sábado, 26 de maio de 2012
Amen (2002)
A ascensão do nazismo e o período da 2° Guerra Mundial
sempre serão uma fonte inesgotável de filmes e livros. É triste, fascinante,
inacreditável e vergonhoso observar tais fatos históricos pela ótica
contemporânea do homem moderno (não tão diferente daquela época – não nos
iludamos) – com a variável temporal, que caracteriza o estudo da história em
si.
E mais interessante que a própria história é observarmos
um interessante revisionismo histórico, apresentado casos de alemães que se
levantaram contra o regime nazista, no momento em que o mesmo estava em
polvorosa. Quebra-se aí o maniqueísmo que se criou, diante das barbáries
cometidas pelos nazistas, após a 2° Guerra Mundial. Pode até ser uma ilusão
minha, mas a quantidade de histórias sobre alemães que não concordavam com o
regime ou nazistas que perceberam as atrocidades que seu regime cometia,
aumentou ao longo dos anos.
Amen segue essa linha ao acompanhar a história do oficial
da SS Kurt Gernstein (Ulrich Tukur), responsável por purificar a água que as
tropas alemãs bebiam no front. O que o cientista não sabia é que boa parte dos
compostos químicos seriam usados para dar cabo à infame solução final – morte
em massa dos judeus durante o holocausto. Após descobrir os planos do Reich,
Kurt tentará informar ao papa sobre o massacre de judeus, e o filme acompanha
sua jornada.
Acontece que Amen não busca apenas fazer uma justa
revisão histórica do personagem Kurt Gernstein, mas também fazer uma pesada
crítica à hipocrisia da igreja católica, especialmente neste período. Há,
entretanto, um representante de caráter desta instituição, o padre Riccardo
(Mathieu Kassovitz), que tenta divulgar a descoberta do oficial nazista pela
voz da igreja.
Trata-se de um filme do mestre Costa-Gravas, filmado
elegantemente e caprichado em seus detalhes. Apesar de ser desconhecido do grande público,
Amen merece ser redescoberto, tanto como filme histórico como crítica a Igreja
Católica.
sábado, 19 de maio de 2012
The Odds (2011)
Um filme sobre o mundo das apostas, ambientado no
universo dos adolescentes. Desson (Tyler Johnston – a cara do Tom Cruise mais novo)
é um jovem, viciado no carteado, que participa de um grupo escondido de apostas
e jogos de azar. A trama começa a decolar quando um dos adolescentes desse
grupo se mata, intrigando Desson. O protagonista começa a investigar o que há
por trás da morte de seu amigo, aprofundando-se numa trama nada infantil de
vícios, agiotagem e assassinato.
The Odds é um filme que muito provavelmente você nunca
ouviu falar. Um pouco injusto, pois é um thriller bem decente, apesar do final
ser um pouco decepcionante, pelas soluções apressadas que o roteiro tomou.
Contudo, esse
mesmo roteiro mostra competência ao tratar não só do mundo das apostas, mas
também dos problemas da adolescência, de uma forma que não subjugasse a trama
principal a ponto de transformar a obra num “drameco” sessão da tarde.
E este filme canadense se sustenta não só pelo seu
roteiro eficiente, mas também pela atuação de Tyler Johnston, muito carismático
e crível como o protagonista. O rapaz transmite muita naturalidade como o
protagonista adolescente, mantendo o interesse pela estória crescente ou
constante ao longo da projeção.
Aliás, tenho de
elogiar mais uma vez este roteiro e a escolha dos atores, por não submeter-se
aos velhos clichês de um elenco de jovens (com o nerd, a gostosa, o capitão do
time da escola), configurando uma galeria de personagens interessantes e reais,
aumentando o desempenho favorável do filme.
Muito bem fotografado e com uma bela direção, creio que
The Odds será um filme que você provavelmente não conseguirá assistir. Uma pena
que permaneça desconhecido, pois é um ótimo entretenimento, envolvente e
interessante. Quem ficou curioso, é só dar uma caçada pela internet que achará
o filme facilmente.
quinta-feira, 17 de maio de 2012
Instinto Secreto (Mr Brooks, 2007)
Surpreendente filme de serial-killer com uma surpreendente atuação de Kevin Costner, Instinto Secreto (mais um título em português completamente ridículo, genérico e preguiçoso) acompanha as "peripécias" do assassino interpretado por Costner, conhecido como o Thumbprint Killer. Esse serial-killer tem um companheiro imaginário de matanças, papel de William Hurt, que atua como uma espécie de consciência maligna para esse assassino. Há também a policial obstinada atrás do Thumbprint Killer (Demi Moore), o elo mais fraco do filme, pois essa personagem é chata e óbvia e a atuação de Moore é fraquíssima. Ela nunca foi uma grande atriz e, quando próxima de dois colossos como Costner e Hurt, suas limitações são mais destacadas.
O mais legal é ver Hurt e Costner nesses papeis ímpares em suas carreiras marcadas por dramas, produções oscarizadas e romances em geral. Claro que ambos já se aventuraram muito bem em outros gêneros, mas não há como negarmos a surpresa causada pelo desempenho dos dois num filme com temática tão sombria. Trata-se de um ótimo entretenimento, especialmente para aqueles que gostam de séries como Criminal Minds ou filmes como As Duas Faces da Lei.
terça-feira, 8 de maio de 2012
Dear God No! (2012)
Embarcando neste revival exploitation que alguns
cineastas vêm orquestrando, principalmente após o projeto Grindhouse de
Tarantino e Rodriguez, Dear God No! tenta copiar o estilão daqueles filmes de
baixíssimo orçamento dos anos 70; entretanto, o filme (se é que podemos chamar
isso aqui de filme) falha miseravelmente ao longo de seus intermináveis 80
minutos, pois não lembra em nada aqueles pequenos grandes filmes que, com pouco
dinheiro e muita criatividade, ganharam a admiração de milhares de cinéfilos (e
eue sou um deles).
Parece até interessante uma homenagem aqueles
biker-movies muito loucos, com pitadas de horror, violência, nudez e até um
pouco de naziexploitaion! Na realidade, Dear God No! utiliza esses elementos em
sua estória e essa boa intenção é a única qualidade encontrada na obra de James Bickert. Mas não há boa intenção que salve o filme da chatice. Há um mar de
ideias interessantes e a estória em si não é péssima (é bem ruim, na
realidade). Contudo, o filme não engrena no quesito diversão.
Temos uma gangue de motoqueiros que saem barbarizando por
aí: assassinatos, estupro, vandalismo e outras “sutilezas”. Após 40 minutos de
enrolação, eles encontram a casa de um cientista, onde irão praticar seus atos
de vandalismo. Contudo, esse cientista esconde alguns segredos.
A partir da chegada dos motoqueiros à casa do doutor
(numa atuação ridícula de Paul McComiskey), o filme muda seu script pra se
transformar num terror (??) envolvendo um saqstach e até zumbis. De verdade,
não se preocupe com spoilers, pois estou fazendo um serviço de utilidade
pública ao alertar vocês sobre essa grande besteira em forma de filme.
Há algumas cenas de nudez, especialmente com mulheres fazendo
strip-tease para a câmera. Aliás, a melhor cena do filme é quando os
motoqueiros chegam a um bar e trocam tiros com uma mulherada carregadas de armas
e com seios a mostra. No filme inteiro, elas são as únicas que botam a gangue
mal-encarada pra correr.
Eu não me importo com um roteiro risível ou com atuações
medíocres, sinceramente. Há filmes que abusam da ruindade, mas conseguem
divertir demais – justamente por sua ruindade. Contudo, Dear God No! não me
divertiu. Foi uma sessão desperdiçada, apenas isso.
domingo, 6 de maio de 2012
Louca Escapada (The Sugarland Express, 1974)
O primeiro filme para os cinemas do superpremiado e
aclamado Steven Spielberg foi este “car chase movie”, estranho para quem está
acostumado a uma faceta mais família do diretor. Baseado numa história real,
retirada de um recorte de jornal feito
por Spielberg, o filme acompanha uma mulher (Goldie Hawn) que ajuda seu marido
(William Atherthon) a fugir da prisão, para que ambos recuperem a guarda de seu
filho. Para isso, eles sequestram um carro policial com um patrulheiro como
refém (Michael Sacks) e partem, com vários policias perseguindo-os,
até Sugarland, a cidade onde a criança se encontra.
Típico filme da década de 70, Spielberg foca a histeria
que esse casal provoca sobre a população, efeito bem parecido provocado pelo personagem
de Al Pacino, em Um Dia de Cão. Aliás,
Louca Escapada lembrou-me muito o filme citado, pois os momentos de tensão são reservados
para as negociações entre o casal e o xerife interpretado por Ben Johnson.
Óbvio que sendo um car chase movie, teremos belas cenas
de perseguição. Tudo realista e sem frescuras, com direito a capotagens, pneus
furados com tiros, dublês malucos e uma boa trilha sonora de John Willians –
marcando a primeira parceria entre o direto e o compositor. O final pessimista
ajuda também, pois não há como um filme com esse enredo terminar de maneira
feliz, ainda mais se baseando em fatos reais.
Interessante notar também como as autoridades (nesse
caso, os policiais) são mostrados como verdadeiros patetas, atrapalhando as
negociações e pondo a vida do casal e do sequestrado em constante perigo. Apenas
o xerife e o patrulheiro criam alguma empatia, por se aproximarem da opinião
pública, que não julga o casal como criminosos. São crianças, como o xerife
afirma em certo ponto da fita.
Além de ser um dos filmes mais esquecidos da filmografia
de Spielberg, ter a presença de uma Goldie Hawn bem novinha, Louca Escapada é
um bom entretenimento, com uma estória envolvente. Apesar de ter um ritmo lento
em algumas partes, as atuações e as cenas da perseguição sustentam o filme
tranquilamente.
The Sugarland Express: Lobby Cards
retirados do site: http://www.lewiswaynegallery.com/sugarland-express-1974-lobby-card-set-of-8-steven-spielberg-p-10390.html
sábado, 5 de maio de 2012
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