A lista de filmes clássicos que eu não assisti pode assustar os cinéfilos de carteirinha, principalmente pelos títulos tidos como essenciais para qualquer amante de cinema. Pessoalmente, não fico neurótico com isso, mas tenho um sentimento de "trabalho concluído" quando assisto alguns desses clássicos.
CORAÇÃO VALENTE era um desses filmes que tive diversas oportunidades de assistir, um sem número de vezes. Já era familiar com a trama e algumas cenas clássicas como o discurso do personagem principal, que provoca arrepios em qualquer situação que eu acabe por assistir novamente. Estava na hora de conferir o filme completo.
E o que temos é um épico dos bons: CORAÇÃO VALENTE é um daqueles raros filmes absolutamente inspiradores e motivacionais, cujo desfecho nos toca e desperta uma vontade de sair por aí de kilt e espada nas regiões montanhosas da linda Escócia. As cenas de batalha são espetaculares, os diálogos são inesquecíveis e as atuações são sensacionais.
A direção de Mel Gibson é interessante e este é seu melhor filme como diretor. É verdade que o filme contém vários fatos históricos incorretos, mas eu pouco me importo quanto a isso, especialmente porque o cinema não é substituto de uma aula de história, mas um combustível para nos instigar a estudar a matéria. O que me incomoda na direção e roteiro é a vontade de tornar o protagonista numa espécie de cristo escocês, um tema de fascínio para GIbson, que filmaria sua própria versão da história de Jesus muitos anos mais tarde.
As maravilhosas paisagens, as batalhas violentas e brutais, a trilha sonora inesquecível James Horner (que, no mesmo ano tinha composto outra trilha espetacular - do filme Apollo 13), a fotografia... CORAÇÃO VALENTE é um clássico do cinema moderno. Para ser assistido quando nos esquecemos de como algumas pessoas tiveram vidas extraordinárias e como podemos tomar inspiração frente ao opressivo e medíocre cotidiano que muitas vezes enfrentamos.
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