É verdade que devemos incentivar a produção de horror
independente, ainda mais apaixonados pelo gênero como eu. Acontece que filmes
com THE HOUNDS não colaboram com esse esforço. Não se trata de um desastre
completo, mas definitivamente é uma obra dispensável.
O principal problema aqui é o roteiro. A ideia geral do
filme é muito boa, envolvendo um grupo de amigos que vão acampar e acabam
encontrando um corpo na floresta. Durante a noite, o tal corpo desaparece,
iniciando uma jornada agoniante para os jovens – bem conduzida pela dupla de
diretores, que criam uma razoável tensão e algumas boas cenas “gore”.
Contudo, o filme não acompanha apenas os jovens, mas
também um policial que está conduzindo uma investigação ao longo do filme. As
duas tramas são juntadas de uma maneira interessante no epílogo da obra,
entretanto, durante a projeção, todas as cenas do policial são desnecessárias e
seguem uma cartilha insuportável de clichês – policial alcoólatra, dramas
familiares e outras desgraças.
THE HOUNDS conta com uma boa direção e boas atuações, dentro
das limitações dos atores. Temos algumas boas cenas sangrentas, incluindo uma
dolorosa cauterização e uma surpreendente extração ocular. Contudo, tem-se a
impressão de que os diretores estão a vender um produto falso, recheado numa
suposta trama complicada.
Tal impressão não poderia ser mais verdadeira. THE
HOUNDS não tem nada de complicado, revolucionário ou inesquecível. Trata-se de
um filme regular de horror, com todas as limitações de uma obra independente e
uma respeitável inventividade por parte de seus criadores, que poderiam ter
desenvolvido um produto muito mais interessante se tivessem simplificado as
coisas.
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