Dois filmes, um gênero: Fakementaries
Não há como negar que Atividade Paranormal seguiu os passos d'A Bruxa de Blair. Mas, o mais interessante é que nem mesmo o filme de 1999 é totalmente inovador; em 1980, o diretor italiano Ruggero Deodato realizou o controverso Canibal Holocausto. A produção contava com atores inexperientes, o uso de câmeras na mão e uma trama semelhante a do "revolucionário" A Bruxa de Blair. Em Canibal Holocausto, temos a impressão de estarmos assistindo a um documentário verídico, porém trata-se de uma inteligente estratégia para atrair a atenção do público.
Um ano antes de A Bruxa de Blair veio uma produção televisiva muito elogiada: Alien Abduction – Incident in Lake Country, uma obra inédita em VHS e DVD no Brasil, considerada bastante assustadora. Apesar de não ter tido a sorte de ser distribuída ao redor do mundo, muitos consideram esse filme como uma experiência muito mais aterrorizante do que A Bruxa de Blair.
Ainda em 1998, um filme chamado The Last Broadcast (numa tradução livre, A Última Transmissão), primeira produção gravada inteiramente com material digital, fez sucesso entre os fãs de terror. Sua exibição foi realizada em festivais e, mesmo com as reações positivas da platéia, a produção não conseguiu distribuição. Quase resultou num processo para os realizadores de A Bruxa de Blair, se não fosse uma indenização paga aos realizadores de The Last Broadcast pela Artisan. Além de toda polêmica envolta das duas produções, muitas pessoas apontam The Last Broadcast como um filme muito superior a obra A Bruxa de Blair. Fonte (http://pipocamoderna.virgula.uol.com.br/?p=10300)
Todos esses filmes são conhecidos como "fakementaries" – documentários falsos, que disfarçam o baixo orçamento através de uma falsa propaganda, promovendo as obras como materiais verídicos. Com a ampliação do acesso a Internet, ficou muito mais fácil disseminar boatos e histórias sobre a natureza do filme. O sucesso de A Bruxa de Blair deve-se, principalmente ao uso da Internet como uma ferramenta eficaz para a divulgação do filme.
Depois de A Bruxa de Blair, Hollywood produziu várias obras que seguiam de forma direta ou indireta a estratégia dos fakementaries. Surgiu o que alguns críticos chamaram de Cinema Youtube (Cloverfield e Rec são seus maiores expoentes). Nesse caso, não há uma campanha de marketing tentando convencer o público, porém a execução da obra é como se fosse uma história real. Em 2009, tivemos o lançamento de dois filmes vendidos como se fosse material verídico: Contatos de 4° Grau e Atividade Paranormal (que é o alvo dessa reportagem).
Sobre A Bruxa de Blair
Para mim, é intrigante compreender o motivo de tamanha especulação e exaltação sobre essa obra. É verdade que a dupla de diretores, Daniel Myrick e Eduardo Sánchez, fizeram um trabalho interessante. Os próprios atores do filme realizaram as gravações na floresta durante oito dias e oito noites consecutivas; esse processo aumentou o realismo da fita.
A história de A Bruxa de Blair é sobre 3 jovens que resolvem fazer um documentário sobre uma entidade que assombra uma floresta em Maryland. Esses jovens, no início, fazem brincadeiras e zombam da lenda. Todavia, quando eles se isolam na floresta para realizarem mais filmagens do documentário, eles passam a encontrar bonecos rudimentares de madeira pendurados em árvores e pilhas organizadas de pedras. O desaparecimento de um dos jovens é o ápice da obra.
Até esse ponto, o filme não impressiona. Vemos uma idéia até interessante, porém mal executada; você não consegue simpatizar com as personagens, por isso, não há um sentimento de piedade despertado no público. Você não torce a favor deles (pelo menos, esse foi o meu caso).
Em A Bruxa de Blair, aos poucos as manifestações da tal bruxa vão piorando. No início, apenas os bonecos pendurados e as pilhas de pedras não assustam, mas são intrigantes. Aproximando do final do filme, as cenas noturnas da obra são bacanas e bem executadas. O que assusta ali são a escuridão do cenário e os sons produzidos. Nesse sentido, os diretores apostam no medo da platéia do desconhecido e isso é um bônus a favor da produção.
Cabe ressaltar aqui o desfecho da obra que é FANTÁSTICO. Eu não quero estragar a surpresa de ninguém, por isso não vou entrar em detalhes: os dois jovens restantes encontram uma cabana no meio da floresta e entram nela. Eles encontram marcas de mãos de crianças pelas paredes e vão até uma espécie de porão. Lá, meus amigos, o bicho pega...
Sinceramente, é o final de A Bruxa de Blair que salva o filme. Trata-se de uma obra interessante, porém superestimada. Muitas pessoas colocam o filme em listas dos dez mais assustadores da história, porém acho exagero essa exaltação. Talvez eu estivesse esperando muito do filme e, no fim, me decepcionei.
A Bruxa de Blair rendeu uma continuação (a qual eu ainda não assisti), que chegou a fazer uma boa bilheteria, contudo não teve o impacto que o primeiro filme obteve sobre a crítica e o público. Com o sucesso de Atividade Paranormal, os diretores de A Bruxa de Blair afirmaram estarem trabalhando num roteiro para um terceiro filme, que retomaria o final do original. Devemos aguardar mais notícias sobre a produção...
Sobre Atividade Paranormal
Acompanhamos os noivos Katie e Micah, um jovem casal que está incomodado com os barulhos estranhos que a "casa" faz durante a noite. Micah compra uma câmera para filmar o quarto deles durante a noite e é através dessa câmera que o filme inteiro se desenrola.
No início, Micah tem uma postura de descrença e, até mesmo, desrespeito. Já Katie está muito assustada. Aos poucos, as manifestações que se resumiam a barulhos estranhos vão piorando até o caótico final da obra.
Atividade Paranormal é filme interessante por abordar um tema já batido no cinema de terror (assombração) de uma forma inovadora. O conceito, emprestado de A Bruxa de Blair, funciona muito bem na obra, sendo decisivo para o sucesso dela. O filme foi vendido como se fosse um vídeo retirado dos arquivos da polícia. Boa parte do público acreditou na história e o resultado foi expresso nas bilheterias mundiais.
Em Atividade Paranormal, sentimos simpatia por Katie e Micah, ao contrário do que ocorre em A Bruxa de Blair. O roteirista (que é o próprio diretor, Oren Peli) se preocupou em construir personagens que não merecem passar por aquilo, pois eles não foram atrás daquilo, como ocorre em A Bruxa de Blair.
Outro fator de destaque em Atividade Paranormal é a sucessão de acontecimentos que ocorre na casa. Há uma notável gradação: de sons até agressões físicas. Isso sem contar algumas partes realmente assustadoras da obra como a cena do tabuleiro Ouija e a cena em que Micah pesquisa na Internet sobre uma moça (eu não vou revelar nada, para não estragar a surpresa!).
Contudo, se compararmos Atividade Paranormal com A Bruxa de Blair, notmaos uma vantagem deste sobre aquele: todos os desfechos produzidos em Atividade Paranormal (foram 3, segundo o site Boca do Inferno) não chegam perto do final da obra de 1999. Nos cinemas mundiais, a obra recebeu um final que dá um gancho para uma continuação...
Aliás, Atividade Paranormal já tem uma continuação agendada que será dirigida por Kevin Greutert (que dirigiu Jogos Mortais 6). O diretor Oren Peli já está sendo bancado em seu próximo projeto, Área 51, que devemos ficar de olho aberto para descobrirmos se não se trata de uma cópia oportunista do desconhecido Alien Abduction – Incident in Lake Country.
Atividade Paranormal é, enfim, uma boa diversão. Não é tudo aquilo que falaram, mas possui seus momentos assustadores que podem incomodar muita gente.
Eu assisti o Bruxa de Blair novamente e fiquei super frustrado...o final é estranho...a gente não consegue entender o que de fato acontece com os jovens....
ResponderExcluirO filme realemnte é muito interessante sim . Só que na minha opinião não é nada baseados em fatos reais . Vamos investigar: Os jovens estudante que entraram na floresta morreram , dizem que todos que entarm nessa floresta nunca+ sai. Então como que pegaram a camera das filmegens feita ? Policias entram na floresta pra pegar a camera e tambvem investigar o caso se eles esntram e sairam com a camera na mão e não morreram . Se realmente fosse verdade eles teriam que morrer neah . Alguem que concorda cmg ????
ResponderExcluirPuxa Heitor, só fui ver seu comentário agora!! Me desculpe amigo!
ResponderExcluirO filme NÃO É baseado em fatos reais. Trata-se, como eu falei na crítica acima, de um filme que segue a cartilha dos fakementaries... É apenas uma estratégia de marketing que funciona muito bem com o grande público.
Enfim Heitor, o filme é uma obra extremamente oportunista, que não tem nada de real...
Valeu pelo comentário!
REC, The Blair witch Project, Atividade Paranormal, The Last Broadcat..... todos eles são otimos filmes, mas não chega nem aos pés de Alien Abduction: Incident in Lake County. O Filme é um terror psicológico ferrenho. Neste Exacto momento estou a assistir novamente. Fica a dica pra qualquer um. Mas as pessoas tem de desencanar e deixar de acreditar na industria cinematográfica. Nem tudo que se diz nas películas é real. Os virais são ótimos para fazer a propraganda, mas pena que ilude os telespectadores.
ResponderExcluirOtimo Blog meu Brother!!
Meu amigo que coincidência magnífica!! Estou postando hoje aqui no blog sobre este filme exatamente. Acabei de ver seu comentário...
ResponderExcluirAtualmente, com o maior acesso à Internet, fica difícil você tentar enganer o público com truques de marketing - como aconteceu, recentemente, com The Fourth Kind... É ingenuidade acreditar nessas histórias como verídicas, mas muita gente ainda cai neste truque!
Muito obrigado pela visita Daniel!
temos um novo exemplo brasileiro, se chama o começo do fim, já está no youtube,
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=5Bx1r6Ll4FI
tem até uma jogadora da seleção brasileira de futebol envolvida, a cristiane rozeira
Darei uma conferida colega. Continue visitando o Midnight Drive-In!
ResponderExcluir