domingo, 3 de fevereiro de 2019
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019
SBT é o melhor canal de filmes da televisão
Você já assistiu o novo anúncio do SBT, estreando Celso Portiolli e Maisa, anunciando os "novos" filmes que estrearão no canal, em breve. É incrível e é a cara do canal, especialmente pela caretice do texto e por não se levar a sério. Sílvio Santos e cia sempre entenderam a não tão simples missão de ser um entretenimento, especialmente em tempos atuais de televisões conectadas a internet. Dá uma olhada nesse anúncio:
Tem seleção mais genial do que essa? Vamos lá: Steven Seagal em Sniper: Operações Especiais; Wesley Snipes em Jogo de Morte (já resenhado por aqui); Tremors 5; O Homem dos Punhos de Ferro 2 (não gostei muito do primeiro, mas quem sabe esse me agrada, principalmente pela falta de expectativa).
Talvez o leitor pense que eu esteja sendo irônico, mas não é o caso. Afinal, trata-se de uma seleção de filmes de baixo orçamento, com probabilidade alta de serem filmes fracos e de qualidades questionáveis. Porém, eu sou um cinéfilo que adora ver um filmeco de vez em quando. E considero genial essa seleção principalmente por ser inesperada: enquanto a globo tenta emplacar na sua Tela Quente blockbusters que todos nós já assistimos nos cinemas (ou aqueles filmes, divididos em aguadas minisséries, uma prática realmente lamentável) o SBT caminha na contramão, mostrando aquele setor da locadora que os mais assíduos sempre frequentaram, escapando da estante de lançamentos e alugando aquela fita de Top Tape, América Vídeos, Califórnia Filmes ou Flashstar! Sempre com filmes menores e possibilidades infinitas de você se surpreender.
Caminhamos, atualmente, em trilhas cada vez mais óbvias. As pessoas fazem maratonas de série no Netflix, porque não tem paciência para acompanhar um episódio por semana. O medo estúpido dos spoilers reflete essa marcha desconjuntada, o medo de se perder um mísero fiapo de surpresa num jogo de cartas marcadas. Quantos trailers recentes não pecam ao revelar uma enorme quantidade da trama, para tentar captar a atenção do público, em dois eternos minutos para uma geração que se emociona apenas por alguns segundos.


E estes são exemplos deste ano, mas posso comentar aqui muitos outros episódios em que o SBT foi decisivo para alimentar minha cinefilia. Lembro-me de quando minha mãe viajava a trabalho de onibus e meu pai a levava até a rodoviária. Ele sempre pedia para eu ficar acordado, aguardando a chegada dele, para observar o portão de casa. Num desses dias, eu assisti Drunken Master 2, talvez o melhor filme de Jackie Chan, com a provável melhor cena de luta de todos os tempos (assista aqui). Foi após aquela sessão que comecei a me interessar por filmes de artes marciais chineses (isso será papo para outro texto).
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Imagem retirada do excelente blog VHS O Ultimo Reduto |
Houve também um episódio de noite de ano novo, após uma ceia deliciosa preparada pela minha mãe, ligamos a televisão. Na globo era exibido o show da virada da filial de nosso estado (Mato Grosso do Sul), com uma artista local que emulava aquelas cantoras de axé - abaixo de uma chuva torrencial e a imagem de qualidade questionável. Resolvi colocar no canal 8 e, para minha enorme surpresa, estavam exibindo Willow, Na Terra da Magia, um dos meus filmes preferidos de todos os tempos, parte importante da minha infância e da minha vida, graças a uma fita que papai gravara também com Esqueceram de Mim e alguns episódios do desenho De Volta Para o Futuro. Foi um início de ano maravilhoso.
Agora, já adulto, o SBT insiste em me surpreender e querer fazer parte da minha vida. E estou disposto a conceder isso - toda semana eu vou olhar a programação de filmes do canal. E tenho certeza de que terei mais bons momentos como fã de cinema para colecionar, ao lados de todos esses que eu comentei e outros tantos que me marcaram ao longo da vida.
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