sábado, 9 de julho de 2011

Fritz the Cat (1972)


Eu realmente não sei o que dizer sobre Fritz the Cat. Acho que a melhor maneira de descrevê-lo é como um excelente retrato de como foram os anos 60 ou, mais especificamente, a mentalidade da juventude naquela época, questionadora e revolucionária, representadas pelo sensacional Fritz, um gato universitário cheio de ideias, paixões e desejos. A vida de Fritz é um misto de protesto, sexo, drogas, mais sexo e música.


Este filme é obrigatório. Sério. Trata-se de uma animação cheia de cinismo e sacanagem, revolucionária em sua época de lançamento, sendo considerado o primeiro longa-metragem de animação pornográfico da história. Esta fama acompanha o filme até hoje, mas Fritz the Cat vai muito além disso: trata-se da representação fantástica de uma geração contestadora e atuante, cheia de energia para lutar pelo que acreditavam, ao contrário da apática juventude atual. Talvez, a exibição de filmes como Fritz the Cat pelos diretórios acadêmicos das universidades brasileiras pudesse trazer uma mensagem e uma reflexão para os jovens. Mas a maioria prefere curtir seu sertanejo universitário ou seu funk batidão.


Talvez, seja por isso que uma melancolia abateu sobre mim após o término do filme. Saber que você faz parte de uma geração apática, que engole todas as porcarias que jogam para nós, sem contestar, é algo deprimente. E quando é um filme que faz você levantar este tipo de questionamento, é de bom tom que qualquer cinéfilo corra atrás do mesmo para tirar suas conclusões e reflexões. Um filme que te convida de uma maneira tão efusiva a formar uma opinião precisa ser visto e revisto por todas as gerações.

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