Não quero incensar demais esse filme, pois ocorre uma mania irritante em Hollywood de trailers sensacionais que não correspondem com seus longas metragens (exemplo maior disso: Machete!). Contudo, largando o pessimismo de lado, não há como negar que tem-se um mote extraordinário misturando cenas visualmente lindas, lutas bem coreografadas, as melhores referências possíveis e Russell Crowe como pistoleiro malvado (me lembrou muito o papel dele em Os Indomáveis). O excesso de violência e humor negro também contam a favor. Já a direção de RZA (seu primeiro filme) e a falta de nomes mais "confiáveis" no elenco me deixam com o pé atrás.Só me resta ficar na torcida para a entrega de um filme tão sensacional, criativo e excitante quanto seu trailer.
sábado, 30 de junho de 2012
sexta-feira, 29 de junho de 2012
Homens de Preto 3 (Men In Black 3, 2012)
Eu não tinha o menor interesse em encarar Homens de Preto
3 numa sala de cinema. Um grupo de amigos e uma promoção me convenceram a
assistir a mais nova aventura dos agentes J (Will Smith) e K (Tommy Lee Jones).
O filme acompanha a volta do agente J aos anos 60 para
salvar a existência de seu parceiro, que simplesmente some nos tempos atuais.
Lá ele encontra o agente K mais jovem (Josh Brolin), conhece Andy Warhol (uma
das sacadas geniais do filme) e enfrenta o grande vilão do filme, por trás do
sumiço de K nos tempos atuais – Boris, o animal (Jemaine Clement).
Com essa trama de viagem no tempo, fica claro que o filme
busca dar uma refrescada na imagem da franquia, adicionando um inspirado Josh
Brolin, que alcança a perfeição como o K mais jovem. Não só Josh Brolin, mas
Jemaine Clement está fantástico como o vilão, um alienígena repulsivo e de
respeito, que causa até um receio no público, mas possui uma dose certa de
piadas (envolvendo seu braço decepado por K num confronto anterior) - o suficiente para não ridicuralizá-lo e manter uma ótima dose de ameaça.
Homens de Preto 3 acerta também nas piadas e citações
históricas. O roteiro é esperto e, apesar de ter alguns furos, é bem sucedido
ao adicionar interessantes elementos à mitologia da série. A junção desses
novos e ótimos personagens (ou atores novos, mesmo) com uma trama de viagem no
tempo, mostraram-se divertida e interessante.
Interessante notar que este terceiro filme da saga se
mantém como um típico capítulo da série, em razão do próprio estilo de filmagem
do Barry Sonnenfeld (diretor dos outros MIBs) e da marcante música tema
(composta pelo Danny Elfman), que mantém a assinatura da “grife” Homens de
Preto. Desde o início da obra até seu interessante desfecho (no Cabo Canaveral,
muito criativo) sabemos que se trata de um filme da série, com todo o seu
estilo particular.
Claro que a série ainda encontra, na minha pessoa, uma
espécie de indiferença que não consigo superar. Apesar de divertido e tudo
mais, certas piadas são muito bobas e a própria estória dos homens de preto não
me comove. Achei o filme entretenimento puro e uma das grandes surpresas
positivas do ano. Entretanto, permaneço cético quanto a visitar as possíveis
novas aventuras dos agentes. Quanto a esse terceiro filme, fica minha surpresa
e minha indicação de um bom blockbuster.
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Bending The Rules (2012)
Eu gosto de wrestling. Um prazer meio vergonhoso, quase
guilty pleasure, mas abraço-o publicamente, mesmo assim. O problema é que eu
ainda não vi um filme sequer com um wrestler (lutador) como protagonista que
tenha prestado. Bending The Rules segue essa odiosa regra: trata-se de um
policial mequetrefe, com muita piadinha idiota (do nível “policiais adoram
donuts”) e pouca ação. Nula também é a inteligência do roteiro, com uma trama
desinteressante e completamente previsível.
Sobre o protagonista, trata-se do grande wrestler Edge,
que empresta algum carisma a seu personagem, mas não impressiona. O problema
não é de questão artística, mas a ausência de lutas no filme inteiro. Porra, um
cara que luta pra caramba na vida real (mesmo o telecatch sendo “mentirinha”)
não levanta a mão pra ninguém no filme. Até quando usa uma pistola num
tiroteio, ele parece relutante.
Enfim, a perda de tempo é completa e desnecessária.
Apesar de adorar filmes policiais, até mesmo aquelas obras Supercine,
previsíveis e repetitivas, Bending The Rules é uma piada, no mau sentido.
Evitem.
sexta-feira, 8 de junho de 2012
#001: Os FIlmes de Horror Mais Aguardados (2012)
Pode
até ser um papo manjado, mas devemos agradecer a existência da internet pelo
maravilhoso acesso a filmes que simplesmente não chegam aos nossos cinemas. Quem
mora longe dos grandes centros (meu caso, senhores) sofre com o descaso de
certos cinemas (que se recusam a exibir certos filmes aqui). Enfim, o drama é
grande, mas contornável.
Assim,
resolvi fazer essa listinha com alguns dos filmes que aguardo ansiosamente para
este ano. Escolhi o cinema de horror e percebi que a lista é grande, tendo uma
boa quantidade de filmes vibrantes a serem lançados, para alegria dos fãs. Por
isso, essa é a parte 01. Aguardem as futuras partes amigos. E aguardem também
textos desses filmes no Midnight Drive-In, não há
dúvida; nem que seja com um texto sem-vergonha de um parágrafo.
Drácula 3d (Dir. Dario Argento) – Sofreu uma penca de
revisões negativas em Cannes. Várias pessoas saíram durante a exibição. Muita
gente não gostou do filme. Sabe o que eu acho disso tudo? Nada!! Dario Argento
sempre será Dario Argento e todo o filme em que ele estiver evolvido estará em
meu radar, não importando mais nada. Sem falar que essa versão do Drácula
resgata a boa e velha mitologia vampiresca, com um elenco europeu (algo que me
agrada muito) e a presença do mestre Rutger Hauer como Van Helsing. Fala sério:
você também está louco para assistir esse filme...
Maniac (Dir. Franck Khalfoun ) – Um remake? Estou ansioso
por um remake? Sim! Trata-se do remake do tenebroso clássico slasher dos anos
80 sobre o serial-killer que matava mulheres e arrancava seus escalpos para “enfeitar”
os manequins de sua casa. Sem contar com o elemento originalidade, essa
refilmagem repousa sobre os ombros de Elijah Wood, um cara que já mostrou ser
muito mais do que o Frodo (Sin City, Hooligans, The Oxford Murders). Achei a escolha do protagonista muito bacana e aguardo um
banho de sangue e sadismo em nossas vistas. Ah! Esqueci-me de mencionar que a
produção é de Thomas Langmann (que só produziu o superpremiado O Artista) e de
Alexandre Aja (que entende de horror vide o interessante Haute Tension).
The Cabin In The Woods (Dir. Drew Goddard) – Um filme de
terror, vindo de Hollywood, completamente original, com crítica quase unânime em
opiniões favoráveis e fãs de terror satisfeitos com o que viram. Do que é que
eu estou falando? O Sexto Sentido? Não! Trata-se de The Cabin In The Woods,
previsto para chegar às nossas telas em agosto. A estória não foi muito revelada,
mas sobraram elogios ao roteiro do mais novo queridinho de Hollywood, Joss
Whedon (um maestro na condução do suprefilme da Marvel : Os vingadores), que
subverteu clichês do gênero e renovou o estilão de terror, segundo alguns blogs gringos. Não acho que será uma
revolução, mas acho difícil não sair contente dessa sessão de cinema.
Sadako 3d (Dir. Tsutomu Hanabusa) – Mais um
filme 3d na lista? Eu, que sou um dos maiores detratores do cinema 3d, devo
concordar que se tem um filme de terror que pode aproveitar muito bem essa
estética é a estória d’O Chamado. Poxa vida, imaginem aquela menina tenebrosa
saindo da tela do cinema, na sua direção? Tudo bem que o filme deve perder seu
impacto se não for visto com os famigerados óculos coloridos, mas ainda assim é
um filme japonês sobre a maldição de Sadako. Só por isso, já tem meu crédito.
Trailer da Semana: Jagten/ The Hunt (2012)
Meu amigo, de todos os excelentes filmes exibidos durante o festival de Cannes, creio que este aqui é, de longe, o que mais anseio em assistir. Há ecos de Desejo e Reparação, quanto a mentira que uma pessoa pode contar e suas consequências. Afinal, Lukas abusou da criança, ou não? Munido de uma atuação premiada do excelente ator Mads Mikkelsen, The Hunt parece explorar as consequências de uma possível mentira na comunidade retratada no filme. Ao som de uma trilha sonora fervorosa, as cenas desenroladas no trailer prometem muita tensão e um filme muito envolvente, com discussões acaloradas após sua exibição. Mal posso esperar seu lançamento.
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Missão Impossível - Protocolo Fantasma (Mission Impossible - Ghost Protocol, 2011)
Diverti-me demais assistindo a mais nova aventura do
agente Ethan Hunt. A quarta missão impossível de Tom Cruise tem uma trama bem
bobinha, mas perfeita para um entretenimento desse calibre. Legal também foi o
respeito aos filmes anteriores do agente, ligando algumas tramas, revisitando
personagens antigos. Isso sem falar nas maravilhosas locações do filme: Rússia,
Emirados Árabes Unidos e Índia. Um destaque para as cenas no país árabe, com
direito a uma eletrizante perseguição durante uma tempestade de areia e cenas
sensacionais no hotel Burj Khalifa.
Sem querer ficar nas comparações, mas este é o filme mais
legal da série desde o primeiro (dirigido pelo Brian De Palma, lembram?). Teve
gente que reclamou dos exageros, mas isso é coisa de crítico bitolado, que
parece incapaz de embarcar num divertimento ligeiro e competente como esse.
Adorei o filme, me diverti horrores e já espero pelo quinto filme.
A Segunda Estrela do Filme: Jeremy Renner
É comum após uma indicação ao Oscar a carreira de um ator
dar uma decolada. Entretanto, não me lembro de nenhum caso tão impressionante
quanto o de Jeremy Renner, que vem encestando filmaço atrás de filmaço, além de
colecionar boas atuações em filmes divertidos. Foi uma produção muita elogiada,
com mais uma atuação indicada ao prêmio da Academia (Atração Perigosa), dois
blockbusters sensacionais (MI4 e Os Vingadores – cujo texto será publicado em breve aqui) e uma
superprodução encabeçada por ele para sair este ano: O Legado Bourne.
Um cara que começou com participações em seriados, fez um
filme de serial-killer desconhecido por essas bandas (Dahmer) e encabeçou um
filme pequeno que se tornou sensação (Guerra ao Terror), Renner parece ter o
toque de Midas na escolha de seus próximos papeis. E é incrível como ele é um
ator magnético, muito expressivo. Mesmo com personagens secundários nas grandes
produções recentes, Renner traz empatia e interesse em seu personagem. É aquele
cara que aproveita qualquer chance dada a ele e faz seu melhor em todos os
papeis que ele pega. Por isso, vem crescendo minha admiração e respeito por
esse artista, de tal forma que um filme que eu considerava boicotar (O Legado
Bourne) será aguardado ansiosamente por mim, em razão deste grande intérprete.
Fiquem abaixo com o trailer do próximo filme de Renner.
domingo, 3 de junho de 2012
O Garoto de Bicicleta (Le Gamin au Vélo, 2011)
E mais uma vez, o cinema europeu demonstra uma supremacia
no ato de contar estórias em relação ao atual cinema de Hollywood. Esse papo é
um pouco manjado até, mas não há como negar que filmes como O Garoto de
Bicicleta comprovam essa argumentação tranquilamente. O último filme dos irmãos
Dardenne (Jean-Pierre e Luc) é um belo drama sobre um garoto (Thomas Doret) que é abandonado pelo
seu pai (Jeremie Renier) que diz não ter meios de sustentar o menino. É uma
situação dolorosa, explorada de maneira sincera pelos diretores, sem apelações
ou fáceis julgamentos. O caso é que esse garoto irá se apegar a uma bicicleta e
a uma cabelereira (Cecile De France), com quem criará um vínculo praticamente
materno.
Não sou um iniciado no cinema desses dois irmãos, mas
achei interessante como o filme não busca muitas explicações sobre como uma
determinada situação chegou aquele ponto. Somos mandados para o filme
valorizando o presente, a cena em que os diretores focam suas lentes. É
interessante isso, pois não há a necessidade de enrolar a progressão da estória
com explicações, flashbacks ou qualquer outro recurso narrativo, dando um
imediatismo e uma valorização a estória únicos.
Pessoalmente, não sou um grande fã de dramas como este,
mas não posso negar a beleza de O Garoto da Bicicleta. São filmes como este que
mostram o poder “simples” que certos filmes ainda têm de contar uma estória,
sem apelação ou tecnologias. Para quem gosta de cinema mais sério (na contramão
dos filmes que eu geralmente comento por aqui), uma obra a ser conferida.
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