quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Colors - As Cores da Violência (Colors, 1988)




O universo das gangues já foi retratado muitas vezes no cinema e nas séries de tv. Já assisti a vários filmes com esse tema, alguns extremamente memoráveis (Atraídos pelo Crime, New Jack City), outros não (Quatro Irmãos). Pensando numa lista de filmes com essa temática, COLORS assume as primeiras posições tranquilamente.

O grande destaque desse filme é a criação de uma dupla de policiais opostos em sua abordagem do crime. O tempo inteiro você se questiona qual é o melhor policial: o oficial Hodges (Robert Duvall), experiente nos bairros em que atua, tratando os criminosos na base da amizade, numa suposta troca de favores entre ele e os delinquentes, como se fosse um velho xerife? Ou o oficial McGavin (Sean Penn) que usa a força bruta e a intimidação em cima dos bandidos, batendo antes de perguntar?

Esses dois polos opostos retratam a completa inabilidade das autoridades e da sociedade em entender a realidade dos guetos e das gangues. E é memorável como o filme, muito bem dirigido por Dennis Hopper, consegue mostrar essa antítese de maneira envolvente, desafiando o espectador com esses dois personagens realistas e cheios de defeitos.

Entre os gangsteres, temos Don Cheadle, bem novo como o violento Rocket e Damon Wayans, como o viciado T-Bone – ambos em início de carreira, dando mostras de seus talentos.  



Várias cenas são memoráveis como o tiroteio no velório, a briga de gangues no final do filme e uma sequência em que a música Colors, cantada pelo rapper Ice T, se sobrepõe aos sons do filme, com sua letra impressionante. Muito bacana mesmo.

O clímax do filme é muito bom, me lembrando do final de uma obra suprema: A Outra História Americana. Ambos os filmes passam uma ideia dolorosa por trás dessas cenas, onde a irracionalidade e a violência parecem imperar, e seus diretores mostram a completa inquietação e incompreensão sobre essas personagens e suas ações. Como responder a violência? Esses filmes não te respondem isso. E retratar a realidade nua e crua como COLORS faz, é para poucos.

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