Um grupo de 4 jovens resolve brincar com espíritos num
necrotério. O mais babaca deles (o ateu do grupo) acaba sendo possuído por uma
entidade maligna iniciando uma caçada contra os outros. Nada de novo nesse
misto de terror adolescente com filme de possessão, lembrando algumas
esquecidas fitas de horror da década passada que acumulavam poeira nas
locadoras (uma época boa).
O filme começa flertando com o novo vício do cinema de
terror: o found footage, onde os personagens manejam a câmera dando a impressão
(na teoria, que fique claro) de que o conteúdo do filme é real. Em SÉANCE: THE
SUMMONING, essa mania é logo esquecida para o filme se tornar uma espécie de
slasher, com o demônio num dos rapazes caçando o restante do grupo.
Apesar de o filme ser chato, a trama ser idiota e o final
ser fraquíssimo, existem duas coisas muito curiosas, que valem ser mencionadas.
A começar pela violência do filme, com algumas cenas gore bem interessantes:
fraturas expostas, queimaduras, pescoços quebrados e bons efeitos de maquiagem.
Outro fator curioso é a trama de cunho extremamente
cristão, com uma mensagem digna de aula de religião. Não quero dar spoiler, mas o filme deixa claro que a
salvação só é alcançada quando se abraça os conceitos do cristianismo para
combater o tal demônio do filme. A temática de possessão sempre esteve aliada
ao cristianismo nos cinemas, mas nunca tinha visto um filme que começa
questionando a religião e termina catequizando seus personagens e, por
conseguinte, seu público.
Contudo, esses dois elementos não salvam o filme da
mediocridade, especialmente com uma pobreza no tratamento dos personagens num
roteiro muito preguiçoso. Os atores não são ruins, mas os personagens são
péssimos, com frases horríveis e motivações piores ainda. Quando num filme você
não consegue torcer nem para as vítimas ou para o vilão, você acaba torcendo
pelo final do filme.
Sem falar que o filme tem algumas situações muito
constrangedoras, incluindo um epílogo meio escatológico, inteiramente mal
feito, que deixa tudo a desejar. Mas me surpreendi com o destino de um dos
personagens, subvertendo algum clichê do gênero que garante a sobrevivência do
mais “inocente”.
Enfim, são mais erros do que acertos e duvido muito que
alguém possa gostar do filme. Contudo, os viciados em filme de terror podem dar
uma espiada, porque a sessão não é inteiramente ruim, por aqueles detalhes que
eu mencionei. Não digo que vale a pena, mas creio que os menos exigentes podem
conferir. Afinal, nós, fãs do horror, estamos acostumados as tranqueiras que
são lançadas todos os anos...
OBS: A garotinha da capa, saída de alguma fita de horror
japonês não aparece em nenhum momento da fita, então não vá assistir esse filme
imaginando algo como O Chamado. É só picaretagem da distribuidora que quer
pegar algum fã desavisado.
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