quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Império dos Lobos (L'empire des Loups, 2005)


O mercado brasileiro de filmes vem sendo abastecido com uma considerável remessa do atual cinema francês de ação e filmes policiais. Quase sempre, estes filmes me agradam, pois apesar de apresentarem tramas já retratadas em outras obras, o cinema francês possui uma linguagem visual única, diferente da cacofonia de sons e explosões que inundam o cinema norte-americano atual. São obras inteligentes, com atuações relevantes – garantia de bom cinema.


Império dos Lobos é um ótimo exemplar desta safra, com atuações competentes e um roteiro labiríntico, cheio de reviravoltas e surpresas. A direção ficou com Chris Nahon, que também dirigiu O Beijo do Dragão e Blood: The Last Vampire.


A trama segue duas estórias: a primeira acompanha Anna (Arly Jover), uma mulher que está sofrendo com alucinações e uma amnésia que a impede de reconhecer o rosto do próprio marido. Desesperada, Anna procura a ajuda de uma psiquiatra para tentar revirar seu passado em busca de respostas.


A outra linha narrativa acompanha os policiais Netteaux (Jocelyn Quivrin) e Schiffer (Jean Reno), que investigam o brutal assassinato de três jovens turcas ilegais. Aos poucos, a dupla vai aprofundando suas investigações, mergulhando no submundo da máfia turca. E, aos poucos, as duas tramas se entrelaçam, formando um thriller dos bons.


Apesar de acelerar as coisas em seu epílogo, Império dos Lobos nos surpreende com uma trama vibrante e envolvente. Reno está ótimo como o policial conhecedor da máfia, com métodos nada ortodoxos de conseguir suas informações. Existe uma ponta de fantasia e absurdo no roteiro – não vou estragar a surpresa...

Vale lembrar que a obra é baseada num livro de Jean-Christophe Grange, mesmo autor de Rios Vermelhos, um filme muito elogiado que ainda não tive a oportunidade de conferir. Mas, segundo alguns sites que eu visitei, as duas obras possuem uma razoável semelhança.

Império dos Lobos é um belo exemplar policial do atual cinema francês. Um filme que vence com tranquilidade a torrente de mediocridade que inunda os filmes deste gênero. Mesmo com algumas falhas, vale a conferida pela trama envolvente e delirante, que nos surpreende a todo o momento.

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