segunda-feira, 11 de julho de 2011

Shaolin (2011)


Na lista de produções mais esperadas para o ano de 2011, Shaolin era uma das minhas grandes apostas. Para quem viu o espetacular trailer lançado durante o ano passado (assistam ao trailer aqui), era compreensível meu entusiasmo. Muitas cenas de ação, visual incrível e um elenco invejável prometiam um grande filme. Infelizmente, tudo isso ficou na promessa.


Talvez eu esteja sendo muito injusto. E isso é provável, afinal minhas expectativas estavam muito altas e, por isso, minha decepção foi grande.


A verdade é a seguinte: Shaolin entrega grandiosas cenas de ação, lutas incríveis e visual espetacular. Quando digo espetacular e incrível, é porque tais cenas estão no padrão blockbuster de Hollywood, não devendo em nada para um Transformers da vida ou, mais coerente com o filme em questão, O Último Samurai.



Além do visual incrível, tem-se belas atuações, especialmente de Andy Lau e Nicholas Tse, como os dois irmãos protagonistas do filme. E há a participação de Jackie Chan, um ator que gosto muito, num papel onde pouco se explora suas habilidades marciais, com um personagem mais denso e interessante que os tipos interpretados por ele em seus filmes ocidentais, onde ele ficou preso a um estereótipo (felizmente esquecido na refilmagem de Karate Kid).


Afinal, o que deu errado em Shaolin?


Busquei essa resposta durante alguns dias para escrever essa crítica. Depois de pensar bastante sobre o filme, cheguei a seguinte conclusão: o roteiro do filme é muito ruim. Sim, a culpa de eu não ter gostado de Shaolin reside em seu fraquíssimo roteiro, lotado de soluções fáceis e situações risíveis.



A trama de Shaolin centra-se, basicamente, na busca pelo poder entre irmãos, que resulta em muito sofrimento para a população chinesa. Esta busca abrigo e proteção das tropas reais nos arredores de um templo Shaolin. Basicamente, esta é a trama do filme, pois eu não quero dar spoilers...


O caso é que o roteiro apoia-se em seus primeiros trinta minutos nessa disputa de poder entre os irmãos. Após uma previsível reviravolta, o texto foca suas atenções sobre a morte de um determinado personagem, que influenciará na vida dos dois irmãos de maneira decisiva. Neste ponto, o filme decola, pois a interpretação de Andy Lau, bastante desesperado, é explosiva e convincente. E por fim temos o conflito entre os irmãos, num clímax literalmente explosivo, que se resolve de uma maneira óbvia e cômica por sua obviedade.


Sem falar nos outros eixos dramáticos que o roteiro busca, como a presença do colonizador ocidental, sempre malvado e oportunista, e o personagem que não confia em si mesmo e no fundo é muito forte. Enfim, são tipos e situações tão comuns e previsíveis que prejudicam o filme.



Contudo, repito que o filme é muito bonito, num aspecto puramente visual. Parece aqueles presentes com uma embalagem muito bonita que, quando abrimos, descobrimos ser uma meia ou um botão. O resultado é decepcionante.


Ao final da projeção, fica a forte impressão que este foi um filme dirigido por um daqueles vazios diretores de Hollywood, como Michael Bay que orquestra cenas de ação como ninguém, mas falha miseravelmente no quesito emoção. Shaolin se salva de ser um destes blockbusters bestas por ter um momento dramático muito interessante em seu desenrolar. Mas passa muito perto de ser uma película tão vazia como qualquer filme da franquia Piratas do Caribe, por exemplo.

2 comentários:

  1. Não vi esse ainda, assumo que não sou dos maiores fãs de Jet Li. Não espero muita coisa não.

    Gostei do formato do blog, vou voltar.
    Conheça o meu tb: estranhocinema.blogspot.com

    Abraço!

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  2. Eu gosto do trabalho do Jet Li e do Jackie Chan, mas este Shaolin decepcionou mesmo.

    Obrigado pelo comentário e volte mais vezes

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