domingo, 22 de maio de 2016

Ip Man 3 (2015)


E chegamos ao final da nossa "mini-maratona" Ip Man - a trilogia de artes marciais mais bem sucedida de crítica e público dos últimos 10 anos. Com uma diferença de praticamente 6 anos em relação ao seu episódio anterior, IP MAN 3 veio cercado de muita expectativa. E posso dizer que estas se cumpriram quase totalmente.

IP MAN 3 entrega tudo aquilo que seus saborosos teasers prometiam (cheguei a postar um dos trailers por aqui, meses atrás): mais Donnie Yen e mais pancadaria. O filme é um festival de "fan service" - temos a apresentação de Bruce Lee à série, assim como a adição de Mike Tyson como vilão da vez - um gângster que quer fechar a escola do bairro, sabe-se lá por qual motivo. 

Aliás, por mais que eu tenha me divertido bastante com o filme, este é o episódio mais fraco da trilogia. Aquela aleatoriedade de temas, que já estava presente nos capítulos anteriores, me incomodou bastante neste filme, com tramas inacabadas e mal resolvidas. O filme capricha nas cenas de ação e volta a investir bem no drama (envolvendo a esposa do grande mestre), mas há uma sensação de falta de objetividade que prejudica um pouco a obra, analisando friamente. 


O filme diverte, é lógico. Mas aquela sensação de épico que eu tive com o primeiro filme - suas lutas, o desenrolar da trama, a própria motivação do personagem - não se repete. E o fato do filme não se basear em acontecimentos propriamente reais não é um problema. A problemática é a indecisão do filme em se focar numa trama, não resolvendo as várias outras que apresenta. Um exemplo é o personagem de Max Zhang, um outro lutador de Wing Chun que quer provar ser melhor e mais habilidoso que Ip Man - em alguns momentos o filme parece focar nele, mas no miolo da projeção ele some e reaparece próximo ao epílogo, totalmente subaproveitado. 

Entretanto, o quesito artes marciais ainda é muito bem servido. A luta entre Donnie Yen e Mike Tyson não tem a plasticidade que vimos em outros embates da série, mas é de uma intensidade fenomenal. E para quem é fã de lutas, ver esses dois se surrando, mesmo que por um tempo ínfimo (três curtíssimos minutos), não há como não ficar excitado. A luta na escada entre Ip Man e um lutador de Muay Thai também merece crédito, pela bela e violenta coreografia. 

No final, a trilogia é uma excelente mostra do que o cinema de artes marciais pode oferecer. Eu tenho a impressão que ainda veremos um quarto episódio da série, tamanho o sucesso comercial e de crítica ao redor do mundo. Eu confesso que adoraria ver Donnie Yen reprisando o papel num filme a mais - focando um pouco mais numa trama e mantendo o alto nível das cenas de ação. Vamos torcer! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário