terça-feira, 30 de março de 2010

TCM Pôsters Clássicos

Simplesmente extraordinária essa série de pôsters retirada do site Imp Awards! Uma homenagem do TCM aos grandes clássicos do cinema. Enjoy!








sábado, 27 de março de 2010

'Urbana Legio Omnia Vincit'

''E o teu medo de ter medo de ter medo de ter medo
Não faz da minha força confusão"

Renato Russo - (1960-1996)



Mundos que se Chocam (Killers from Space, 1954)

Promessa é dívida e lá vou eu comentar a respeito de um filme do falecido Peter Graves: trata-se do Sci-Fi Mundos que se Chocam, uma ficção científica típica dos anos 50, envolvendo abdução, radioatividade e todas as paranóias que surgiram com a Guerra Fria sobre a população norte-americana. Realmente, Mundos que se Chocam é um exemplar sensacional para exemplificar o medo da "ameaça comunista" sobre os EUA.

O cientista Doug Martin (Graves) trabalha com a análise de testes de bombas atômicas em território americano. Num desses testes, Doug, que estava num avião monitorando, sofre um acidente. O avião cai e ele sai ileso, a não ser uma cicatriz misteriosa que aparece abaixo de seu peito e um lapso de memória sobre o acidente.

O pior é que Doug está agindo de uma maneira muito estranha: ele está irritadiço e não quer parar de trabalhar para repousar, contrariando as ordens de seu médico. Seus superiores e sua esposa (Barbara Bestar) desconfiam de seu comportamento, achando que ele está perdendo a razão, porém Doug sabe que não está ficando louco, apesar de suas alucinações com olhos esbugalhados.


A história de Mundos que se Chocam não para por aí: nós descobrimos, por meio do soro da verdade aplicado pelo médico, que Doug entrou em contato com alienígenas que estão planejando uma invasão contra a Terra. Eles utilizam a energia das bombas atômicas testadas pelos americanos para armazenar elétrons (é um plano muito louco, por isso eu nem vou detalhá-lo) e, enfim, conquistarem o nosso planeta.


O aspecto mais interessante da obra dirigida pelo irmão de Billy Wilder, W. Lee Wilder, é que ela representa muito bem o aspecto histórico comentado no primeiro parágrafo: trata-se da representação de todo o medo surgido durante a Guerra Fria – radioatividade (e seus efeitos tão temidos), soviéticos em pleno território americano (representados, de forma nada sutil, pelos alienígenas de olhos esbugalhados) e o medo de uma invasão (no caso do filme, uma invasão extraterrestre). Nesse sentido, Mundos que se Chocam é um ótimo exemplo do comportamento norte americano naquela época.


Foi na década de 50 que houve uma proliferação de filmes Sci-Fi, com um orçamento baixíssimo e histórias fantasiosas. Só nessa década, o próprio W. Lee Wilder dirigiu 4 filmes do gênero. Esses filmes surgiram (sendo o representante mais famoso Invasores de Corpos) expressando toda essa mentalidade, originada do Macarthismo que influenciou diretamente sobre Hollywood (a elaboração da lista negra, o episódio com Elia Kazan). Por essa razão, Mundos que se Chocam é um filme interessante para se entender todo esse processo histórico.


Contudo, como produto cultural, Mundos que se Chocam é completamente descartável: roteiro previsível e ruim, uma direção sem inspiração e os efeitos especiais toscos completam a obra. Os fãs de Sci-Fi podem até curtir, porém quem não tem afinidade com o gênero deve passar direto. Para mim, Mundos que se Chocam é um daqueles filmes com um charme trash irresistível. Não há como não rir dos alienígenas com os olhos esbugalhados ou de seus animais de estimação (insetos gigantes). De fato, se encararmos Mundos que se Chocam como um divertimento trash, até que ele não decepciona.

domingo, 21 de março de 2010

O Monstro do Circo (The Unknown, 1927)


De todos os aspectos marcantes presentes em O Monstro do Circo, a performance de Lon Chaney é a que mais me impressiona. Eu ainda não tive a oportunidade de ver uma atuação tão impressionante, visceral e comovente como a de Lon Chaney, em qualquer outro filme de terror. Trata-se, para mim, do melhor vilão que eu já vi numa produção de terror. Outros grandes atores já encarnaram personagens memoráveis e assustadores, porém nenhum com toda a potência e carga dramática que Alonzo, o atirador de facas sem os membros superiores interpretado por Chaney, carrega em sua faceta. Realmente, você fica sem palavras depois de ver uma obra tão impactante e excepcional como O Monstro do Circo de 1927.


A história do filme poderia ser confundida com, quem sabe, uma tragédia de Shakespeare, tamanha sua força emotiva: Alonso é um artista de circo que não possui os braços. Ele é apaixonado por Nanon (Joan Crawford), filha do dono do circo. Nanon possui uma fobia bastante incomum: ela tem medo das mãos dos homens, gerando uma ojeriza, por parte dela, sobre o homem forte do circo, Malabar (Norman Kerry), que é apaixonado por ela. Desta forma, Nanon confia apenas em Alonso.


O detalhe é que Alonso guarda um terrível segredo de sua amada e de todos que o rodeiam, compartilhado apenas pelo seu fiel ajudante Cojo (John George). É esse segredo que causará toda a complicação da trama, magistralmente escrita por Tod Browning e Waldemar Young.


O Monstro do Circo é tão bom por uma verdadeira conjunção de fatores: um elenco excelente, um ótimo argumento e um diretor no auge de sua criatividade e em sua melhor fase. Aliás, Tod Browning é um diretor que merece ter sua filmografia revisitada urgentemente tanto pela crítica quanto pelo público.



Devo dedicar um capítulo a mais para Lon Chaney. Tratava-se de um ator conhecido pelos papeis difíceis que pegava - o "Homem de Mil Rostos". Era o ator preferido de Browning e, juntos, realizaram várias obras. Em O Monstro do Circo, Chaney supera-se sob todos os aspectos, numa atuação soberba, magnífica. Até hoje, o ator Burt Lancaster considera a interpretação de Chaney como a mais convincente de todo o cinema. E não é para menos: Chaney utiliza expressões faciais para transmitir os sentimentos do personagem. No fim das contas, só uma palavra resta para caracterizar o desempenho de Lon Chaney: perfeito.


Um dos fatores mais interessantes em O Monstro do Circo é a proposta de análise da natureza humana. Alonso é, apesar de tudo, um homem loucamente apaixonado. Seus questionáveis métodos para conquistar Nanon são, no mínimo, compreensíveis. Eis aí, uma das maiores forças da obra: apesar de todo o teor fantástico da história, no fundo há muita realidade na trama. Em alguns momentos, parecia que eu estava lendo uma tragédia grega, como a história de Édipo – temos elementos fantasiosos para contar uma trágica história que, debaixo de todas as camadas, pode acontecer com qualquer um. Nesse sentido, eu até arrisco dizer que O Monstro do Circo encaixa-se, com suas devidas restrições, como uma obra extremamente romântica, pois a história desenrola-se dessa maneira devido ao triângulo amoroso existente entre Alonso, Nanon e Malabar.


O Monstro do Circo é, enfim, uma verdadeira obra-prima, que merece ser assistida por todas as gerações de amantes de cinema. Uma verdadeira lição de cinema sob todos os aspectos: direção, interpretação e roteiro impecáveis, além de um clímax tenso e inesquecível. O Monstro do Circo é tudo isso e muito mais...

sábado, 13 de março de 2010

007 Quantum of Solace (2008)


Falarei com sinceridade para vocês: eu não ando muito satisfeito com o rumo do meu blog. Apesar do tempo apertado que eu tenho para atualizá-lo, farei textos melhores, abrindo espaços para boas discussões nos comentários. Acredito que, finalmente, consegui organizar-me de acordo com a minha vida privada e as publicações do blog. Daqui para frente, mais organização e conteúdo de qualidade!


Iniciemos essa nova fase com minha revisão crítica sobre o último filme de James Bond, Quantum of Solace, um filmaço dirigido por Marc Foster, escolha inusitada para a direção desse tipo de filme, considerando os outros filmes do diretor. Independente disso, Quantum of Solace é uma das melhores aventuras do espião britânico, chegando a ser melhor que o capítulo anterior, o ótimo Cassino Royale.


A história do filme inicia-se justamente no epílogo da obra anterior: Mr. White (o dinamarquês Jesper Christensen) é capturado por Bond (Daniel Craig) e é levado para interrogatório com M (Judi Dench). Porém, um dos homens que acompanhava M era um agente duplo, possibilitando a fuga de White. Já, no início da obra, temos uma espetacular cena de perseguição que ocorre durante a festa Palio di Siena, que ocorre na Itália nos dias 2 de Julho e 16 de agosto. Trata-se de uma seqüência eletrizante e bastante empolgante.



Com a fuga de Mr. White, Bond terá que descobrir mais sobre a misteriosa organização para a qual o bandido trabalha e, que conseqüentemente, tem ligações com a morte de Vesper, a mocinha do primeiro filme. Nesse sentido, eu achei o roteiro um pouco confuso, com muitos detalhes, mas isso não prejudica a obra, de forma alguma.


Durante sua missão, Bond conhecerá a misteriosa Camille (Olga Kurylenko), que está de alguma forma, envolvida nessa organização, assim como o perigoso e dissimulado Dominic Greene (Mathieu Amalric), a cabeça por trás de toda essa trama. Para Bond e Camille, tudo se trata de uma vingança e, é sobre essa busca por uma vendeta que o filme inteiro se encaixa.


O trabalho de Daniel Craig é impecável: trata-se de um espião extremamente humano e, por vezes, desumano; o James Bond encarnado por ele é uma verdadeira máquina da morte, uma máquina humana, contudo. Craig interpreta de uma maneira bastante visceral e potente. Isso sem contar a escolha do francês Amalric, um grande ator que foi esquecido pelo Oscar na sua estupenda interpretação em O Escafandro e a Borboleta. Interessante que esse papel foi imaginado para o grande ator alemão Bruno Ganz, porém Mathieu Amalric foi que o interpretou no fim das contas.


Comparando com o filme anterior, Quantum of Solace perde em dois aspectos: não tem a presença da deusa Eva Green e a música desse filme é pior que a música tema de Cassino Royale, You know my Name de Chris Cornell. Fora isso, Quantum of Solace é uma continuação magnífica, quase perfeita, de uma franquia que me conquista a cada filme. Parabéns aos produtores Michael G. Wilson e Barbara Broccoli, pelo excelente rumo que deram as aventuras do espião James Bond.

sexta-feira, 12 de março de 2010

O Melhor Momento do Oscar 2010

Apesar da Academia ter esquecido alguns nomes em sua homenagem póstuma, uma montagem fantástica e caprichada sobre o grande John Hughes foi apresentada por atores que protagonizaram seus filmes. Para mim, o melhor momento da festa, a celebração de um dos grandes cineastas do século XX, a meu ver. Check it out!

10 Filmes que deveriam ter Ganhado o Oscar

Essa postagem deveria ter sido publicada no domingo passado. Publico, tardiamente, os dez filmes que mereciam ter ganhado o Oscar de Melhor Filme em seus respectivos anos. Não se trata de terem sido injustiçados; apenas mereciam esse prêmio específico.

OBS - Eu sei que Melhor Impossível e Ou tudo ou Nada concorreram no mesmo ano - no mínimo um empate técnico:








sábado, 6 de março de 2010

Palpites descompromissados para o Oscar 2010

Sim, pode até ser um clichê. Contudo, como amante da sétima arte, eu não posso deixar de fazer minhas apostas para o principal festival de cinema do planeta: o OSCAR! Por essa razão, faço esse pequeno tópico sobre quais são as minhas preferências para algumas das categorias:

Melhor Filme – Pode ser qualquer um, menos Avatar. Guerra ao Terror é o meu favorito.


Melhor Diretor – Acho que o prêmio fica entre James Cameron e Kathryn Bigelow; Cameron deve ganhar.


Melhor Ator – Jeff Bridges, sem sombra de dúvida.


Melhor Ator Coadjuvante – Waltz, obviamente.


Melhor Atriz – Esse prêmio é um dos mais complicados, pois não tenho nenhuma favorita. Acho improvável ela levar, mas Meryl Streep é minha escolha segura.


Melhor Atriz Coadjuvante – Mo'Nique, obviamente.


Melhor Roteiro Adaptado – Seria demais pedir pela vitória de Distrito 9?


Melhor Roteiro Original – Disputa apertada, com certeza. Eu escolho Bastardos Inglórios, com seu maravilhoso argumento.


Melhor Fotografia – A Fita Branca deve levar esse prêmio.


Melhor Figurino – The Young Victoria


Melhor Montagem – Guerra ao Terror


Melhor Canção – "The Weary Kind" é Linda demais para a academia desprezar.


Melhor Edição de Som – Star Trek


Melhor Mixagem de Som – Star Trek


Melhores Efeitos Especiais – Avatar


Melhor Trilha Sonora Original – Up


Melhor Direção de Arte – The Young Victoria



É isso aí galera! Esses são meus favoritos ao Oscar. De quebra, eu posto esse vídeo com os 81 vencedores do Oscar de Melhor Filme. Um presentinho para os leitores...




Somos Marshall (We are Marshall, 2006)


Filmes com temática esportiva não são novidade em Hollywood. Todo ano, pelo menos 3 filmes com um roteiro calcado em esportes são lançados em mercado norte-americano. Lá, tais filmes fazem bastante sucesso, porém por aqui a coisa funciona diferente: os filmes, geralmente, não são lançados em nossas salas de cinema, chegando diretamente para as prateleiras das locadoras.

Somos Marshall teve o mesmo destino: a Warner mandou-o direto para as telinhas. Mas vejam bem, isso não é um defeito; comento isso, só para vocês terem uma idéia de como o cinema pode, muitas vezes, ser injusto. Somos Marshall é um filmaço, um drama muito bonito e tocante, baseado num episódio real ocorrido nos EUA no início da década de 70.


O filme apresenta a história de um acidente de avião que vitimou o time de futebol americano da Universidade de Marshall. Apenas um dos técnicos e 4 jogadores conseguem escapar por não terem embarcado no avião. A partir desse desastre, o reitor da Universidade (David Strathairn), devido às pressões de um dos jogadores que escapou (Anthony Mackie), resolve remontar o time do zero.


É claro que essa não será uma tarefa nada fácil, pois além de não possuir o apoio da cidade, que está sofrendo com a morte de seus filhos, nenhum treinador aceita o cargo vazio. Após diversas tentativas, o diretor da faculdade encontra-se com o treinador Jack Lengyel (Matthew McConaughey) que topa treinar o time.


A primeira vista, parece que estamos diante de mais um amontoado de clichês reunidos num dramalhão ordinário. Contudo, apesar de em alguns momentos o filme pecar pelo drama excessivo, Somos Marshall está longe de ser uma obra chata e pretensiosa. Trata-se de um filme comovente e que chega a subverter alguns clichês em certos momentos.


Uma das minhas maiores surpresas em Somos Marshall foi saber que a direção do filme ficou por conta do questionável McG, que nunca fez filmes que me agradaram muito. Esse drama é, de longe, o melhor filme dele até agora.


Somos Marshall conta com um bom elenco (principalmente McConaughey e Mackie) e uma bela trilha sonora. Um filme correto e bonito sobre um episódio muito triste do futebol americano. Assista e se emocione.