Neste terceiro capítulo da saga d'O Escorpião Rei, temos mais uma vez o tal rei numa aventura envolvendo pedras preciosas, batalhas entre reinos e mais uma porção de questões quase sempre tratadas nos épicos de baixo orçamento. Tudo muito óbvio e previsível, sinceramente, especialmente para fãs de Xena e Hércules...
Contudo, existem algumas ressalvas neste pequeno filme. A começar pelo elenco, que contém um bom protagonista (Victor Webster), uma bela heroína (Krystal Vee) e um bom time de coadjuvantes com atores típicos do cinema B, como Ron Perlman (que também aparece em muita superprodução) e Billy Zane, maravilhosamente canastrão como o vilão da estória, não levando nada a sério. E tem a presença de 2 lutadores brucutus – Dave Batista e Kimbo Slice – que entram em cena pra dar porrada.
Nem tente acompanhar a trama, porque ela é de uma confusão ímpar. E o visual do filme não ajuda, pois para uma estória que, supostamente, se passa no Egito, é estranho ver pessoas com roupas romanas e soldados mongóis espalhados durante o filme. Tem até ninjas!! Há também o grande companheiro do heroi - um bárbaro impagável, com manirismos vikings, que fica arrotando o tempo inteiro!
É claro que há uma justificativa para essa gigante influência oriental: o filme foi feito na Tailândia, com figurantes tailandeses, elefantes que parecem ter saído dos filmes da série Ong Bak e uma série de florestas típicas da região. Deserto mesmo, no estilo Egito, só no comecinho do filme.
Filmar na Tailândia mostrou-se econômico, pois o orçamento da obra foi de 5 milhões de dólares e a produção aparenta ter sido um pouco mais cara. Parabéns ao diretor Roel Reiné (especializado nessas continuações mais baratas de sucessos, como Corrida Mortal 2), por ter feito um filme com um visual legal com uma quantia "pequena".
Seria muito fácil criticarmos uma continuação de um sucesso de cinema, lançada diretamente no mercado de vídeo, com orçamento bastante inferior ao filme original e sem nenhuma pretensão artística. Percebe-se até uma negligência em comentar o filme por parte de vários blogs, desmerecendo essas fitas por apresentarem as falhas típicas desses filmes destinados às prateleiras das locadoras. As pessoas se esquecem de que muitos desses filmes conseguem cumprir uma função essencial do cinema: divertimento. Às vezes, nos divertimos pelas suas falhas, pela falta de seriedade (ou excesso) dos atores envolvidos na produção ou até mesmo pela despretensão de um diretor, que só quer contar uma estória.
Em O Escorpião Rei 3, o divertimento corre solto, pelos fatores citados no parágrafo acima, a canastrice de Billy Zane, a atriz principal com roupas que valorizam seu corpo – tudo contribuindo para uma sessão de cinema descompromissada e relaxada com seus amigos. Se você vai assistir a um filme com vários amigos que curtem um cineminha mais trash, obviamente que você não vai assistir Os Descendentes ou Meia Noite em Paris. Por isso. Escorpião Rei 3 cumpre muito bem sua função. Mas seria bom a série d'O Escorpião Rei dar um tempinho, pois, mesmo com a nossa boa vontade, não dá pra relevar a falta de criatividade desses produtores...