sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Blood Father (2016)



Direto ao ponto: achei BLOOD FATHER uma decepção. O filme não é um desastre e, aparentemente, vem agradando muita gente. Mas não foi o caso por aqui. Eu adoro o ator Mel Gibson, mesmo ele sendo um maluco de merda na vida real. Neste filme, ele reprisa mais uma vez o personagem ferrado, o anti-herói com seus muitos defeitos. E a novidade desta fita é o drama desse personagem com sua filha - adolescente "fucked up" - que se envolve com o cartel de drogas mexicano e passa a ser perseguida, recorrendo ao seu pai, ex-detento, motociclista e tatuador, que tenta uma vida longe do mundo de violência de antes. 

O problema não são os muitos clichês do filme, que garantem a previsibilidade total da trama para quem já assistiu a algumas dúzias de películas de ação. Meu maior descontentamento é com a escassez de cenas de ação, com um foco na relação entre o pai e a filha, que pessoalmente não me absorveu nem um pouco. E olha que a atriz Erin Moriarty entrega bem seu papel de problemática, mas não foi o suficiente para prender minha atenção. BLOOD FATHER conta no elenco com o sempre competente William H. Macy, que acaba desperdiçado na trama. 

O diretor Jean-François Richet e seu diretor de fotografia fizeram um bom trabalho com o cenário de deserto, cheio de tons quentes e sujeira. E é sempre um prazer ver Mel Gibson trabalhar, ainda mais no perfil de personagem dele que já conhecemos - o herói descontrolado, a ponto da loucura, arrancando a orelha de um bandido a dentadas ou gritando feito um louco durante um tiroteio. Mesmo assim, a impressão é de que BLOOD FATHER poderia ter sido muito mais do que seus 65 minutos de bla bla bla e 15 minutos de ação. Prefiro muito mais seu filme solo anterior - Plano de Fuga, um filmaço que merecia ter sido assistido por mais gente. Entretanto, é bom que Mel Gibson esteja de volta e eu espero por muito mais filmes dele. 

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