Há algum tempo, era natural a prática de comprar revistas de
cinema, circular os títulos de preferência e procura-los nas prateleiras das
locadoras. MEDO DE ESCURO vem dessa época, quando a maravilhosa revista CINE
MONSTRO ainda era vendida nas bancas e eu era um cliente-moleque assíduo das
videolocadoras. Nessa “vibe” saudosista, resolvi encarar o filme.
A medida que a projeção se desenrolava, meu saudosismo
romântico era soterrado por um roteiro banal e personagens antipáticas. Uma
fita incapaz de provocar qualquer outro sentimento além do tédio. São 86
minutos que mais parecem 300, numa trama que não consegue nem por um mísero
instante provocar algum interesse. Parece um episódio muito ruim do seriado
Clube Do Terror, se este fosse aborrecido, chato e nada original (pelo
contrário, Clube do Terror fez minha alegria durante minha infância, e se não
me deixava com medo, certamente me impressionava em alguns episódios).
Acompanhamos um garoto irritante, cheios dos traumas e
obsessões (incluindo o tal medo de escuro) que fica em casa com seu irmão
durante uma noite de tempestade. Nada mais natural, não fosse uma tal “criatura
da escuridão” atazanando a vida dos moleques. O problema é o seguinte: não se
cria empatia e nem mesmo pelo monstro – fruto de péssimos efeitos especiais.
E nessa pegada (ou, mais precisamente, na falta dela) o
filme se arrasta, sem sustos, surpresas ou emoção. Uma fita que certamente
ficou acumulando poeira, até que um abnegado (como eu) a comprasse quando a
videolocadora fechasse.
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