segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Midnight Express #010 - Dc Comics, Netflix e Cinema

O Esquadrão Suicida (2021)

Quando você para pra pensar sobre o quão problemático vem sendo o caminho da DC Comics no estabelecimento de um universo cinematográfico, é impossível não admirar ainda mais o trabalho de James Gunn restabelecendo uma interessante ideia que fora completamente destruída em 2016 (um raríssimo caso de filme que eu achei tão insuportável que não consegui terminar). O Esquadrão Suicida de 2021 é um blockbuster impecável: divertido, surpreendente e cuja duração passa voando. A escolha do elenco é um primor, com Idris Elba finalmente divertido num papel principal, John Cena extraordinário como um louco que não parece louco, Margot Robbie fazendo sentido como Arlequina, além das presenças luxuosas de Viola Davis, Sylvester Stallone, Michael Rooker, Joel Kinnaman, David Dastmalchian (roubando cena) e Peter Capaldi. A trama é redondinha, fechada como um arco de missão e o vilão, completamente estapafúrdio, funciona que é uma beleza.

Com os recentes anúncios do controle criativo da DC Comics nas mãos do James Gunn, afirmo publicamente que confio plenamente no que o homem vai realizar. Quem viver verá!

Athena (2022)

Romain Gravas realiza um espetáculo visual realmente impressionante sobre um gueto parisiense se revoltando após o assassinato injustificado de um jovem cometido por policiais. O nível de tensão é inacreditável e o filme pisa no acelerador o tempo inteiro, deixando-nos completamente chocados e encantados, cortesia de uma fotografia realmente primorosa (a qual poderia, aliás, ter sido mais reconhecida na temporada de premiações). As atuações são ótimas e recomendo que se assista os diversos making of disponíveis no Netflix. Uma pena que Gravas aponta a explicação do filme no caminho mais óbvio possível, tirando toda aquela incômoda sensação de que todo o caos do filme talvez não fosse completamente justificável. Apesar disso, um grande espetáculo visual.

 Noite Infeliz (2022)

Primeiramente, sou grato por ter assistido este filme numa sala de cinema da minha cidade, cada vez mais especializada em ostracizar o público mais adulto que gosta de filmes legendados. Infelizmente, entretanto, não consegui gostar muito deste filme que até tem uma ideia interessante, mas esbarra em algo muito pessoal para este antipático blogueiro: eu sou apaixonado pelo Natal e me transtorna ver o símbolo máximo dessa época urinando do alto de seu trenó. Apesar da minha "sensibilidade", reconheço que o filme tem uma boa ideia, boas sacadas de ação (apesar da fotografia escura, para esconder alguns problemas técnicos, me aborrecer na maior parte do tempo) e algumas cenas de violência profundamente criativas.

 

Babilônia (2022)

Um interessante caso de um filme cujo título sintetiza exatamente tudo aquilo que a obra parece querer representar: Babilônia é um filme mastodôntico (em seu tempo de duração e elementos de tela), exagerado, profano, deslumbrante e cansativo. Minha visão é de que este filme poderia ser muito melhor caso houvesse maior rigor na sua edição - a trama do musicista, por exemplo, é absurdamente deslocada de todo resto e, apesar de interessante por si só, poderia ser limada. O elenco se esforça na loucura toda, mas confesso que a palavra que mais me vem a mente quando paro para pensar sobre esse filme é "inchado". A primeira hora do filme é hipnótica, mas o desenrolar de tudo realmente deixa a desejar. Fica a sensação de que, no final das contas, foi como um mergulho num abismo com seu pobre diretor sendo sugado pelo mesmo. 

 

You People (2023)

É inacreditável como o maior atrativo deste filme (Eddie Murphy) é o ponto mais problemático desta "comédia". Sim, muitas aspas nesta definição, pois para mim este filme não consegue ser uma comédia, de maneira alguma. Trata-se de uma versão "millenial" do filme A Família da Noiva, sobre um casal interracial que enfrenta a inadequação dos seus familiares. São questões que eu até entendo como bastante nevrálgicas na sociedade norte americana, mas o tom sério do personagem do Murphy dá a tônica de desconforto ao longo da obra. Jonah Hill, aliás, está ótimo no papel, mas também não funciona como engrenagem cômica. Um filme estranho e desagradável.

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