sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

O Circo dos Vampiros

Não é novidade que os vampiros voltaram à moda através do fenômeno Crepúsculo. A verdade é que uma parte dessa geração não conhece nada a não ser a versão extremamente light criada por Stephenie Meyer (sem desmerecer seu trabalho, pois Crepúsculo é assunto para outro tópico). É provável que muitas pessoas tenham esquecido a real natureza dos vampiros, tão brilhantemente representada no cinema por filmes como Entrevista com um Vampiro, Drácula, Nosferatu e várias outras obras que retrataram esses seres de uma maneira única e fantástica.

Nesse sentido, O Circo dos Vampiros (Vampire Circus, 1972) é um fiel exemplar dos vampiros tradicionais. Trata-se de uma produção da Hammer, empresa inglesa especializada em fitas de horror, bastante interessante pelo enredo e a atmosfera do lugar onde a história do filme se passa.

A obra se inicia com a invasão do temido Conde Mitterhaus (Robert Tayman), um sanguinário vampiro que atrai crianças ao seu castelo para assassiná-las. Um grupo de vários homens consegue matar o vampiro com uma estaca no peito. Porém, antes de morre, o Conde rogou uma praga sobre o pequeno vilarejo que seria atacado por uma epidemia após quinze anos.


Depois dessa introdução, a história avança 15 anos e é a partir daí que o filme continua. O vilarejo está sendo atacado pela epidemia e as pessoas estão morrendo. O mesmo grupo de homens que matou Mitterhaus está reunido em busca de uma solução para a doença. Um cerco foi feito nas redondezas desse vilarejo para evitar a disseminação da doença para outros lugares.


É nesse contexto que ocorre a chegada de um circo itinerante até a cidade. Aos poucos, os moradores da cidade ficam atraídos diante dos maravilhosos espetáculos apresentado pelos exóticos artistas. O que esses moradores não sabem é que os artistas do circo querem raptar todas as crianças da vila e utilizar seu sangue para ressuscitar o conde Mitterhaus.

O Circo dos Vampiros possui algumas interpretações muito fracas (por exemplo, a dos irmãos malabaristas) e certa falta de coerência no roteiro (por que poucas pessoas entram para dominar o vampiro quando se tem um verdadeiro batalhão do lado de fora?). Mesmo assim, isso não afeta o divertimento. O homem forte do circo é nínguém menos que David Prowse, que alguns anos depois seria o Darth Vader em pessoa.


Um detalhe que eu achei intrigante foi como eu não consegui me situar periodicamente na história. Na capinha do DVD, a sinopse indica que a história se passa na Sérvia, no século XIX (o figurino denuncia isso); contudo, em alguns momentos, eu tive a nítida impressão de que a história se passava na Idade Média. Eu não sei se quem assistiu se questionou sobre isso, mas achei esse detalhe intrigante.


Pelo IMDB, O Circo dos Vampiros é indicado como uma das oito produções realizadas pela Hammer em 1972. Nesse ano, a Hammer realizou um dos filmes da série do Drácula estrelada por Christopher Lee.


Mais um destaque do filme vai para a atriz Domini Blythe, linda e maravilhosa como a esposa do professor Albert Muller (Laurence Payne, falecido em fevereiro de 2009), o homem que matou o conde Mitterhaus.


O Circo dos Vampiros é um bom filme de horror que honra as tradições dos vampiros. Não é tão bom como outros filmes do gênero, mas pode agradar aos fãs e admiradores dessas criaturas fantásticas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário