É tão curioso perceber o reflexo das flutuações do meu humor conforme minha motivação em manter viva minha paixão por cinema. Esse blog é, de um ponto de vista muito pessoal, o espelho (nem sempre fidedigno) desses altos e baixos, frequentes na vida de qualquer um - acredito eu. Meu momento atual é de estabilidade, lutando para não entrar numa descendente. Fim de um ciclo que se aproxima e início de algo que eu ainda não sei bem o que é - no momento me sinto como num trem rumando para uma estação desconhecida e isso não é confortável para este "velho" capricorniano.
Não deixa de ser interessante, apesar disso, meu recente ânimo em acompanhar com um pouco mais de atenção a temporada do Oscar. Muitos parênteses, porém, precisarão ser pontuados por aqui: essa animação envolve a vontade de conhecer e assistir uma parcela dos indicados desta edição, bem como acompanhar notícias dos bastidores das campanhas e de outras premiações ao longo deste início de ano. Infelizmente, o ânimo envolvendo assistir a premiação em si anda meio arrefecido, especialmente com o show de horrores das últimas premiações - a dolorosa edição em que o péssimo Moonlight foi laureado no lugar do inesquecível La La Land (e toda a gafe que se seguiu), a edição ocorrida durante a pandemia (horrorosa, como muitos dos seus candidatos) e o Will Smith no ano passado - uma sucessão de eventos que mais me repeliram do que qualquer outra coisa.
Mesmo assim, a edição atual é uma das que mais me excitam em tempos recentes. Pessoalmente, isso tem relação com alguns fatores: a minha necessidade de precisar deixar a chama do amor pelo cinema acesa dentro de mim, o prazer em acompanhar os vídeos do canal Dalegnore Críticas no youtube (ainda será discorrido neste blog minhas impressões de seu conteúdo, mas não é o foco desta postagem) e a própria seleção de filmes na classe deste ano.
Talvez, a última edição do Oscar que correspondeu minha excitação foi a de 2016, com a premiação do filmaço Spotlight. Foi um ano, extraordinário, aliás: The Martian, The Revenant, Mad Max Fury Road, Creed, The Big Short... Naquela temporada, eu fiz uma sessão inesquecível no cinema de Spotlight e The Revenant, com minha querida irmã. Quando voltamos das sessões, sentamos na sala de casa, com apenas uma aconchegante luz de um abajur alto e a televisão ligada passando desfiles de escolas de samba... Boas memórias.
Assim sendo, a edição de 2023 traz alguns ótimos nomes para acompanhar e outros que, a princípio, tenderei a ignorar. Alguns desses filmes, quem sabe, terão suas resenhas publicadas por aqui. Venho ensaiando uma resenha de Os Fableman - já adianto que gostei do filme.
Talvez, um dos triunfos dessa edição atual é que existem alguns filmes dela que eu genuinamente já gostaria de assistir, muito antes de serem indicados: The Banshees of Inisherin (o mesmo diretor e a dupla de atores do filme In Bruges são motivos mais que suficientes para eu querer ver), The Whale (eu estou investido nessa "ressurreição" da carreira do Brendan Fraser) e Argentina,1985 foram alguns que já estavam no meu radar.
Tão curioso quanto os filmes que eu já queria assistir foram os filmes que essa Temporada (e resenhas positivas) destacaram e entraram no radar: Tár (minha irmã disse que eu PRECISO ver este filme - estou dependendo da boa vontade do Cinemark de lançá-lo na telona), The Quiet Girl (um candidato da Irlanda), Pinóquio do Guillermo Del Toro, RRR, Elvis (apesar de dirigido por um diretor cujo estilo não me agrada, ainda assim fiquei curioso) e Living (Bill Nighy + Kazuo Ishiguro = com certeza quero assistir).
É uma temporada com certeza interessante. Apesar de parecer solitário, foi incrível acompanhar a transmissão dos indicados enquanto eu almoçava sozinho numa tradicional churrascaria daqui da cidade. Enquanto comemorava as indicações de Top Gun Maverick, o garçom mandava a ver naquele pedaço suculento de Angus. Só essa memória é o suficiente para simbolizar que este ano será melhor que os anteriores. Sigamos.
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