sábado, 29 de setembro de 2012
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
domingo, 23 de setembro de 2012
Filha do Mal (The Devil Inside, 2012)
Seríssimo candidato a pior filme de terror do ano, Filha
do Mal é, provavelmente, o pior filme sobre possessão que eu já assisti em
minha vida cinéfila. É inacreditável e inaceitável ver um roteiro tão péssimo e
cheio de furos ser produzido. Estou falando
sério pessoal: a quantidade de imbecilidade é alta nessa obra.
Dá até uma má vontade escrever a sinopse, mas vamos lá:
uma moça visita sua mãe numa instituição psiquiátrica na Itália, procurando
entender o que levou a matrona a matar dois padres e uma freira vários anos
atrás. A moça suspeita que sua mãe estava possuída por algum demônio, por isso
leva um cinegrafista (???), em sua viagem para retratar essa busca pela verdade
e filmar um documentário a respeito do drama particular dela.
Ok, pra começar, nem o pior dos filmes found-footage
(essa ondinha do cinema atual, em que o filme é tratado como um documento
autêntico e real) tem uma desculpa tão babaca pra ter um cara filmando de
perto, com a mão tremida, o tempo inteiro. Pior é que o filme tenta ser
esperto, mostrando diversos ângulos pra tentar dinamizar a obra; o problema é
que muitas vezes, alguns dos ângulos não captam o cinegrafista-personagem,
revelando esse erro grosseiro de continuidade. Desde Alone In The Dark eu não
via tanto descuidado em um filme só...
As atuações são horríveis, especialmente porque os
personagens são péssimos e antipáticos. A dupla de padres principal é uma
porcaria inverossímil – dois exorcistas instáveis, despreparados e “aventureiros”,
que contrariam todo o clima sério que a obra tenta passar. A protagonista (uma
atriz brasileira, só para constar) não convence em nenhum momento e você fica
torcendo pra que ela se ferre logo, pra acabar com a projeção.
Sofrível demais esse Filha do Mal. Até quando filmes
assim vão continuar a serem exibidos em cinemas enquanto obras fantásticas do
horror continuam a serem negligenciadas pelas distribuidoras? Não recomendo a ninguém, a não ser que
você queira aumentar sua lista de piores do ano...
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
The Wicker Tree (2011)
É fato que muitas críticas são extremamente destrutivas.
Eu não sou muito fã de textos agressivos, que só fazem apontar equívocos e
ironizar os envolvidos em uma determinada produção. Por isso eu tento observar
num filme uma mínima coisa positiva que ele apresente, antes de sair detonando
tudo...
Só que é muito difícil ter essa postura mais construtiva
quando nos deparamos com um filme tão ruim quanto esse THE WICKER TREE. Não há
boa vontade no mundo que permita encarar esse filme como uma obra minimamente
interessante ou envolvente. Muito provavelmente, esta é a película mais chata
de um ano sem muito brilho para o cinema, diga-se de passagem.
THE WICKER TREE é uma espécie de continuação do clássico
O Homem de Palha, de 1973, produzido pela lendária Hammer. Interessante que o
diretor do clássico (Robin Hardy) retornou para o novo filme, resultando numa falsa segurança
e decepção gigantesca em relação a esta nova estória.
Para quem não conhece o clássico, preciso dizer que O
Homem de Palha é praticamente um filme inclassificável. Trata-se de um conto de
mistério sobre um culto pagão na Escócia, envolvendo sacrifício, tradições
celtas – uma mistura espetacular, encabeçada por uma das melhores performances
de Christopher Lee.
Nessa continuação, temos um casal carola do Texas sendo
as vítimas do culto. A moça e o rapaz americano vão para a Escócia no intuito
de propagar a fé – aqueles típicos religiosos chatos que ficam batendo nas
portas de casas às 8 da manhã de um sábado pra te dar lição de moral. Assim,
você já não cria nenhuma simpatia pelo casal, completamente imbecil e alienado
dos planos que o empresário rico da região (Graham McTavish, o melhor ator do filme) e seu culto têm
para os dois incautos.
O filme vai enrolando bastante (apesar dos seus pouco
mais de 90 minutos de duração) até o tal culto, quando o casal finalmente é
despachado e a surpresa que o filme parece reservar é descoberta pelos mais
atentos bem rapidamente.
O problema não são as atuações, mas o roteiro horrível. A
estória não progride e temos muitas pontas soltas, cenas desnecessárias e
personagens inacreditavelmente vazios, como um maluco que cuida de um pássaro –
sem nenhuma utilidade na trama. Pior é a cena em que o grande Lee aparece, mas
num fundo verde tão grotesco que dá o prêmio à cena como a mais assustadora da
película.
Mencionei ao longo da crítica a palavra continuação, mas
a verdade é que THE WICKER TREE funciona como um filme à parte, que apenas se
passa no mesmo universo do filme original de 1973. Assim, se você quiser
encarar a obra sem ter assistido ao original, pode encarar numa boa.
A grande e única beleza do filme está em sua fotografia
estupenda, usando e abusando das belas localidades escocesas. A cena do culto
também guarda uma bela mistura de cores e visuais interessantes, o que garante
alguns bônus ao filme. Gostei da maneira como o ritual pagão foi mostrado, uma turba desordenada de pessoas fanáticas, caoticamente organizadas.
O mais incrível de tudo é ver como o diretor do original
erra a mão em sua própria cria, ao criar uma estória que nada acrescenta ao
original. Se o próprio Robin Hardy não consegue criar um filme decente
envolvendo o universo d’O Homem de Palha, espero que nenhum produtor atrevido
tente criar uma continuação ou uma refilmagem (como tentaram em 2006, num
remake do original). Realmente, o cinema de horror precisa de mais ideias
originais, urgente.
domingo, 16 de setembro de 2012
Trailer da Semana: The Paperboy (2012)
Teve uma polêmica bem idiota, durante o Festival de Cannes, envolvendo comentários do diretor Lee Daniels sobre racismo em Hollywood que afastou qualquer interesse meu em relação ao seu mais recente trabalho. Contudo, após ignorar esse histórico, vejo The Paperboy como uma produção muito interessante e estilosa, que captou minha atenção tanto pelo seu elenco quanto por Nicole Kidman que encara uma papel diferente da imagem de fina moça que ela passa. Possível presença no Oscar, The Paperboy promete ser, pelo menos, uma estória boa.
terça-feira, 11 de setembro de 2012
Os Mercenários 2 (The Expendables 2, 2012)
Eu não sou fã de comentar filmes tão recentes porque os
comentários acabam se repetindo pela blogosfera e imprensa em geral. Sobre Os
Mercenários 2, não há muita coisa pra dizer que já não tenha sido dita por
alguém. O filme é foda, com muita ação, melhor que o primeiro filme, cheio de
truculência e cenas inacreditáveis.
Simon West soube, realmente, dirigir esse filme muito
bem. Trata-se do melhor filme dele, desde sua estreia com o fantástico Com Air –
lá em 1997.Os Mercenários 2 tem muita ação bem filmada, explosões, corpos
mutilados por balas de calibre imenso e muita porrada. Nada de edição
epiléptica, o que temos aqui são cenas de luta onde os golpes são completamente
visualizados, tornando tudo mais realista. West conseguiu uma redenção
fantástica de sua carreira que andava bem mal.
O elenco, como sempre, está ótimo. De todos os
mercenários, meu preferido ainda é o Dolph Lundgren, engraçado e letal como
Gunner. O cara está muito bem nesse papel e é de longe o mais carismático.
Stallone me pareceu bem envelhecido nesse filme – um ar cansado que poderia ser
ou de seu personagem ou dele mesmo. Schwarzenegger e Willis, com mais tempo em
cena, dão um show de diversão – são os donos da cena mais engraçada do filme,
quando os dois usam um carrinho Smart para atacar uns bandidos. Sem falar que o
diálogo entre os dois é cheio de brincadeiras com antigos filmes dos mesmos –
sensacional!
Outro destaque, que me impressionou positivamente, foi o
novato Liam Hemsworth como o mais novo mercenário. O cara atuou bem, seu
personagem é interessante e o ator parece compreender muito bem seu lugar ao
lado de todas essas lendas da ação.
Van Damme está demais como o vilão. A grande pena pra mim
foi seu pouco tempo em ação – eu gostaria de vê-lo em mais cenas, porque nas
poucas em que aparece, ele sempre mantém uma aura de ameaça constante. Scott Adkins como seu braço direito também dá um show, mesmo tendo umas 4 falas no
filme inteiro! Sem falar Adkins luta demais e o embate entre ele e o brucutu
inglês Jason Statham é o melhor do filme, com um final bem violento. Se
Hollywood for um lugar justo, teremos Adkins atuando e protagonizando mais
filmes de ação.
Óbvio que Chuck Norris tem um parágrafo só pra ele.
Porque esse cara é sensacional e toda a lenda que envolve sua pessoa é mantida
no filme. A primeira cena em que ele aparece é fantástica – ele despacha uns 50
caras e um tanque! Uma pena que não estará no terceiro filme da série...
Infelizmente, um revés da produção foi seu trailer, que
revelava muitas cenas de ação que seriam ainda mais bacanas se reveladas
somente na sessão de cinema. Mas isso é só um detalhe. O que importa é que Os
Mercenários 2 é um filmaço, divertido demais e que você precisa conferir agora.
Larga o computador e vá pro cinema!
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quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Colors - As Cores da Violência (Colors, 1988)
O universo das gangues já foi retratado muitas vezes no
cinema e nas séries de tv. Já assisti a vários filmes com esse tema, alguns
extremamente memoráveis (Atraídos pelo Crime, New Jack City), outros não (Quatro
Irmãos). Pensando numa lista de filmes com essa temática, COLORS assume as
primeiras posições tranquilamente.
O grande destaque desse filme é a criação de uma dupla de
policiais opostos em sua abordagem do crime. O tempo inteiro você se questiona
qual é o melhor policial: o oficial Hodges (Robert Duvall), experiente nos
bairros em que atua, tratando os criminosos na base da amizade, numa suposta troca
de favores entre ele e os delinquentes, como se fosse um velho xerife? Ou o
oficial McGavin (Sean Penn) que usa a força bruta e a intimidação em cima dos
bandidos, batendo antes de perguntar?
Esses dois polos opostos retratam a completa inabilidade
das autoridades e da sociedade em entender a realidade dos guetos e das
gangues. E é memorável como o filme, muito bem dirigido por Dennis Hopper,
consegue mostrar essa antítese de maneira envolvente, desafiando o espectador
com esses dois personagens realistas e cheios de defeitos.
Entre os gangsteres, temos Don Cheadle, bem novo como o
violento Rocket e Damon Wayans, como o viciado T-Bone – ambos em início de
carreira, dando mostras de seus talentos.
Várias cenas são memoráveis como o tiroteio no velório, a
briga de gangues no final do filme e uma sequência em que a música Colors,
cantada pelo rapper Ice T, se sobrepõe aos sons do filme, com sua letra
impressionante. Muito bacana mesmo.
O clímax do filme é muito bom, me lembrando do final de
uma obra suprema: A Outra História Americana. Ambos os filmes passam uma ideia
dolorosa por trás dessas cenas, onde a irracionalidade e a violência parecem
imperar, e seus diretores mostram a completa inquietação e incompreensão sobre
essas personagens e suas ações. Como responder a violência? Esses filmes não te
respondem isso. E retratar a realidade nua e crua como COLORS faz, é para
poucos.
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