa pequena sala onde ela dava uma entrevista. Sem dúvida, a biografia dela é extremamente interessante: ela começou a fazer cinema depois de ter 9 filhos! Uma mulher batalhadora e talentosa, no mínimo...


Afastei-me um pouco da multidão e sentei-me num banco esperando pelo início do filme. Quando deu o horário, as pessoas começaram a entrar no cinema e, por eu estar distante da entrada, paguei o preço: assisti ao filme sentado no chão. Mas isso, sinceramente, não importou durante a projeção (na foto, o círculo amarelo está me indicando).



Antes de começar o filme, um político e algumas autoridades fizeram pequenos discursos sobre a importância do festival de cinema e bla bla bla. Uma ladainha sem fim, discursos nada criativos e com um toque de política que não passou despercebido por ninguém. Fazer o quê? Só escutar mesmo a fala do sujeito e torcer para que o filme comece logo. Sem comentar aquela velha discussão sobre as multinacionais que controlam o circuito de cinema... Para mim, uma discussão sem sentido, pois o cinema, além de arte, é diversão e prazer. Você assiste a um filme se você quiser, se você tiver vontade. Você escolhe entre Godard e Spielberg. Eu não gosto de julgar os critérios e as opções das pessoas. Esse papo atrasadíssimo só serviu para mostrar como Campo Grande é uma cidade, de certa forma, provinciana ...


Após os discursos, a cineasta Suzana Amaral recebeu o prêmio concedido pela sua carreira com bastante satisfação. Sem dúvida, esse foi o ponto alto da noite...




Quando tudo isso terminou, finalmente foi exibido A Hora da Estrela. A platéia comportou-se muito bem reagindo durante o filme em várias cenas. Risos e comentários dominaram a exibição...

Após o final da obra, os expectadores aplaudiram a cineasta (nada mais justo) e todos se encaminharam para um coquetel ao lado de fora, na tenda que vocês viram na foto. Eu não quis comer nada e rumei para minha casa, satisfeito por ter assistido a um filmaço, contudo pensativo sobre a ultrapassada polêmica de "cinema pipoca versus cinema arte". Talvez, com o tempo, as pessoas passem a discutir sobre questões mais interessantes como: "Por que deixamos a arte ficar impregnada de política"?, ou então "Por que esse evento não foi mais divulgado e difundido para a população campo-grandense?", ou ainda "Por que o ingresso para assistir um filme do festival é quase o mesmo preço do ingresso de uma produção blocksbuster americana?". Talvez, com o tempo, consigamos encontrar as respostas ou, melhor ainda, as perguntas para serem feitas e refletidas.

2 comentários:

  1. a linguagem direta e pessoal ficou muito boa nessa seção... ta aprovado!

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  2. Adorei a mudança no Blog....e sobre Campo Grande, mesmo provinciana esta cidade é DEZ....melhor ainda com este festival de cinema...
    Sobre os políticos...bem...se não podemos nos livrar deles, melhor ignorar...

    Valeu.

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