A obra não cai nunca no maniqueísmo, o que proporciona uma maior fascinação pelo trabalho de Tony Gilroy no roteiro. Têm-se linhas de diálogo maravilhosas (coisa cada vez mais rara em filmes americanos) como o monólogo inicial de Wilkinson, quando este tem sua epifania; outro momento genial da obra é quando Michael fala: "Eu não sou o sujeito que você mata; eu sou aquele que você compra.". De fato, é impressionante como o personagem de Clooney trafega, perigosamente, entre a decência e a falta de caráter.
Trata-se de um dos personagens mais profundos e interessantes que o cinema nos presenteou nos últimos anos. E Clooney captou-o de maneira sublime. Afinal, Michael reclama de seu irmão drogado e sem caráter, mas ele é um viciado em jogos, com um trabalho medíocre numa firma de advocacia e, na soma dos aspectos, um perdedor.
Conduta de Risco é uma espécie de filme muito rara em nossos tempos: uma obra inteligente e reflexiva, com interpretações estupendas e um roteiro não menos do que marcante. Simplesmente sensacional.
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