Imaginem que uma jovem atriz, linda e no auge da carreira, simplesmente morre. E três jovens, um deles com acesso ao necrotério do hospital, resolvem ver o corpo da tal atriz. De apenas saciar a curiosidade mórbida os rapazes decidem tirar fotos e, numa escala maior psicopatológica, praticar sexo com o cadáver da atriz.
Logicamente, uma sinopse dessas não reserva um filme agradável, para qualquer tipo de público. Agora que sobraram os cinéfilos malucos no recinto, vamos ao que interessa: EL CADÁVER DE ANNA FRITZ é uma produção espanhola (um país que já entregou uma obra-prima da escatologia e do cinema-extremo, o seminal Aftermath) intrigante. O desenrolar é um tanto quanto previsível, o que possivelmente prejudicou a avaliação final da obra, mas durante a projeção me prendeu o suficiente.
Apesar de não ter muitos atrativos técnicos, que permitiriam que o filme decolasse, a obra reserva sólidas interpretações do trio de jovens citados, cujas personalidades vão se degradando ao longo da projeção. Como já mencionei, mesmo sendo previsíveis, o desenvolvimento psicológico dos personagens é coerente com as situações da narrativa.
E apesar de ser do mesmo país do já citado Aftermath, as duas obras não possuem nenhuma semelhança. Ao contrário do curta-metragem, EL CADÁVER DE ANNA FRITZ está anos-luz do choque, nojo e festival de maluquices de Nacho Cerdà. A obra do diretor Hector Hernandez Vicens resvala no tema necrofilia, com um visual muito sóbrio e limpo, não lembrando em nada a repulsa e revolta da outra obra citada.
No final, apesar da sinopse reservar elementos chocante, esta película se resume a um thriller interessante, ainda que com suas parcelas de cenas revoltantes. Para os apreciadores de cinema extremo, um exemplar interessante e efetivo. Para os não iniciados nesse tipo de cinema mais alternativo, mas curiosos, este é um bom exemplar "pé no freio". Aos que se ofendem facilmente, recomendo distância deste aqui.
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