Senti um clima muito mais de "chutar o pau da barraca" nesta continuação. Se existia alguma dose de realismo do primeiro filme, neste ela é completamente esquecida pra dar vazão a imaginação, tornando Chev Chelios um super humano (mais precisamente, um herói de Tokuatsu, com uma homenagem explícita ao gênero) que precisa de energia elétrica pra movimentar seu coração artificial (trocado num transplante clandestino).
Havia resquícios no primeiro filme de referências às obras inglesas de gangsters. Aqui, os diretores se alinham ao clima anárquico de Machete - personagens caricatas, violência, atuações exageradas, ação impossível. Mas ao contrário do cansativo Machete (que tem um incrível personagem principal, mas perde muito o fôlego perto do final, em ambas os filmes), ADRENALINA mantém a pilha o filme inteiro.
O excesso de personagens tira levemente o foco do brucutu inglês, o que considerei algo ruim. Pelo menos neste filme vemos ele fazer algumas novas loucuras divertidíssimas (como toda vez que ele precisa se recarregar). Entretanto, o excesso de personagens deixa MUITAS pontas soltas, tornando tudo meio aleatório demais. Assim como imagino que quem não assistiu ao primeiro, vai perder muitas coisas deste aqui.
Uma das coisas mais legais são as diversas participações especiais como David Carradine, Lloyd Kaufman e Ron Jeremy. Tudo combinando com o clima "porra-louca" da obra. Contudo, confesso que em alguns momentos, cheguei a cochilar, principalmente por essa aleatoriedade e roteiro mais sem graça que o do primeiro filme. Dizem que há conversas para um terceiro filme, mas lá se vão 6 anos e eu duvido muito que retomem uma franquia tão amalucada como essa. Se um dia for lançada, certamente falarei dela aqui.