Estive por um mês na cidade de São Paulo, me preparando para um concurso ocorrido no dia 15 de novembro. Nesse período, consegui participar pela primeira vez (de muitas outras vindouras) da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em sua 43° edição. Em razão do tal concurso (e "otras cositas más") não assisti aos vários filmes interessantes do seu catálogo e, confesso, que lamento não ter aproveitado tanto quanto eu gostaria. Entretanto, ainda assim, pude conferir seis filmes da seleção e nos próximos dias teremos textos a respeito dos mesmos. Ao final, postaremos uma lista de alguns dos filmes que não assistimos mas estamos morrendo de vontade de assistir.
O começo da nossa jornada é com o filme esloveno História do Bosque das Castanhas, que é a típica obra habitué de festivais de cinema. O filme acompanha um velho carpinteiro e uma vendedora de castanhas com suas memórias (nem sempre fidedignas) relacionadas a região onde vivem, um bosque situado na fronteira entre a Itália e a antiga Iugoslávia. Tal como uma narrativa onírica, o filme não tem uma estrutura linear, mas sim uma estrutura cíclica, fugindo das maneiras mais convencionais de se contar uma história.
O diretor do filme, o senhor Gregor Bozic, sabe filmar algumas cenas muito bonitas como a cena inicial com uma cova sendo preenchida com folhas secas, uma imagem outonal clássica e aconchegante, assim como a cena em que alguns anjos cantam uma canção folclórica na casa do rabugento marceneiro - uma cena realmente bonita pela qual já valeria o ingresso. Porém, é um filme muito lento e arrastado - seus 80 minutos mais parecem 180! Eu sei que esse tipo de filme requer outra "vibe", uma disposição cinéfila diferenciada para encarar a sessão com boa vontade, mas até com isso em mente, a obra não conseguiu me mostrar ao que veio, nem mesmo como um documento da região onde o cineasta nasceu, justamente pela sua mistura de realidade e sonho.
Quando saí da sessão, lembro-me de ter massacrado o filme ao conversar a seu respeito com minha irmã, melhor companhia de cinema que existe e que me acompanhou por essas sessões da mostra. Agora, com a distância de quase um mês após sua exibição, HISTÓRIA DO BOSQUE DAS CASTANHAS se revela como um exemplar menor desse festival de cinema, mas ainda assim com seu valor artístico.
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