terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Drive (2011)



Nicolas W. Refn, realizador de filmes excepcionais como Bronson e Valhalla Rising. Em sua mais última obra, o filmaço de ação Drive, Nicolas não decepciona e entrega mais uma joia para a plateia ávida por bons filmes. Drive foi um dos grandes filmes do ano passado e deverá ser lembrado posteriormente na galeria dos grandes filmes de ação já feitos.

Muitas coisas me agradam em Drive: primeiramente, a direção estilosa do dinamarquês, que transforma um roteiro relativamente simples num espetáculo de ação. Como Ronald Perrone afirmou em seu blog, Dementia 13, a direção nas mãos de outro diretor (Neil Marshall esteve cotado para a direção) poderia resultar num filme bem prosaico. Com o comando de Refn, este, definitivamente, não é o caso.


O elenco de Drive tem um quê de fantástico, também. Além dos ótimos suportes dos vilões, encarados por Ron Perlman e Albert Brooks, o filme conta com Bryan Cranston e a bela e talentosa Carey Mulligan, todos dando suporte a uma incrível atuação minimalista de Ryan Gosling, como o protagonista de poucas palavras que responde muito bem quando a situação exige "um pouco" de violência. Gosling compôs um personagem marcante, que me lembrou do protagonista da obra anterior de Nicolas Refn, Valhalla Rising.

Em uma das cenas mais violentas do filme, Nicolas Refn consultou o diretor Gaspar Noé, sobre efeitos visuais e dicas para torna-lá mais realista. Não quero dar spoiler, mas quem conhece a filmografia de Noé, sabe o que esperar do quesito violência...

E, por fim, destaco os aspectos técnicos da obra, como a ótima fotografia, o design de produção e a campanha de divulgação, com aqueles excelentes cartazes com escrita em neon rosa (era o q pareciam, para mim - neon). Em consonância com os tais cartazes, está a trilha sonora do filme, simplesmente excepcional, com uma escolha de músicas eletrônicas, meio dark-pop e de sonoridade retrô (como a faixa Nightcall, tocada durante os créditos iniciais).



E com todo seu estilo, Drive cativa o público sedento por bons filmes de ação (que é o meu caso, definitivamente). Os produtores e a própria Hollywood parece ter se esquecido daqueles grandes filmes dos anos 70, um cinema de ação com conteúdo e estilo que há muito tempo eu não via (pelo menos em obras vindas dos Estados Unidos). Não vou nem perder meu tempo comentando a falta de mais indicações ao Oscar, que sempre comete erros, mas a premiação do diretor em Cannes prova a competência do filme.

Drive é um verdadeiro resgate deste saudoso cinema, sem barulheira ou cenas de ação tiradas de videogames para entreter o público. Tem-se "apenas", e repito "apenas", uma estória bem contada por um grande elenco e um diretor excepcional, que sabe transformar roteiros em filmes de verdade. Resta-me agradecer a Nicolas W. Refn, por ter presenteado os cinéfilos com este grandioso filme.

Nenhum comentário:

Postar um comentário