Um pouco mais cedo, na última noite, estava desanimado em "sintonizar" (no caso, abrir o Streaming da antiga HBO) o Oscar exibido na TNT - os tempos mudaram e, nem sempre, para melhor. Nos últimos anos, tivemos cerimônias longas, enfadonhas, lotadas de liçõezinhas de moral, com pouco espaço para os filmes de fato. Qual não foi minha surpresa quando me peguei sorrindo ao anúncio de Oppenheimer como Melhor Filme, conduzido por um Al Pacino meio alquebrado no palco que apenas anunciou o vencedor.
Me surpreendi com uma edição mais ágil da festa e um senso de justiça na distribuição dos prêmios, além de algumas boas surpresas. Vejamos:
- Oppenheimer foi o melhor filme do ano e certamente mereceu todas as outras categorias que conquistou - pessoalmente, eu gosto muito do Christopher Nolan e adorei seu discurso sóbrio.
- Os filmes certos saíram com pelo menos um prêmio: American Fiction, Barbie, The Holdovers, Anatomy Of a Fall e Poor Creatures foram laureados. Killers Of The Flower Moon e O Maestro saíram sem prêmios (sem nenhuma surpresa, a meu ver).
- O cinema japonês foi celebrado com as premiações dos filmes O Menino e a Garça e Godzilla Minus One - Sim, um filme do Godzilla finalmente recebeu um Oscar!
- Foi muito legal ver alguns atores na cerimônia: Danny DeVito, Arnold Schwarzenegger (achei ele bem envelhecido), Michael Keaton (e os três tiveram uma divertida interação), Catherine O'Hara (ecos do vindouro Bettlejuice), Nicolas Cage (sua apresentação do Paul Giamatti foi ótima), Jessica Lange e John Cena.
- Uma boa lembrança na cerimônia sobre o trabalho dos dublês. Apesar do clipe ter sido curto, eu adoro quando o Oscar celebra o mundo do cinema em todas as suas vertentes. Como é bom ver um trechinho de Police Story passando na tela do palco.
E não posso deixar de comentar, num parágrafo separado, a eletrizante apresentação de Ryan Gosling com a sua música "I'm Just Ken" - possivelmente a melhor apresentação musical que eu já assisti num Oscar. Tudo foi perfeito ali: a atuação e desempenho vocal de Gosling, o figurino, o elenco de dançarinos, a presença do Slash, a interação do intérprete com outros atores e com a câmera - muito marcante e um grande símbolo de uma temporada de filmes marcada por uma vibrante originalidade e um atrofiamento de certas fórmulas bem gastas em Hollywood. Torço para que esta tendência continue.
Mais do que comentar sobre alguns pontos negativos, na verdade me pego pensando sobre o que o ano de 2024 reservará para o cinema e até para as próximas premiações. Realmente, torço para uma temporada de boas surpresas e, especialmente, bons filmes, com aquela, por vezes, antiquada missão, de entreter seu público. É só isso. E, nesse sentido, o Oscar certamente cumpriu sua função.
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