sábado, 27 de junho de 2015

Expresso do Horror (Horror Express, 1972)



O professor Alexander Saxton (Christopher Lee) encontra, numa expedição à Manchúria, um fóssil de uma criatura congelada - descoberta que provocará muitas discussões no mundo científico. Desta maneira, o professor embarca no expresso transiberiano com seu imenso caixote, agindo com toda a pompa imperialista e arrogante. Entretanto, o pânico se espalha quando a criatura é despertada e começa a atacar os passageiros do trem, deixando um rastro de mistério, pânico e olhos brancos.

A trama de EXPRESSO DO HORROR é bem maluca, senhores. Assistir esse filme procurando lógica ou levando a coisa toda muito a sério é um tiro no pé atroz. O que essa obra apresenta, em se tratando de texto, é uma criatividade ímpar ao aliar vários elementos do cinema de horror e seus subgêneros, reservando algumas surpresas quando descobrimos do que se trata a criatura.  Não apenas o desenrolar do enredo, mas os diálogos são realmente divertidos, assim como os personagens do filme.


Sobre os personagens, não apenas um argumento bem desenvolvido, mas atuações muito boas como a do mestre Christopher Lee, Peter Cushing (inspirado e gracioso em seu papel), Telly Savalas (perfeito na persona de um militar arrogante e truculento), Julio Peña, Helga Liné e, principalmente, Alberto de Mendonza como o padre Pujardov, claramente inspirado na mítica figura de Grigori Rasputin, uma figura trágica e complexa que só mostra as reais intenções após metade da fita.


É bastante impressionante ver como o diretor Eugenio Martín conseguiu reunir um elenco estelar num roteiro que poderia descambar pra palhaçada facilmente. São elementos de sci-fi e terror religioso, ambientados num clima de Agatha Christie - uma mistura realmente original. Sem falar na própria direção de arte do filme e em cenas realmente memoráveis como a criatura atacando o personagem de Peter Cushing ou o epílogo em que zumbis atacam Chriistopher Lee, num jogo de luzes e takes maravilhosos, cheios de tensão.

EXPRESSO DO HORROR figura facilmente na minha lista de filmes favoritos de horror dos anos 70. E classifico-o como um clássico cult, esquecido, dessa época de ouro do cinema de horror. Merece um lugar na estante de qualquer fã.

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